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Observadores da ONU denunciam "crimes horrendos" na Síria

9 de junho de 2012

Confrontos na Síria deixam quase 80 civis mortos no início do fim de semana. Rússia reforça apelo por conferência internacional sobre o conflito no país, mas países ocidentais rejeitam a ideia.

Foto: Reuters

Os observadores enviados pelas Nações Unidas à Síria examinaram neste sábado (09/06), pela primeira vez, o cenário do massacre ocorrido em Al Kubair, na província de Hama, que deixou, segundo a oposição do governo, quase 80 civis mortos.

Sausan Ghoshe, porta-voz da ONU na Síria, afirmou que no local "ocorreram com certeza crimes horrendos" e que o odor de cadáveres permanece no ar. Além disso, os observadores relataram a existência de rastros de sangue em paredes dos prédios da cidade. Enquanto o governo insiste em afirmar que o massacre foi cometido por supostos "terroristas", os oposicionistas acusam a milícia Shabiha, próxima ao governo, de ter cometido os crimes.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos divulgou que 17 pessoas foram mortas em Daraa. A organização informou que, somente na última sexta-feira (08/06), 68 pessoas foram mortas em todo o país, sendo 36 civis. Os confrontos têm se intensificado nos últimos dias. De acordo com levantamento do Observatório, mais de 13,5 mil pessoas morreram na Síria desde o início das manifestações contra o governo, no ano passado.

Ataques em Daraa deixam civis mortosFoto: dapd

Novo apelo russo

A Rússia ampliou seus apelos por um encontro internacional sobre a Síria, sublinhando que sanções ou intervenções militares vão apenas tornar a situação mais grave. "Aplicar restrições ou medidas de força não vai obviamente trazer paz e irá apenas exacerbar a situação que já é complexa", disse o vice-ministro russo do Exterior, Gennady Gatilov.

Os massacres reportados na Síria nas últimas semanas têm aumentado as dúvidas sobre a eficiência do plano de paz elaborado pela ONU e impulsionado novas propostas de sanções ocidentais contra o país. A Rússia defende o plano de paz. O ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, vê uma eventual conferência internacional sobre o conflito sírio como forma de fazer com que o plano liderado por Kofi Annan funcione. Para ele, é necessária a participação de nações e grupos que tenham influência sobre o governo de Bashar Al-Assad e sobre seus inimigos.

A Rússia defende que o Irã tem "todo o direito" de participar da resolução do conflito e que Teerã poderia exercer um "papel construtivo na busca de um caminho para solucionar o conflito na Síria". Potencias ocidentais não concordam com a presença do Irã no diálogo.

Conselho escolhe novo líder

Líderes do Conselho Nacional Sírio (CNS) exilados na Turquia escolhem neste sábado (9/6) seu novo presidente, após o afastamento de Burhan Ghalioun, no mês passado. A votação acontece após comoção internacional pelo massacre em Al-Kubair.

CNS escolhe substituto de Burhan GhaliounFoto: picture-alliance/dpa

Ghalioun pediu demissão no dia 17 de maio último, sob as acusações de abuso de poder e de não conseguir comandar de forma eficiente os comitês de coordenação local, que estão conduzindo os protestos contra o governo. Seus críticos também o condenam por concordar que a Irmandade Muçulmana desempenhe um papel de liderança no CNS.

Os oposicionistas tentam encontrar um nome de consenso que possa ser aceito por islâmicos, liberais e nacionalistas. O mais cotado é o do curdo Abdel Basset Sayda, membro do comitê executivo do CNS. Sayda está exilado na Suécia e integra o Conselho como ativista independente. Ele também lidera o departamento de direitos humanos do órgão.

MP/dpa/rtr/afp
Revisão: Soraia Vilela

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