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O terrorismo volta a atacar Paris

14 de novembro de 2015

"Estado Islâmico" reivindica autoria de atentados em bares, restaurantes e uma casa de espetáculos que deixaram 129 mortos e 352 feridos. Hollande fala em ato de guerra e promete resposta implacável.

Foto: Reuters/C. Hartmann

Uma série de ataques terroristas deixou 129 mortos e 352 feridos em Paris nesta sexta-feira (13/11), espalhando o medo entre a população francesa e levando o presidente François Hollande a declarar estado de emergência e ordenar o fechamento das fronteiras. O grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria dos atentados.

++ Acompanhe as últimas informações sobre os ataques ++

Hollande decretou três dias de luto oficial. O presidente disse que se trata de um ato de guerra e que o país vai responder da forma apropriada. "Perante um ataque cometido de forma covarde, vergonhosa e violenta, a França será implacável contra os bárbaros do Daesh", afirmou, usando o nome árabe do EI. "É um ato de guerra que foi preparado, organizado e planejado de fora e com envolvimento de dentro do país", disse Hollande. "Foram adotadas todas as medidas necessárias para proteger os nossos cidadãos e o nosso território."

De acordo com fontes de segurança, oito terroristas morreram nos ataques – sete deles se suicidaram e um foi morto pela polícia. Até o momento nada se sabe sobre as identidades e nacionalidades deles. A polícia afirmou ter encontrado um passaporte sírio junto ao corpo de um dos homens-bomba. Os ataques aconteceram simultaneamente em seis pontos da capital francesa, apenas dez meses após o atentado à redação do semanário satírico Charlie Hebdo e a um mercado judaico.

O "Estado Islâmico" afirmou que os ataques foram uma resposta aos "bombardeios de muçulmanos na terra do califado", termo que o grupo utiliza para designar as regiões do Iraque e da Síria que ele controla. "Oito irmãos, com coletes explosivos e fuzis, visaram os locais escolhidos cuidadosamente no coração de Paris", afirmou o EI.

A França participa da coalizão internacional que combate o "Estado Islâmico" na Síria e no Iraque e sediará um grande evento em duas semanas, a conferência da ONU sobre o clima.

Vítimas do lado de fora do BataclanFoto: Getty Images/T. Chesnot

Os ataques

Os seis locais onde se deram os ataques são a casa de espetáculos Bataclan, as proximidades do estádio Stade de France, o restaurante Le Petit Cambodge, o bar Le Carrilon, a pizzaria Casa Nostra e o bar Belle Equipe.

Nas proximidades do Stade de France, onde as seleções da França e da Alemanha disputavam um amistoso, três homens-bomba cometeram ataques suicidas num restaurante fast-food e em entradas do estádio, com saldo total de ao menos três mortos. As explosões puderam ser ouvidas dentro do estádio, ainda durante o primeiro tempo da partida. Ao lado de dois suicidas foram encontrados um passaporte sírio e um egípcio.

No 11º arrondissement (bairro), três atiradores invadiram a casa de espetáculos Bataclan e dispararam a esmo contra os espectadores de um show da banda americana de rock Eagles of Death Metal. Segundo uma testemunha, eles gritaram "Alá é grande" em árabe. Outra declarou que eles permaneceram em silêncio. Cerca de 1.500 pessoas assistiam ao espetáculo.

Oitenta e nove pessoas morreram durante o atentado, segundo o procurador da República de Paris, François Molins. Em seguida, os terroristas tomaram um grupo de espectadores como reféns. A polícia invadiu o local e libertou os reféns. Dois dos atiradores cometeram suicídio com bombas e um deles foi morto por policiais, segundo a polícia. Um dos terroristas era um francês de 29 anos.

Perto dali, um terrorista atacou a tiros o bar Le Carrilon e depois se dirigiu ao restaurante Le Petit Cambodge, nas proximidades, matando ao menos 11 pessoas. Outro ataque aconteceu na pizzaria Casa Nostra, com um saldo de cinco mortos. Um suicida detonou uma bomba na boulevard Voltaire, perto do Bataclan.

Pessoas correm no Stade de France após o apito final do amistoso entre França e AlemanhaFoto: picture-alliance/AP Photo/C. Ena

Primeiras consequências

O Ministério da Cultura de França anunciou neste sábado o fechamento dos museus e demais espaços culturais públicos na capital francesa. A Torre Eiffel, símbolo máximo de Paris, está fechada. As competições esportivas previstas para a região parisiense foram canceladas.

A Ópera de Paris cancelou os concertos previstos para este sábado e a grande sala da Philharmonie permanecerá fechada durante o fim de semana. O Palácio de Versalhes e o Museu do Louvre chegaram a abrir as portas antes da decisão de fechar todos os espaços, mas foram fechados logo depois.

O parque de diversões Disneylândia, situado ao leste de Paris, está fechado neste sábado, em solidariedade às vítimas dos atentados.

A banda de rock U2 cancelou um show previsto para este sábado em Paris.

Algumas estações do metrô da cidade foram fechadas. Escolas, universidades e repartições públicas também estão fechadas.

AS/ap/afp/dpa/rtr/lusa

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