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Obama: "EUA não vão se intimidar"

3 de setembro de 2014

Declaração é feita pouco depois de a Casa Branca confirmar a autenticidade de um vídeo sobre a execução do jornalista Steven Sotloff. Presidente afirma que objetivo é destruir o "Estado Islâmico".

Presidente americano e colega estoniano, Toomas Hendrik Ilves durante entrevista coletiva em TallinnFoto: Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesta quarta-feira (03/09) que os Estados Unidos não vão se deixar intimidar pela execução do jornalista Steven Sotloff, de 31 anos, momentos depois de a Casa Branca ter confirmado a autencidade de um vídeo sobre a execução do repórter.

Em Tallinn, onde participa de uma cúpula da Otan, Obama afirmou que acabar com o grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) não será uma tarefa de "uma semana, um mês ou seis meses", mas o objetivo é destruir o EI para que o grupo deixe de ser uma ameaça para a região.

Antes, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Caitlin Hayden, havia anunciado que "os serviços de informações americanos analisaram o vídeo difundido [na terça-feira] e no qual se vê o cidadão americano Steven Sotloff e consideraram que é autêntico".

Duas semanas após a decapitação do jornalista americano James Foley, o EI executou Sotloff, sequestrado em agosto do ano passado na Síria, de acordo com um vídeo divulgado pelo grupo de vigilância de sites fundamentalistas islâmicos SITE. As imagens suscitaram uma onda de indignação mundial.

Presença militar

Obama também anunciou um aumento da presença militar americana no Mar Báltico, com o envio de tropas adicionais e aviões à base aérea de Amari, na Estônia. Ele não especificou quantos efetivos adicionais serão enviados. Atualmente estão estacionados no país 150 soldados americanos. O plano anunciado por Obama precisa ainda da aprovação do Congresso dos EUA.

No fim de abril, Washington anunciou o envio de 600 soldados ao Leste Europeu para participar en exercícios militares na Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia. Deles, 150 estão agora estacionados na Estônia, possivelmente até o final do ano.

Em junho, Obama prometeu em Varsóvia 1 bilhão de dólares para o fortalecimento da segurança militar do Leste Europeu, quantia que também tem que ser aprovada pelo Congresso de seu país.

O compromisso da Otan com a segurança da Estônia é "firme, inquebrantável e eterno", afirmou Obama nesta quarta-feira durante uma entrevista em Tallinn, ao lado do presidente da Estônia, Toomas Hendrik Ilves. O presidente americano destacou a importância do artigo 5 da Otan, segundo o qual uma agressão a um dos membros representa um ataque a todos.

"Muito cedo" para comentar trégua na Ucrânia

Em relação ao conflito na Ucrânia, Obama disse que ainda era "muito cedo" para comentar sobre um possível cessar-fogo. "Há uma possibilidade, vamos ver se ela se torna concreta", disse.

Pouco antes, Kiev havia divulgado que o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e seu colega russo, Vladimir Putin, haviam concordado, durante uma conversa telefônica, com um cessar-fogo na região de Donbass.

Pouco tempo depois, no entanto, Moscou negou a informação de Kiev, afirmando que Putin e Poroshenko haviam discutido "passos" que possam levar a um cessar-fogo entre os separatistas e as Forças Armadas ucranianas. O porta-voz do Kremlin acrescentou que o governo russo não pode, "em princípio", determinar uma trégua, já que "não faz parte do conflito".

MD/afp/dpa/lusa/ap

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