Obesidade infantil atinge taxas alarmantes, diz OMS
26 de janeiro de 2016
Pelo menos 41 milhões de crianças com menos de cinco anos estão acima do peso em todo o mundo. Falta de regulamentação de alimentos calóricos é uma das principais causas para a obesidade infantil.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira (25/01) que a obesidade em crianças menores de cinco anos atingiu taxas alarmantes e se tornou um "pesadelo explosivo" em países em desenvolvimento.
Pelo menos 41 milhões de crianças com menos de cinco anos são obesas ou estão acima do peso no mundo, apontou um relatório da OMS. Desde 1990, esse número aumentou em 10 milhões e, atualmente, há mais crianças nessa situação nos países mais pobres do que em países desenvolvidos.
Quase metade das crianças com menos de cinco anos acima do peso estão na Ásia e 25% delas na África. No continente africano, o número de crianças acima do peso quase dobrou desde 1990, passando de 5,4 milhões para 10,3 milhões em 2014.
"Sobrepeso e obesidade impactam na qualidade de vida de uma criança, impondo-as uma série de barreiras, incluindo consequências físicas, psicológicas e de saúde", afirmou a vice-presidente da Comissão da OMS para o Fim da Obesidade Infantil, Sania Nishtar.
A falta de regulamentação no comércio de alimentos e bebidas calóricos foi o principal fator para esse aumento, principalmente em países em desenvolvimento. Além da alimentação inadequada, fatores biológicos e a diminuição de atividades físicas em escolas também contribuíram para esse cenário.
A OMS alerta ainda que crianças que não recebem nutrientes suficientes na primeira infância têm um risco elevado de se tornarem obesas quando houver mudanças na ingestão de alimentos e nos níveis de atividades. Filhos de migrantes e indígenas também estão especialmente ameaçados devido às rápidas mudanças culturais e ao acesso limitado ao sistema de saúde.
O relatório afirma que governos são fundamentais para acabar com essa epidemia e assinala que os progressos no combate à obesidade infantil têm sido muito lentos.
A OMS ressaltou que as políticas públicas devem visar o combate as causas da obesidade infantil. Entre as medidas recomendadas, estão a promoção de alimentos saudáveis, incentivo à prática de atividades físicas e o acompanhamento psicológico de crianças obesas.
CN/rtr/afp/lusa
Sete fatos e um mito sobre o álcool
Carnaval é, para muitos, um momento de tomar umas a mais. Boa hora para conferir um estudo científico sobre o assunto. Que traz notícias nem tão alegres...
Foto: picture-alliance/dpa
Me engana que eu gosto
Há décadas a ciência vinha oferecendo perspectivas reconfortantes aos amigos do copo: álcool em quantidades moderadas – um ou dois copos de vinho por dia, por exemplo – faz bem à saúde e até prolonga a vida, dizem. Infelizmente, tal bonança acabou: entre outras revelações, um relatório do "British Medical Journal" apresenta um convite à revisão radical dos hábitos etílicos.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 1: Os europeus bebem mais do que os outros
Consumindo 11,8 e 11,6 litros de álcool puro por ano, respectivamente, os alemães e os britânicos ocupam uma posição mediana entre os grandes bebedores – ao contrário do que se poderia imaginar. Porém, no geral, está comprovado que os nativos do Velho Continente tendem a se embriagar mais do que os da América do Norte ou da Ásia.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 2: Mas ninguém bebe mais do que um bielorrusso
A ex-república soviética Belarus ocupa o topo absoluto na lista dos países mais beberrões do mundo: a média do consumo de álcool puro entre sua população é de 17,5 litros por ano. E a Rússia vem cambaleando logo atrás, com 15,1 litros. Ou seja: mesmo com a contínua alta dos preços, o império de Vladimir Putin segue sendo o paraíso da vodca.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 3: Olhos puxados e álcool não combinam
Ou, em termos um tanto mais científicos: grupos étnicos como os asiáticos dispõem de quantidades menores das enzimas que metabolizam o álcool. É uma questão de genética. Talvez por isso o turista japonês da foto, flagrado na Oktoberfest de Munique, já pareça estar antecipando a ressaca.
Foto: dpa
Fato 4: Beber não é coisa para mulher
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres bebem menos da metade do álcool que os homens. Não é uma questão de machismo, é um mero fato fisiológico. Entre os fatores em jogo estão a diferença de tamanho e a composição do corpo feminino, cujo maior teor de gordura tende a concentrar o álcool. Já os homens apresentam mais água no corpo, o que favorece a difusão da substância.
Foto: Fotolia/Kitty
Fato 5: A prosperidade faz o beberrão
Nos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, o consumo alcoólico está em alta. Homens e mulheres da classe média em expansão têm agora meios para adquirir boas bebidas importadas, como cerveja alemã ou vinho francês. Ou fazer como as jovens indianas da foto: viajar até a Oktoberfest de Munique para provar a típica cerveja bávara.
Foto: DW/I. Moog
Fato 6: Embriaguez é também questão religiosa
O menor consumo do mundo é registrado no Norte da África e no Oriente Médio. No Paquistão, Kuwait, Líbia e Mauritânia, só se ingere 0,1 litro de álcool puro por ano. É que, para a religião muçulmana, essa substância é "haram" – impura, e, portanto, proibida para os fiéis. Nesses países, a bebida mais popular é o chá.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 7: Álcool mata. Mesmo
E agora é que a coisa começa a ficar sem graça. A OMS alerta: o consumo etílico está relacionado a mais de 200 enfermidades e condições crônicas. Essa lista, que inclui o câncer e a cirrose, mata 3,3 milhões de amigos do copo por ano – o equivalente a cerca de 6% do número global de óbitos. Mas... só se a pessoa beber muito, não é mesmo?
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O mito: Um copo de vinho ao dia prolonga a vida
Errado. O relatório do "British Medical Journal" aponta falhas técnicas nos estudos anteriores que aconselhavam o consumo alcoólico moderado. Como eles não distinguiam entre não bebedores e os menos saudáveis ex-bebedores, os antigos cálculos não são confiáveis. Portanto, a forma mais saudável de beber, é mesmo não beber uma só gota.
Foto: DW/D. P. Lopes
A solução?
Para quem acredita cem por cento nos pesquisadores britânicos e quer ter vida longa a todo custo, só resta seguir o exemplo do Paquistão. Como mostra a foto, a república islâmica destrói regularmente, em massa, as garrafas que apreende, contrabandeadas de sua vizinha, a emergente e cada vez mais alcoólica Índia. Algum candidato a adotar solução tão radical? Quem sabe em 2016?