1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

OCDE reduz previsões de crescimento para Alemanha e França

4 de dezembro de 2024

Crises políticas e redução da demanda global abalam perspectivas de crescimento das duas principais economias da UE. Organização alerta ainda que crescentes tensões comerciais podem atrapalhar a economia mundial.

Linha de montagem de fábrica da Opel, na Alemanha
Crescimento econômico alemão deve permanecer abaixo da média da zona do euro em 2024 e 2025Foto: Martin Schutt/dpa/picture alliance

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu nesta quarta-feira (04/12) suas previsões de crescimento econômico para Alemanha e França.

A organização econômica intergovernamental sediada em Paris, que aconselha nações industrializadas em questões econômicas, financeiras, comerciais e sociais, avalia que a economia alemã deverá crescer 0,7% em 2025, reduzindo a expectativa anterior de crescimento de 1,1%.

A OCDE também reduziu sua projeção de crescimento para a França em 0,3 ponto percentual e passou a estimar que que a economia francesa deverá ter expansão de 0,9% no próximo ano.

A Alemanha e a França, as duas principais economias da União Europeia (UE), vêm enfrentando uma série de desafios, incluindo disputas políticas internas, alta no preço de energia, investimentos defasados e enfraquecimento da demanda em importantes mercados estrangeiros.

O que a OCDE disse sobre a economia alemã?

A coalizão de governo da Alemanha entrou em colapso no mês passado devido a divergências sobre como lidar com a crise econômica do país, o que resultou na convocação de eleições antecipadas, previstas para 23 de fevereiro.

A maior economia da Europa deve permanecer abaixo da média da zona do euro de 1,3% em 2024 e 1,5% em 2025. Contudo, segundo a OCDE, a baixa inflação e o aumento dos salários devem apoiar os rendimentos reais e o consumo privado.

"Os investimentos privados aumentarão gradualmente, apoiados pelas por uma alta economia por parte das empresas e as taxas de juros em declínio lento, mas as incertezas políticas continuarão a pesar na confiança dos investidores", informou a organização.

O peso da crise política no crescimento da França

Na França, o governo minoritário do primeiro-ministro Michel Barnier foi derrubado nesta quarta-feira por uma moção de censura no Parlamento depois de forçar a aprovação de um projeto de lei orçamentária impopular em uma tentativa de cortar o alto déficit orçamentário do país.

O plano de redução do déficit inicialmente apresentado por Barnier continha aumentos de impostos e cortes de gastos que somavam € 60 bilhões (R$ 381 bilhões), visando reduzir o déficit para 5% da produção econômica em 2025 em relação à estimativa de 6,1% para este ano. O objetivo é reduzir o déficit para 3% até 2029.

A estratégia foi vista como uma tentativa de acalmar a economia francesa. Mas, após os deputados votarem para derrubar o governo de Barnier, teme-se que possa lançar o país em turbulência política.

A OCDE espera que a economia da França se expanda apenas 0,9% em 2025 e 1% em 2026.

Quais são os riscos à economia global?

A organização também alertou nesta quarta-feira sobre a crescente ameaça de protecionismo comercial em todo o mundo, sendo que o aumento das barreiras comerciais deverá gerar perturbações à economia global.

O alerta vem um mês depois de o presidente eleito dos EUA Donald Trumpvencer a eleição presidencial. O republicano já ameaçou impor tarifas a vários parceiros comerciais, como México, Canadá e China e aos países do Brics.

A OCDE alertou que um "maior protecionismo comercial, particularmente por parte das maiores economias" representa um "risco de queda" para o crescimento global, embora a entidade tenha aumentado a previsão de 2025 para a economia mundial para 3,3%, o que representa um aumento de 0,1 ponto percentual.

"Aumentos em medidas restritivas ao comércio podem resultar em altas dos custos e preços, impedir investimentos, enfraquecer a inovação e, finalmente, diminuir o crescimento", alertou a OCDE.

Um estudo recente da consultoria Roland Berger calculou o prejuízo das medidas a serem adotadas pelos EUA e prováveis contramedidas da China e da UE em mais de US$ 2,1 trilhões até 2029.

rc (Reuters, AFP)

Pular a seção Mais sobre este assunto

Mais sobre este assunto

Mostrar mais conteúdo