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Obesidade

24 de setembro de 2010

Pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico aponta aumento da taxa de obesidade em diversas nações e alerta para as consequências do que chama de "epidemia mundial".

Obesidade atinge centenas de naçõesFoto: picture alliance/dpa

A obesidade tem se tornado um dos principais problemas de saúde nos 33 países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo o estudo divulgado nesta quinta-feira (23/09) pela entidade, metade de todos os cidadãos nos países da organização, incluindo um terço das crianças, está com sobrepeso. Muitas vezes, o problema começa em casa. Filhos de pais obesos têm até quatro vezes mais chances de desenvolver o mesmo problema, se comparados com crianças de pais com peso normal.

Uma das razões para isso é o fato de as crianças assumirem os hábitos alimentares pouco saudáveis dos pais, comendo mal e se movimentando pouco, afirma o estudo.

No topo da lista de países com maiores índices da doença, segundo a OCDE, encontram-se os Estados Unidos e o México, onde duas em cada três pessoas estão acima do peso e uma em cada três é considerada obesa.

Filhos de obesos têm mais risco de desenvolver a doençaFoto: AP

Só na Alemanha, 60% dos homens e 45% das mulheres estão acima do peso. O problema vai além, um em cada seis alemães apresenta obesidade doentia. Em toda a Europa, o quadro só é pior no Reino Unido, Espanha e Grécia.

Risco de morte prematura

Cada 15 quilos a mais representam um risco 30% maior de morte prematura, escreve o documento. Além disso, os quilos em excesso também são vistos como desvantagem no ambiente profissional. Os funcionários obesos recebem salários até 18% mais baixos do que os de peso normal, revela a OCDE.

Antes de 1980, o problema era pouco conhecido. Dados mostram que até 30 anos atrás, apenas 10% das pessoas eram consideradas obesas. No entanto, de lá para cá, a doença se tornou uma epidemia mundial. E a OCDE adverte: em 10 anos, mais de dois terços da população mundial poderá sofrer de excesso de peso.

As razões são muitas: aumento da oferta de produtos alimentícios, maior consumo de comidas prontas e de fast food, sedentarismo, trabalho excessivo e estresse.

A organização critica ainda os subsídios agrícolas, que baratearam os alimentos, e a política de transportes, que incentiva o uso de carros em detrimento do transporte público e do uso da bicicleta.

Iniciativas contra a obesidade

Campanhas podem incentivar hábitos saudáveisFoto: Barbara Gruber

As estratégias da luta contra a obesidade precisam vir de um esforço conjunto entre política e economia, conclui o estudo. Campanhas que promovam a saúde e o bem-estar, e uma maior regulamentação estatal poderiam salvar centenas de milhares de pessoas que morrem de doenças crônicas decorrentes do sobrepeso.

Tais pacientes representam 75 mil pessoas a cada ano na Itália, 70 mil na Inglaterra e 40 mil no Canadá, por exemplo. Para evitar as mortes, seria necessário um investimento entre 10 e 30 dólares por paciente, conclui a OCDE.

A Organização Mundial da Saúde define como vítimas de sobrepeso os adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 30. Pessoas com índice mais alto são tidas como obesas. Para calcular o IMC, deve-se dividir o peso corporal pela altura ao quadrado.

MDA/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuqueque

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