Ocidente condena testes de mísseis da Coreia do Norte
22 de junho de 2016
França pede resposta rápida do Conselho de Segurança, afirmando que se trata de violação "clara e inaceitável" de resoluções que proíbem Coreia do Norte de realizar testes nucleares e balísticos. Otan fala em provocação.
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Coreia do Norte tem sucesso em lançamento de míssil
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A presidência francesa do Conselho de Segurança da ONU afirmou nesta quarta-feira (22/06) que os mais recentes testes da Coreia do Norte com mísseis balísticos são uma "clara e inaceitável" violação de resoluções do organismo.
O diplomata François Delattre defendeu uma resposta rápida do Conselho e disse que o órgão deverá se reunir ainda nesta quarta-feira para debater o assunto. "Somos favoráveis a uma reação rápida e firme do Conselho de Segurança", afirmou.
"O programa balístico da Coreia do Norte é uma ameaça séria à paz e à segurança regionais e internacionais. Confrontados com a ameaça de proliferação, consideramos que fraqueza não é uma opção", afirmou.
Logo em seguida, os Estados Unidos e o Japão pediram uma reunião urgente do Conselho de Segurança.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também condenou os novos lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte, chamando-os de ações provocatórias que violam várias resoluções da ONU.
A China respondeu aos lançamentos com um novo apelo à contenção e a favor de ações construtivas em prol da paz na península coreana. "Julgamos que todas as partes devem evitar cometer ações que aumentem a tensão e dar passos no sentido de proteger a paz e a estabilidade na península", afirmou o Ministério do Exterior.
Dois testes
Militares da Coreia do Sul afirmaram nesta quarta-feira que a Coreia do Norte testou dois mísseis Musudan de médio alcance. Aparentemente, o primeiro falhou e o segundo foi bem-sucedido. Nos últimos meses, outros quatro testes semelhantes falharam.
Os testes preocupam os Estados Unidos e seus aliados Japão e Coreia do Sul porque o raio de alcance do míssil, de 3.500 quilômetros, inclui boa parte da Ásia e do Pacífico, incluindo bases militares americanas em Guam.
Os testes, realizados com um intervalo de duas horas, revelam um avanço claro no programa de mísseis balísticos de Pyongyang. O segundo míssil teria voado cerca de 400 quilômetros e alcançado uma altitude de mil quilômetros, segundo militares japoneses.
Várias resoluções do Conselho de Segurança proíbem à Coreia do Norte qualquer atividade nuclear ou balística. Após o quarto teste nuclear norte-coreano, em 6 de janeiro, que foi seguido, em 7 de fevereiro, do lançamento de um foguete, amplamente considerado o ensaio disfarçado de um míssil de longo alcance, o Conselho de Segurança da ONU adotou as sanções mais duras já impostas a Pyongyang.
AS/lusa/afp/ap
Os encantos secretos da Coreia do Norte
Natural de Cingapura, o fotógrafo Aram Pan percorreu durante vários dias o território da ditadura comunista na Ásia. Mas se recusou a abordar política: para ele o que contam são belezas naturais e arquitetônicas.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Tranquila beleza de Pyongyang
O fotógrafo cingapurense Aram Pan viajou em 2013 à Coreia do Norte para realizar o projeto DPRK 360, em que buscou imortalizar o povo e a forma de vida desse hermético Estado asiático, expondo as imagens online. Esta foi tirada do Hotel Yanggakdo, onde Pan se hospedou durante sua estada na capital, Pyongyang.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Ao pé dos ídolos nacionais
O Grande Monumento Mansudae é um dos pontos turísticos mais visitados da capital norte-coreana. Turistas locais e internacionais costumam depositar flores aos pés das gigantescas estátuas dos líderes comunistas Kim Il-sung e Kim Jong-il, que se destacam em meio à esplanada extremamente bem cuidada.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Polícia robótica
Aram Pan conta que a policial da foto se manteve imóvel apenas os segundos necessários para registrá-la. Embora no país não circulem muitos automóveis, as cidades mantêm funcionários encarregados de manter a ordem no tráfego – para o que executam movimentos rítmicos, como robôs.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Metrô sob o signo do perigo
São 15h de um dia de agosto de 2013. Embora não seja horário de pico, o metrô da capital está abarrotado. As estações do meio de transporte urbano, que dispõe de duas linhas, foram construídas a vários metros de profundidade, a fim de resistirem a eventuais bombardeios.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
"Shiny happy people"
Cidadãos dançando felizes e despreocupados, numa ditadura comunista? Além de não interferir no que registra, Pan se recusa a discutir política. Ele pede aos que veem suas fotografias que não pensem nele, mas na gente e nas paisagens do país. "Ninguém viaja a um país para fotografar cárceres", argumenta, ao ser criticado por mostrar uma Coreia do Norte amável. A imagem foi feita perto de Wonsan.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Sol, areia e mar
Na costa norte-coreana, não há diferença visível entre os divertimentos dos cidadãos nas praias e os de qualquer democracia do mundo. Eles jogam voleibol, brincam na areia, entram de boia na água. Não faltam chuveiros para tirar a areia antes da volta para casa. Em muitas fotografias de Pan veem-se rostos sorridentes.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Chove sobre a cidade
Dia de chuva em Wonsan, na costa leste. Aram Pan brinca, afirmando que as pessoas sabem mais sobre o cosmos do que sobre a Coreia do Norte. E acrescenta que deseja contribuir com seu pequeno grão de areia para que isso mude.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
De guarda-chuva no palácio
Estas graciosas meninas são alunas do Palácio de Crianças de Mangyongdae, uma escola perto de Pyongyang. Dança, música, interpretação teatral e desenho são algumas das disciplinas ensinadas na conceituada instituição pública.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Talento genuíno
O fotógrafo de Cingapura conta que esteve cinco minutos observando este garoto desenhar e pode atestar que seu talento é genuíno. Alguns visitantes da página do DPRK 360 no Facebook duvidam da autenticidade das fotografias, que poderiam ser encenadas ou seriam meras atuações para os turistas. Aram Pan assegura que não é o caso.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Sensacional coordenação
O famoso Festival Arirang, de que participam até cem mil ginastas, é uma das maiores demonstrações de trabalho coordenado do mundo. A celebração iniciada em 2002, em honra do fundador da nação, Kim Il-sung, é outra das grandes atrações turísticas norte-coreanas.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Expressão da normalidade
Perto de Kaesong, cidade famosa por dispor de fábricas de investidores sul-coreanos, Aram Pan viu esta senhora que passeava com uma menina. Ele diz que a imagem expressa exatamente o que desejava mostrar da Coreia do Norte: gente comum e normal.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Maravilhas de natureza
Os arredores do monte Kumgang são muito frequentados pelos norte-coreanos, que lá vão para fazer piquenique enquanto admiram a paisagem. A região é umas das grandes apostas do regime: o país aspira transformar-se em polo turístico internacional, e maravilhas naturais como Kumgangsam deverão convencer até os mais céticos.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Vida noturna na capital
À noite, os moradores de Pyongyang tomam o bonde para voltar à casa. Aram Pan enfatiza a misteriosa beleza noturna da cidade, quando o silêncio toma conta dela e as luzes lhe conferem uma atmosfera inigualável.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Maior que o de Paris
Construído em 1982 em homenagem ao 70º aniversário do líder Kim Il-sung, o Arco do Triunfo de Pyongyang é uma dezena de metros mais alto do que seu equivalente em Paris, em cuja arquitetura é baseado. Também aqui a escuridão do céu e a iluminação urbana criam um clima mágico.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Um mundo sem política?
Enquanto o sol se põe na capital, vê-se, em primeiro plano, a Torre Juche, enorme obelisco de 170 metros de altura também erguido em 1982 em honra de Kim Il-sung. O fotógrafo Aram Pan não quer saber de conflitos, ideologias ou violações dos direitos humanos: para ele o que conta são as belezas naturais e arquitetônicas da Coreia do Norte, as quais quer mostrar ao mundo em seu projeto DPRK 360.