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Obra de filha de Temer teria sido paga por mulher de coronel

12 de abril de 2018

Polícia Federal investiga ligação entre reforma na casa de Maristela Temer e propinas da JBS. Esposa do coronel Lima, amigo do presidente, teria pagado por serviços em espécie.

Michel Temer
Esposa de amigo pessoal de Michel Temer teria pago pelas reformas da casa de uma das filhas do presidenteFoto: Reuters/A. Machado

A esposa do coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, amigo de Michel Temer, pagou em dinheiro vivo pela reforma da casa de uma das filhas do presidente, segundo reportagem publicada nesta quinta-feira (12/04) no jornal Folha de São Paulo.

A reforma no imóvel da psicóloga Maristela Temer é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF), por suspeita de que a obra tenha sido financiada com dinheiro de propinas da JBS.

Segundo a reportagem da Folha, Piero Cosulich, proprietário da empresa Ibiza Acabamentos, que fornecia material de construção à casa da filha de Temer em reforma, afirmou que Fratezi fazia pessoalmente os pagamentos parcelados em sua loja.

Um recibo de uma das parcelas, ao qual a Folha teve acesso, foi emitido no dia 30 de março de 2015, no valor de 12.480 reais. Os investigadores chamaram a atenção para o fato de que os pagamentos ocorreram pouco depois da suposta entrega de uma propina da JBS ao coronel.

O esquema foi denunciado por meio do acordo de delação premiada de executivos da JBS, que motivou a abertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Temer.

O ex-funcionário da JBS Florisvaldo Oliveira afirma ter entregado 1 milhão de reais ao coronel na sede de uma de suas empresas em setembro de 2014. Esse montante seria parte de um total de 15 milhões de reais que teriam sido acertados com Temer, como doações de campanha.

O ex-diretor de relações Institucionais da JBS Ricardo Saud alega que Temer teria ficado com a parcela de 1 milhão de reais, em vez de repassar o valor.

Lima e o advogado José Yunes, também amigo de Temer, foram acusados de envolvimento no suposto esquema que arrecadava propinas para o MDB e para o próprio presidente.

Ambos se tornaram réus no processo em que ex-deputados do MDB da Câmara são acusados de integrar uma organização criminosa com indícios de intermediação de propina para beneficiar o partido.

Lima e Yunes foram incluídos em denúncia apresentada no ano passado contra os ex-deputados do MDB Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. Também foram denunciados o ex-assessor da presidência Rodrigo Rocha Loures e o delator Lúcio Funaro. Todos são considerados réus, após a Justiça Federal aceitar a denúncia no início da semana.

Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco foram denunciados no mesmo caso, mas a Câmara dos Deputados rejeitou o prosseguimento das investigações.

O coronel Lima e a esposa, Maria Rita Fratezi, também foram investigados pela PF no âmbito da operação Skala, que apura um esquema de corrupção envolvendo concessões públicas para empresas do setor portuário. No fim de março, Lima chegou a ficar três dias preso e Fratezi foi intimada a depor. Ambos permaneceram em silêncio.

RC/ots

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