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Educação

7 de setembro de 2010

Estudo da OCDE afirma que investimentos em educação compensam tanto para os profissionais, que recebem melhores salários, como para os governos, que arrecadam mais impostos.

Formandos da Universidade de Bremen, na AlemanhaFoto: dpa

A conclusão de um curso superior é a melhor proteção contra o desemprego e ao mesmo tempo a garantia de um salário mais alto, afirma a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório anual sobre educação, divulgado nesta terça-feira (7/09).

Segundo o estudo, quem concluiu um curso superior corre menos risco de ficar desempregado e, além disso, tem vencimentos superiores aos de pessoas com formação técnica ou profissionalizante. Na Alemanha, por exemplo, os valores são em média 75% maiores.

A análise conduzida em 38 países demonstra também que os investimentos em educação revertem para o Estado na forma de crescimento econômico e aumento na arrecadação de impostos.

Mas, ao mesmo tempo, a organização adverte que, como as taxas de natalidade estão em declínio em quase todos os países industrializados, é imprescindível assegurar um alto nível de qualificação profissional para poder atender à demanda por mão de obra qualificada também no futuro.

Cada vez mais pessoas com nível superior

Estudo foi apresentado em Berlim por Heino von Meyer (e), ao lado da secretária da Ciência da Baixa Saxônia, Johanna Wanka, e da ministra da Educação, Annette SchavanFoto: picture alliance/dpa

O estudo salienta que, apesar das melhorias no sistema educacional alemão nos últimos anos, em comparação com outros países ainda é muito inferior o percentual de jovens que iniciam um curso superior na Alemanha. Ao mesmo tempo, continua alto o número de desistentes.

Mesmo que o percentual dos que começaram um curso superior na Alemanha tenha aumentado para 43%, em muitos outros países da OCDE a cota ultrapassa os 50%, assinala a OCDE.

O relatório Panorâmica da Educação 2010: Indicadores da OCDE, que reúne dados de 2007 e 2008, abrange os 33 países membros da OCDE e inclui também dados sobre Brasil, Rússia e, pela primeira vez, China, Índia e Indonésia.

Nos últimos 15 anos, a proporção nos países-membros dos que concluíram um curso superior aumentou significativamente de "cerca de 20% em 1995 para cerca de 40% hoje", disse Eric Charbonnier, especialista da OCDE, à agência de notícias AFP. "O mercado de trabalho tem conseguido absorver estas novas qualificações", acrescentou, sendo que "75% destes jovens ocupam empregos qualificados".

Alemanha investe pouco em educação, adverte OCDE

Para evitar uma crise de mão de obra especializada no país, a organização recomenda à Alemanha que possibilite o acesso a cursos superiores para jovens de baixa renda ou de famílias que não transmitam aos filhos a tradição de continuar estudando.

A Alemanha é o país "com a menor propensão ao ensino superior", diz o relatório. Também os gastos do país com educação são muito baixos, adverte a OCDE. Segundo a entidade, em 2007 os gastos estatais e privados com educação corresponderam a 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Apenas Eslováquia, República Tcheca e Itália gastaram ainda menos. Nos países que mais gastaram com educação, como Estados Unidos, Coreia do Sul e Dinamarca, o percentual superou os 7% do PIB.

Elogio ao sistema alemão de qualificação profissional

Enquanto nos últimos dez anos o número de empregados com formação superior na Alemanha aumentou em apenas 0,9%, o estudo diz que a média nos países da OCDE foi de 4,6%.

Por outro lado, a organização elogia o chamado "sistema dual" de qualificação profissional na Alemanha, fundamentado na formação prática na empresa e a teórica numa escola profissionalizante.

Em comparação com outros países, a formação profissional "é um fator decisivo para a baixa cota de desemprego entre jovens", disse Kathrin Höckel, especialista da organização.

RW/dpa/lusa/afp/dapd
Revisão: Alexandre Schossler

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