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OCDE prevê que Brasil crescerá 3,7% se frear pandemia

31 de maio de 2021

Previsão para o PIB brasileiro é a mesma de março passado e depende do controle da covid-19 e da inflação. No mundo, China e EUA lideram recuperação econômica.

Comércio popular no Rio de Janeiro
A inflação é outra ameaça à recuperação econômica do BrasilFoto: picture-alliance/F. Souza

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) manteve sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 em 3,7%, segundo o relatório Perspectivas Econômicas divulgado nesta segunda-feira (31/05) em Paris.

O índice é o mesmo projetado em março e 1,1 ponto percentual acima da projeção de dezembro, de 2,6%.

A previsão de crescimento para 2022 recuou, passando de 2,7% em março para 2,5% no relatório atual. Em dezembro passado era de 2,2%.

A economia brasileira deverá retornar ao patamar pré-pandemia somente a partir do terceiro trimestre de 2022, projetou a instituição, que reúne 38 nações que representam 60% do PIB mundial. O Brasil tenta ingressar no grupo.

A OCDE analisou que a economia se recuperou com força no fim de 2020, apesar do elevado número de infecções e mortes no Brasil, e que a recuperação prevista depende do controle da pandemia de covid-19.

A organização avaliou que, diante da atual situação econômica, medidas para o rápido controle da pandemia são fundamentais, em especial a aceleração da campanha de vacinação e um melhor rastreamento de contatos.

Para a OCDE, a outra ameaça à recuperação econômica brasileira é a inflação, que tem subido nos últimos meses e que deverá ficar acima do teto da meta anual do Banco Central, de 5,25%.

A OCDE também destacou que o apoio às famílias mais vulneráveis foi reduzido em 2021. A pobreza havia caído de 29% para 21% entre 2019 e 2020, devido aos programas sociais, como o auxílio emergencial, e ao Bolsa Família, mas poderá subir de novo em 2021 se as ajudas sociais não forem prolongadas, alertou.

Recuperação mundial desigual

No cenário internacional, a OCDE afirmou que a recuperação da economia mundial está se acelerando, mas tem sido desigual entre os países e enfrenta vários revezes, incluindo a carência de vacinas em países pobres e emergentes.

Nos países ricos, as medidas de estímulo e alívio dos governos foram rápidas e efetivas e ajudaram as economias. Assim, as perspectivas econômicas melhoraram consideravelmente nos últimos meses, afirmou a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.

A organização projeta um crescimento global de 5,8%, um pouco acima da previsão de março, de 5,6%. Em 2022, o crescimento deverá ser de 4,4%.

Na ponta de recuperação estão as duas maiores economias do mundo, os Estados Unidos e a China. A OCDE prevê um crescimento de 8,5% para a China e de 6,9% para os Estados Unidos em 2021. Já para a Alemanha, a alta deverá ser de 3,3%, e para o Japão, de 2,6%.

as/cn (Efe, ots)

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