Obama defende "estratégia inteligente" contra o terrorismo
7 de dezembro de 2016
Em seu último discurso sobre segurança nacional antes de deixar o cargo, presidente dos EUA pede continuidade da luta contra o terror sem falsas promessas e sem abrir mão de direitos civis.
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concedeu nesta terça-feira (06/12) seu último discurso sobre segurança nacional antes de ser substituído por seu sucessor, Donald Trump. Dirigindo-se a centenas de militares numa base da força aérea em Tampa, na Flórida, o líder democrata exortou os americanos a continuarem a luta contra o terrorismo, mas alertou que isso não deve ser feito em detrimento dos direitos civis e das tradições democráticas do país.
"Precisamos da sabedoria para entender que manter nossos valores e aderir ao Estado de direito não é uma fraqueza. No longo prazo, essa é a nossa maior força", disse, arrancando aplausos dos soldados reunidos na base da força aérea MacDill. O local é a sede do Comando de Operações Especiais dos EUA e do Comando Central na Flórida.
"Nós podemos pegar esses terroristas e continuarmos fiéis a quem nós somos", disse, admitindo, no entanto, que "o extremismo violento ainda deverá permanecer conosco nos próximos anos".
"Em vez de oferecer falsas promessas de que podemos eliminar o terrorismo ao jogar mais bombas ou enviar cada vez mais soldados ou ainda ao nos isolarmos do resto do mundo com cercas, temos de enfrentar a ameaça terrorista no longo prazo e adotar uma estratégia inteligente que possa ser sustentável", afirmou.
O legado de Barack Obama
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O presidente também comentou as técnicas extremas de interrogatório antes aplicadas pela CIA contra detentos suspeitos de terrorismo. "Nós proibimos a tortura em todos os lugares e em todos os momentos, e isso inclui táticas como waterboarding", disse ele, referindo-se à técnica de tortura do afogamento simulado. "Em nenhum momento alguém que tenha trabalhado comigo me disse que isso nos rendeu boas informações."
Obama lamentou a incapacidade de cumprir suas promessas relativas ao centro de detenção na ilha caribenha de Guantánamo, em Cuba. O presidente atribuiu ao Congresso a culpa por não ter permitido que ele fechasse o centro, apontado por Obama como "uma mancha na nossa honra nacional". O democrata acrescentou que os EUA estão "desperdiçando centenas de milhões de dólares para manter menos de sessenta pessoas" no local.
Retirada de tropas
Obama salientou o fato de que, desde que assumiu a presidência em 2009, a maioria das tropas dos EUA foi retirada do Iraque e do Afeganistão. Sob seu governo, o número de soldados nos dois países foi reduzido de 180 mil para 15 mil. Isso também inclui o número de conselheiros na Síria.
"Em vez de colocar toda a carga sobre as tropas terrestres americanas; em vez de tentar organizar invasões onde quer que os terroristas apareçam, construímos uma rede de parceiros", disse ele.
"Somos uma nação que acredita que a liberdade nunca pode ser tomada como certa e que cada um de nós tem o dever de sustentá-la, o direito universal de falarmos o que pensamos e de protestarmos contra a autoridade, viver numa sociedade aberta e livre, que pode criticar o presidente sem retaliações", declarou. Obama não citou Trump em nenhum momento.
IP/afp/ap
A intimidade de Barack Obama
O mandato do líder americano se aproxima do fim. As imagens feitas por seu fotógrafo, Pete Souza, mostram momentos de ternura, humor e intimidade, captados pela lente de alguém que acompanhou o presidente por oito anos.
Foto: picture-alliance/White House/P. Souza
Sempre sob observação
Barack Obama talvez seja o homem mais fotografado do mundo. Mas poucos chegaram mais perto dele do que Pete Souza. Ele consegue captar os momentos mais humanos e íntimos do casal Obama. Como durante o jogo de basquete da seleção americana contra a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de 2012.
Foto: picture alliance/dpa/Pete Souza
Superpoderes contra superpotência
Souza consegue captar em suas fotos o senso de humor de Barack Obama. Nesta imagem, o presidente americano finge ser preso por uma teia invisível lançada por um Homem-Aranha de três anos de idade. Souza não consegue citar uma foto preferida, mas o presidente americano declarou ser esta sua imagem predileta do último ano, segundo o fotógrafo.
Foto: picture alliance/dpa/Pete Souza
Pequeno príncipe
Esta foto rodou o mundo. O príncipe George teve permissão de ir para a cama 15 minutos mais tarde do que normalmente durante o jantar oferecido a Barack e Michelle Obama pelo príncipe William e sua mulher, Kate. Vestido com roupão de banho, o terceiro na linha de sucessão ao trono britânico apertou a mão do casal, como gente grande.
Foto: picture alliance/ZUMA Press/Pete Souza
Cafuné presidencial
Ele é considerado o mais poderoso chefe de Estado no mundo. Mesmo assim, quer ser um presidente em que as pessoas podem tocar – pelo menos para muitas crianças americanas que têm permissão para visitá-lo no Salão Oval. O pequeno Jacob Philadelphia (centro) é uma delas. Uma imagem feita para ilustrar a proximidade de Obama com o povo.
Foto: picture alliance/dpa/Pete Souza
De bem com a vida
Obama também gosta de cultivar uma imagem de presidente "descolado". Aqui, ele aparece em um momento de descontração, junto com seu vice-presidente, Joe Biden, antes de um evento da campanha presidencial de 2012.
Foto: picture alliance/dpa/Pete Souza
Fala aí, "bro"!
Poucas imagens representam tão bem a preocupação de Obama com a grande disparidade na sociedade. O que parece um slogan eleitoral, Pete Souza consegue transportar para fora da Casa Branca com suas fotos.
Foto: White House/Pete Souza
Momentos históricos
O poder de belas imagens é conhecido na Casa Branca, claro. E o arco-íris não poderia estar melhor localizado no céu, como aqui, quando Obama entra a bordo do Air Force One em Kingston, para voar da Jamaica de volta aos Estados Unidos. Já em 2008, Souza publicou um livro sobre a ascensão do senador Obama. Ele também acompanhou o líder americano em muitas viagens.
Foto: picture alliance/dpa/Pete Souza
Uma família bem normal
Recepções, convites para jantar ou visitas oficiais. Como presidente dos EUA e primeira-dama, Barack e Michelle Obama estão sob observação constante. Mas longe do burburinho sobre suas pessoas, eles parecem ser uma família normal. Então, às vezes não há problema em comer na frente da televisão, como durante um jogo da seleção dos EUA contra o Japão.
Foto: Getty Images/White House/P. Souza
O menino dentro do homem
A Casa Branca, onde o destino da política mundial é decidido, se torna área de recreação após o expediente, e Barack Obama vira companheiro de diversão para o cão de estimação da família, Bo.
Foto: White House/Pete Souza
Gente como a gente
Também esta foto deve mostrar Obama como ele provavelmente gosta de ser visto: uma pessoa que continua sendo como as outras. Aqui, ele relaxa jogando com seus secretários e funcionários do Congresso. Quem se atreve a ser melhor que o presidente no basquete?