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"Obama é um homem honesto", diz Castro

11 de abril de 2015

Presidentes de EUA e Cuba trocam gentilezas em seus discursos na 7ª Cúpula das Américas, no Panamá. Líder americano afirma que reaproximação dos países abre "nova era" no continente.

Castro elogiou Obama no primeiro discurso de Cuba em uma Cúpula das AméricasFoto: Reuters/Jonathan Ernst

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, discursaram neste sábado (11/04) durante a sessão plenária da 7ª Cúpula das Américas, no Panamá. Os líderes trocaram palavras gentis antes do encontro histórico entre os líderes dos dois países.

O primeiro a falar foi Obama, que declarou que as mudanças na política entre Washington e Havana abrem uma "nova era no hemisfério". O presidente reforçou que seu país "não será prisioneiro do passado" e garantiu que, apesar das diferenças, o diálogo entre Cuba e EUA irá continuar.

"A Guerra Fria terminou. Eu não estou interessado em disputas que, francamente, começaram antes de eu nascer", afirmou Obama, acrescentando que procura "resolver os problemas" trabalhando e cooperando com toda região.

De acordo com Obama, a mudança política em relação a Cuba aprofunda o compromisso americano com toda a região. O presidente declarou também que, desde que chegou à Casa Branca em 2009, vem mantendo relações de parceria e igualdade com o continente.

Sem interesse em intervenções

Obama aproveitou ainda seu discurso para responder as críticas do presidente equatoriano, Rafael Correa, que minutos antes havia dito em plenária que os EUA continuavam a intervir "ilegalmente" na América Latina e pediu a "segunda independência da região".

Correa citou, como exemplos para o intervencionismo americano, a ordem executiva de Obama que declarou a Venezuela com uma "ameaça" e o pedido de funcionários americanos de recursos para "defender a liberdade de expressão" em Cuba, Venezuela, Equador e Nicarágua.

Obama e Castro deram aperto de mão histórico na abertura do eventoFoto: Reuters

O líder americano admitiu que, no passado, nem sempre as políticas americanas de direitos humanos foram acertadas, mas hoje seu país não tem interesse em "intervenção".

"Admiro sua origem humilde"

Após a fala de Obama, a palavra foi passada a Raúl Castro. O anúncio do discurso do líder cubano arrancou aplausos dos presentes. "Já era hora de eu falar aqui em nome de Cuba", iniciou o presidente do país que participa pela primeira vez da Cúpula das Américas.

Castro ultrapassou bastante os oito minutos estipulados para cada presidente. Durante pouco mais de 40 minutos, o líder cubano isentou Obama da culpa de ações políticas em relação a Cuba tomadas pelos seus dez antecessores e parabenizou o homólogo americano pela iniciativa de reaproximação entre os dois países.

"O presidente Obama é um homem honesto. Eu admiro sua origem humilde e acho que sua natureza se deve a essa origem humilde", disse Castro, que também pediu o fim do embargo à ilha e afirmou que consideraria um "passo positivo" uma decisão rápida sobre a retirada de Cuba da lista americana de países que apoiam o terrorismo.

CN/dpa/afp/efe

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