O vale-tudo de Bolsonaro a poucos meses das eleições
14 de julho de 2022
Com presidente atrás nas pesquisas, governo turbina gastos em pleno ano eleitoral. Mas histórico de Bolsonaro e alta rejeição entre mais pobres indicam que medidas podem não trazer dividendos eleitorais esperados.
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A menos de três meses das eleições presidenciais e com o presidente Jair Bolsonaro aparecendo em ampla desvantagem nas pesquisas, o governo tem agido para turbinar gastos sociais e subsídios, levantando acusações de uso eleitoreiro da máquina pública. A última medida recebeu sinal verde do Congresso na quinta-feira (14/07), quando foi promulgada a emenda constitucional apelidada "Kamikaze".
Segundo a Lei das Eleições, é vedado ao governo criar novos benefícios em ano eleitoral. Mas a lei de 1997 prevê uma exceção: benefícios podem ser criados desde que o país esteja sob estado de emergência ou calamidade. E foi exatamente esse estratagema que o Congresso, com o aval de Bolsonaro, usou para contornar a lei, ao incluir na emenda o reconhecimento de estado de emergência.
A emenda foi promulgada num momento em que Bolsonaro vê sua reeleição ameaçada, pois aparece atrás do petista Luiz Inácio Lula da Silva em todas as pesquisas. Alguns levantamentos apontam que o político de extrema direita pode perder para Lula já no primeiro turno.
O governo nega o caráter eleitoreiro da emenda e de uma série de outras medidas já colocadas em prática neste ano, e que devem ter um impacto profundo nas contas públicas, alegando que são necessárias para avaliar o impacto da inflação e do preço dos combustíveis, que tem tido impacto severo entre as famílias brasileiras.
No entanto, os críticos apontam para o fato de a maior parte das medidas ter um prazo de validade que segue de perto o calendário eleitoral, sem ser de fato políticas públicas de longo prazo. Benefícios como o incremento de R$ 200 no valor do Auxílio-Brasil, por exemplo, devem durar até 31 de dezembro, terminando apenas dois meses depois do segundo turno das eleições.
Medidas em ano eleitoral
A tática de estender benefícios ou aumentar gastos em ano eleitoral não é nova. Um estudo do economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que desde o fim da ditadura, o nível de pobreza no Brasil tende a cair nos anos de eleições federais. Em boa parte dos casos, a pobreza voltou a subir no ano seguinte aos pleitos.
O então presidente Lula expandiu o programa Bolsa Família em 2006, ano em que disputou a reeleição, quando os gastos mensais com o benefício tiveram um salto de 60% em julho e o número de famílias atendidas aumentou. Em 2014, a então presidente Dilma Rousseff, que também buscava a reeleição, anunciou pacotes de bondades para a indústria e um reajuste de 10% no valor do Bolsa Família.
Em 1998, o governo de Fernando Henrique Cardoso tomou uma das medidas eleitoreiras mais célebres das disputas presidenciais brasileiras, segurando uma iminente explosão cambial até o período pós-eleitoral, beneficiando diretamente a reeleição do então ocupante do Planalto. O dólar acabou disparando poucos dias após a nova posse.
No entanto, tais táticas usavam mecanismos menos gritantes para evitar esbarrar na Lei Eleitoral. O aumento de gastos do Bolsa Família em 2006, por exemplo, já estava previsto no Orçamento daquele ano. E a manipulação da política cambial de 1998 não envolvia gastos sociais.
Já os valores envolvidos e as táticas políticas cruas usadas por Bolsonaro e seus aliados contrastam com seus antecessores. No caso do Auxílio-Brasil, por exemplo, os gastos com o programa vão chegar a R$ 114 bilhões em 2022, em contraste com os R$ 35,4 bilhões que constavam na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021.
Bolsonaro também direcionou programas específicos para setores que compõem sua base, como caminhoneiros. "A emergência atual [para o governo] é eleitoral, não social", disse à agência AFP Marcelo Neri, da FGV.
Confira abaixo as medidas de Bolsonaro nos últimos meses que levantaram acusações de uso eleitoreiro.
PEC "Kamikaze"
O carro-chefe das acusações contra Bolsonaro de uso eleitoreiro de gastos públicos foi a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apelidada de "Kamikaze", que estabeleceu um gasto extra de R$ 41,2 bilhões em pleno ano eleitoral, com a criação e expansão de uma série de gastos sociais. Para que a medida contornasse a Lei Eleitoral, que veda a criação, o Congresso incluiu na medida o reconhecimento de situação de emergência no país. Os gastos devem durar até 31 de dezembro deste ano.
Entre os gastos incluídos na emenda estão:
Auxílio Brasil: o valor do benefício passa até o fim do ano de R$ 400 para R$ 600 mensais. Mais 1,6 milhão de novas famílias devem ser incluídas no programa. O custo total deve ser R$ 26 bilhões.
Criação de um "voucher" de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos. Custo: R$ 5,4 bilhões.
Ampliação de R$ 53 no Auxílio-Gás. Custo: R$ 1,05 bilhão. A criação do programa, em 2021, já previa R$ 1,9 bilhão.
Transporte gratuito de idosos: compensação aos estados para atender a gratuidade dessa fatia da população. Custo: R$ 2,5 bilhões.
Benefícios para taxistas. Custo: R$ 2 bilhões.
Alimenta Brasil: R$ 500 milhões para programa de compra de alimentos produzidos por agricultores familiares e distribuição a famílias em insegurança alimentar.
Etanol: R$ 3,8 bilhões para o setor.
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Ampliação com gastos de propaganda
A estratégia de gastos com propaganda levou Bolsonaro a deixar de lado até mesmo disputas com empresas de comunicação hostis ao governo, como a Rede Globo, um alvo costumeiro de ataques do presidente. Entre janeiro e junho de 2022, o governo aumentou em 75% os gastos com publicidade junto à emissora em relação ao mesmo período do ano anterior, com o valor passando de R$ 6,5 milhões para R$ 11,4 milhões,
Em conjunto, Globo, SBT, Rede TV, Record e Band receberam R$ 33 milhões no primeiro semestre, o maior valor desde 2019. Ainda em maio de 2022, o Congresso aprovou, com o aval de Bolsonaro, uma lei que permitia um aumento significativo de gastos com publicidade oficial, contornando a Lei das Eleições, que impunha limites a esse tipo de tática. O STF acabou barrando a lei, pelo menos neste ano, apontando que mudanças do tipo não podem valer a menos de um ano do pleito.
Combustíveis
Nos últimos meses, diante da alta dos combustíveis, o governo executou uma série de medidas de isenção de tributos sobre o diesel, gás e gasolina com o objetivo de baixar os preços. O impacto das medidas deve custar mais de R$ 60 bilhões apenas para União até o fim do ano.
Impacto
As medidas têm causado pessimismo entre analistas do mercado. Nesta quinta-feira (14/07), o banco americano Goldman Sachs alertou sobre a deterioração das regras fiscais no Brasil, um dia depois de a Câmara dar o sinal verde final para a PEC Kamikaze.
Segundo o banco o Goldman Sachs, o efeito da PEC Eleitoreira somado às renúncias fiscais sobre os combustíveis deve chegar a 0,7% do PIB.
"Na nossa avaliação, para além da preocupação justificada com o impacto social da subida da inflação e dos preços dos combustíveis, as medidas anunciadas irão, em alguns casos, conduzir a uma má afetação de recursos na economia e poderão ter um impacto duradouro nas finanças públicas, pois é altamente improvável que muitas das medidas anunciadas serão revertidas em janeiro de 2023", alertou o diretor para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório enviado para clientes e citado pelo jornal Correio Braziliense.
Segundo o banco, a PEC e outras medidas semelhantes devem dificultar ações do Banco Central para conter a alta da inflação.
A aprovação da PEC "Kamikaze" também resultou na quinta grande mudança no teto de gastos desde 2019. O teto é um mecanismo que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. As cinco alterações já somam um impacto fiscal de R$ 213 bilhões em relação à regra original, segundo dados realizado pela Instituição Fiscal Independente (IFI). Economistas ouvidos pelo portal de notícias G1 afirmaram que tantas mudanças resultaram em perda de credibilidade da regra.
Gastos não costumam render dividendos eleitorais esperados
Entre 1998 e 2014, medidas tomadas por FHC, Lula e Dilma nas disputas pela reeleição se refletiram em suas intenções de voto. Mas o histórico recente de Bolsonaro e pesquisas eleitorais indicam que o efeito pode ser limitado para ele.
Até o momento, a ampliação do antigo Bolsa Família, que sob Bolsonaro passou a se chamar Auxílio-Brasil, com um valor mínimo de R$ 400, contra R$ 194 da média anterior, não rendeu os dividendos políticos esperados pelo governo. A mesma pesquisa Datafolha mostrou que 59% dos eleitores atendidos pelo Auxílio-Brasil não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum.
Mesmo medidas anteriores de Bolsonaro tiveram efeito limitado. O auxílio emergencial de R$ 600 distribuído pelo governo em 2020, no início da pandemia, teve um impacto positivo modesto na avaliação de Bolsonaro, e mesmo seus efeitos só começaram a se consolidar quatro meses depois – enquanto o primeiro turno da eleição presidencial está previsto para ocorrer em menos de três meses.
O auxílio começou a ser pago em abril daquele ano, mas só em agosto avaliação do presidente subiu significativamente. Ainda assim, os índices estavam longe de ser invejáveis: de acordo com o Datafolha, a aprovação de Bolsonaro em todo o período subiu apenas de 33% para 37%. O último índice se manteve estável até dezembro de 2020.
Já o índice de eleitores que avaliavam o governo como ruim/péssimo só caiu quatro pontos percentuais entre abril e agosto. Mesmo a volta de pagamentos de R$ 600, desta vez pelo Auxílio-Brasil temporariamente turbinado, ocorre numa conjuntura pior. Com cerca de 21% de inflação acumulada desde o início da pandemia, o valor de R$ 600 distribuído em abril de 2020 deveria ser de pelo menos R$ 725 para ter o mesmo impacto.
jps/le (ots)
O mês de julho em imagens
O mês de julho em imagens
Foto: Service Communication-Protocole SDIS 33/AP/picture alliance
Abstração colorida flutuante
Linhas cor-de-laranja conectando plataformas azuis: talvez planta do circuito eletrônico de uma usina ou complexo industrial? Ou a instalação de um artista com interesse em alta tecnologia? Nem um, nem outro: na verdade, trata-se de um ancoradouro flutuante construído com cubos plástico na margem do rio Ganges transbordado, na Índia. Banalidade do dia-a-dia transformada em estética. (31/07)
Foto: Sanjay Kanojia/AFP
Um assunto quente
Na intensa onda de calor que o Japão enfrenta, é importante proteger-se contra o sol, por exemplo, usando chapéu e roupas compridas, como este homem em Tóquio. Os sistemas de pulverização de água em algumas ruas ajudam a refrescar. Os cidadãos foram solicitados a economizar eletricidade, mas os aparelhos de ar-condicionado ainda podem ser usados "com comedimento". (30/07)
Foto: Philip Fong/AFP
Brasil registra primeira morte relacionada à varíola dos macacos
O Ministério da Saúde confirmou a primeira morte relacionada à varíola dos macacos no Brasil. A vítima é um homem de 41 anos, de Gerais, que estava em tratamento para outras doenças, incluindo um câncer. O paciente sofreu um choque séptico, agravado pela varíola dos macacos. A morte é a sexta no mundo e a primeira devido a doença fora da África desde que começou o atual surto em abril. (29/07)
Foto: Getty Images
Pesquisa Datafolha mostra Lula 18 pontos à frente de Bolsonaro
Pesquisa Datafolha mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sila (PT) com 47% das intenções de votos na corrida ao Planalto, 18 pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 29%. Em relação à última pesquisa, de junho, Bolsonaro subiu um ponto, e Lula permaneceu com o mesmo percentual. Em um eventual segundo turno, Lula venceria com 55% dos votos, contra 35% de Bolsonaro. (28/07)
Médicos anunciam quarto caso de cura do HIV
Médicos dos EUA divulgaram o quarto caso no mundo de um paciente considerado curado do HIV. Assim como nos três casos anteriores, o homem, hoje com 66 anos e que na época tinha 63, recebeu um transplante de medula óssea durante um tratamento para leucemia. Os médicos buscaram um doador que, além de compatível, fosse naturalmente resistente ao vírus causador da aids. (27/07)
Foto: Seth Pincus/Elizabeth Fischer/Austin Athman/National Institute of Allergy and Infectious Diseases/AP Photo/AP Photo/picture alliance
UE aprova plano para economizar gás para o inverno
A União Europeia (UE) aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia. O plano estabelece uma meta voluntária de redução de 15% do consumo de gás de agosto de 2022 a março de 2023, e dá ao Conselho da UE o poder de impor, por maioria de votos, um estado de emergência no bloco. (26/07)
Foto: Janek Skarzynski/AFP/Getty Images
Papa pede perdão a indígenas no Canadá
Em visita ao Canadá, o papa Francisco pediu desculpas a indígenas pelos abusos cometidos em internatos durante os chamados processos de assimilação forçada dos povos nativos à sociedade cristã. Desde o final do século 19 até a década de 1990, cerca de 150 mil crianças indígenas foram matriculadas em 139 internatos, onde passaram meses ou anos isoladas de suas famílias, idioma e cultura. (25/07)
Foto: Nathan Denette/The Canadian Press/AP/dpa/picture alliance
Bolsonaro oficializa candidatura
Com a presença de caciques do Centrão, militares, líderes evangélicos , políticos e influenciadores de extrema direita, o PL oficializou, em convenção no Rio de Janeiro, a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro e a escolha do general Walter Braga Netto como vice na chapa. O evento também foi usado como palco pelo presidente para lançar novos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). (24/07)
Foto: Ricardo Moraes/REUTERS
Mísseis contra porto de Odessa após acordo sobre cereais
O ministério do Exterior ucraniano acusou Vladimir Putin, de "cuspir na cara" das Nações Unidas e da Turquia: "Demorou menos de 24 horas para a Rússia lançar um ataque ao porto de Odessa, quebrando suas promessas e minando seus compromissos." O recém-assinado Acordo de Istambul visa restabelecer o fornecimento global de cereais a partir da Ucrânia. (23/07)
Foto: Stringer/REUTERS
Árvore da resistência
As florestas na Bretanha, na França, arderam durante dias, como em muitos outros lugares na Europa neste mês. De acordo com as autoridades locais, os incêndios perto da comuna de Brasparts estão agora sob controle. O calor extremo e a seca favoreceram o fogo, e o que resta é terra queimada - e, como um sinal de esperança, uma árvore solitária. (22/07)
Foto: Fred Tanneau/AFP
Rio Ahr agora secou
Pouco mais de um ano após a cheia do século no Ahr, no oeste da Alemanha, o rio que atravessa a cidade de Bad Neuenahr é hoje apenas um estreito fio de água. A seca das últimas semanas cobrou seu preço, e o Ahr agora nem chega mais à sua foz no rio Reno. Que contraste com a noite de 14 de julho de 2021, quando o volume de água devastou áreas da cidade. (21/07)
Foto: Thomas Frey/dpa/picture alliance
Quase sem espaço
A política domina o cotidiano em Haia, na Holanda. Mas, com temperaturas acima de 30 graus, a vida pública fez uma pausa na terça-feira. Muitas pessoas em busca de um refresco foram para Scheveningen, o maior balneário do país, a seis quilômetros do centro da cidade. O pico da onda de calor parece ter passado e, com 23 graus nesta quarta-feira, o clima de trabalho voltou. (20/07)
Foto: AFP
Em terra firme
O nível da água do Lac des Brenets, que fica entre a Suíça e a França, caiu sete metros em poucas semanas. O rio Doubs corre agora apenas como um pequeno riacho no meio do lago, e os barcos estão em terra firme há muitos dias. Como grandes partes da Europa, o lago também está sofrendo com a segunda onda de calor deste verão do hemisfério norte. (19/07)
Foto: Fabrice Coffrini/AFP
Alternativa à Eurocopa 2022
Um torneio de futebol entre povos indígenas foi realizado no sul do Peru. Esta é a equipe feminina dos Aymara, com seus uniformes típicos. O campo de futebol também exige bastante das jogadoras. (18/07)
Foto: Charlos Mamani/AFP
Incêndios florestais castigam a Europa Ocidental
Uma onda de calor castiga a Europa Ocidental. Temperaturas extremas provocaram quase 600 mortes na Espanha e em Portugal. Na França (foto), incêndios florestais também provocaram a evacuação de milhares de pessoas. Enquanto isso, outros países, como o Reino Unido, estão em alerta diante da perspectiva de temperaturas recordes. (17/07)
Foto: SDIS 33/AP/picture alliance
Diretora da Documenta renuncia após escândalo antissemita
A diretora-geral da exposição mundial de arte contemporânea Documenta, Sabine Schormann, deixou o cargo. Na abertura de sua 15ª edição, na cidade alemã de Kassel, a Documenta se viu em meio a uma polêmica: uma obra do coletivo artístico indonésio Taring Padi foi fortemente criticada como profundamente antissemítica. Desde então, a renúncia de Schormann vinha sendo pedida repetidamente. (16/07)
Foto: Swen Pförtner/dpa/picture alliance
Vacinação infantil tem maior queda mundial em 30 anos
Pelo menos 25 milhões de crianças no mundo não foram vacinadas em 2021 contra doenças como difteria, tétano e coqueluche, o pior retrocesso em 30 anos, provocado em parte pela pandemia de coronavírus. Os dados foram divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), após levantamentos em 177 países. (15/07)
Foto: Hans Wiedl/dpa/picture alliance
Descoberto autorretrato de Van Gogh oculto em outra obra
Um museu escocês anunciou ter descoberto um autorretrato de Vicent Van Gogh escondido há mais de um século no verso de outra obra do pintor holandês. A descoberta ocorreu quando a obra "Retrato de Mulher (Cabeça de Camponesa)", feita em 1885, foi analisada por raio-X para uma exposição. O pintor, cujas obras só alcançaram a fama depois da sua morte, reutilizava telas para poupar dinheiro.
Foto: NEIL HANNA/REUTERS
Câmara aprova PEC dos benefícios sociais em ano eleitoral
A Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui um estado de emergência no país para criar e ampliar benefícios sociais a poucos meses das eleições - apelidada de PEC Kamikaze. Foram 469 votos a favor e apenas 17 contra. Para garantir o quórum necessário, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), liberou o trabalho remoto. (13/07)
Foto: Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Euro atinge paridade com dólar
A desvalorização do euro ao longo do último ano, agravada por quedas ainda mais acentuadas desde o final de junho, fez com que a moeda europeia atingisse a paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos. O impacto da guerra na Ucrânia e as medidas relativamente tímidas do Banco Central Europeu para combater a inflação são alguns dos motivos para a queda. (12/07)
A Nasa revelou a primeira imagem de seu novo telescópio espacial, o poderoso James Webb, fornecendo um vislumbre inédito do início do cosmos. Segundo a agência espacial americana, trata-se da "mais profunda e nítida imagem infravermelha do universo primitivo já capturada", incluindo galáxias formadas logo após o Big Bang, há cerca de 13,7 bilhões de anos. (11/07)
Foto: Nicholas Kamm/AFP
Djokovic conquista Wimbledon pela 7ª vez
O tenista Novak Djokovic vence Nick Kyrgios, por 3 sets a 1, e conquistou o torneio de Wimbledon pela sétima vez, igualando as marcas de William Renshaw e Pete Sampras. De virada, após ter perdido o primeiro set, Djokovic chegou à 27ª vitória seguida na competição. Com a nova conquista, o sérvio - que ocupa atualmente o terceiro lugar no ranking da ATP - chegou a 21 títulos de Grand Slam. (10/07)
Foto: Sebastien Bozon/AFP
No Sri Lanka, casa do presidente é invadida
Centenas de manifestantes invadiram a residência oficial do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, durante um dia de protestos maciços para exigir a renúncia do chefe de governo por sua gestão da crise econômica. A casa particular do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, por sua vez, foi incendiada. Os dois políticos cederam à pressão e aceitaram renunciar aos cargos. (09/07)
Foto: Dinuka Liyanawatte/REUTERS
Ex-premiê japonês Shinzo Abe é assassinado
O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe morreu aos 67 anos após ter sido baleado em um evento de campanha para eleições parlamentares. Abe, o mais longevo primeiro-ministro da história do Japão, fazia um discurso em prol do atual premiê japonês, Fumio Kishida, em Nara, quando dois tiros foram disparados contra ele. Um homem de 41 anos foi preso e teria confessado o crime.
Foto: Kyodo/AP Photo/picture alliance
Boris Johnson cede a pressão e renuncia
Boris Johnson anunciou sua renúncia à liderança do Partido Conservador, abrindo caminho para um sucessor no cargo de primeiro-ministro do Reino Unido e pondo fim a uma crise que paralisou o governo britânico. Em pronunciamento, Johnson afirmou que "ninguém é indispensável", mas que pretende permanecer no cargo enquanto seu partido elege um sucessor – um processo que pode levar meses. (07/07)
Foto: Justin Tallis/AFP
Mais de 61 milhões de brasileiros em insegurança alimentar
Quase 30% da população brasileira vive em insegurança alimentar moderada ou grave, revela relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. São 61,3 milhões de pessoas que não têm garantia de alimentação – dentre elas, 15,4 milhões convivem com insegurança alimentar grave. Os dados são do período de 2019 a 2021. (06/07)
Foto: Fabio Teixeira/Zuma/imago images
Onda de protestos em museus do Reino Unido
Cinco ativistas literalmente colaram suas mãos à moldura de uma cópia em tamanho real da obra "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci, na Royal Academy of Arts de Londres. Embaixo do quadro, eles escreveram com spray: "sem óleo novo". Foi o quinto protesto deste tipo em uma semana no Reino Unido para pedir que o governo acabe com as novas licenças de petróleo e gás. (05/07)
Foto: James Manning/PA Wire/empics/picture alliance
Sobrevivente do Holocausto de 100 anos recebe prêmio em Berlim
A sobrevivente do Holocausto Margot Friedländer, de 100 anos, recebeu o Prêmio Walther Rathenau por sua atuação na política externa alemã. Na cerimônia em Berlim, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, honrou a coragem de Friedländer, bem como sua dedicação em compartilhar sua história com os jovens e o compromisso de garantir que os horrores do Holocausto não sejam esquecidos. (04/07)
Foto: Britta Pedersen/dpa/picture alliance
Rússia diz ter tomado controle total de Lugansk
A Rússia reivindicou o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates. Já o governo da Ucrânia afirmou que Lysychansk ainda não está sob controle total das tropas russas, e que os ucranianos seguem resistindo na região. (03/07)
Foto: Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Alemanha alerta população para possível racionamento de gás
Autoridades da Alemanha acham possível que a Rússia esteja planejando cortar completamente o fornecimento de gás por ocasião da pausa regular para manutenção do gasoduto Nord Stream 1. Klaus Müller, chefe da Agência Federal de Redes, disse ser possível que Moscou transforme o período de manutenção regular de 11 dias em um tempo "mais longo de manutenção política". (02/07)
Foto: Stefan Sauer/dpa/picture alliance
Mísseis matam ao menos 19 pessoas no sul da Ucrânia
Ao menos 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas devido a ataques russos na região de Odessa, no sul da Ucrânia. Os mísseis atingiram um prédio residencial de nove andares e um resort no distrito de Bilhorod-Dnistrovskyi. A localidade fica a cerca de 80 quilômetros a sudoeste da cidade portuária, no Mar Negro, que se tornou um ponto estratégico na guerra da Rússia contra a Ucrânia. (01/07)