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Ocidente promete sanções conjuntas caso Ucrânia seja atacada

12 de fevereiro de 2022

Líderes da UE e de oito países membros da Otan, entre eles Alemanha e EUA, afirmam que querem evitar guerra e apelam à Rússia para resolução diplomática. Moscou classifica alegações de ataque iminente como "histeria".

Mísseis sendo colocados em um caminhão. Abaixo, há três soldados com roupas camuflada.
Soldados ucranianos carregam mísseis guiados antitanque Javelin entregues pelos EUAFoto: Efrem Lukatsky/AP/dpa/picture alliance

Líderes da União Europeia (EU) e de oito países membros da Otan prometeram nesta sexta-feira (11/02) rápidas e duras sanções contra a Rússia caso o país ataque a Ucrânia.

Os mandatários de Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Polônia, Romênia, França, Alemanha e Canadá, além do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, conversaram por videoconferência sobre a iminência de um ataque de Moscou a Kiev.

"Os aliados estão determinados a tomar em conjunto sanções rápidas e drásticas contra a Rússia no caso de novas violações da integridade territorial e soberania da Ucrânia", disse Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler federal alemão, Olaf Scholz, no Twitter, após a reunião.

"Todos os esforços diplomáticos visam persuadir Moscou a diminuir a escalada. É importante evitar uma guerra na Europa", acrescentou.

A Alemanha classificou a situação como "muito, muito séria". O governo alemão disse, em comunicado oficial, que todos os participantes do encontro virtual "compartilham sua grande preocupação com o aumento das tensões devido às atividades militares russas".

A nota também ressalta que os líderes "expressaram sua contínua solidariedade e apoio à Ucrânia" e "reiteraram o apelo para que a Rússia acalme a situação e resolva as questões pendentes por meio do diálogo".

Todas as opções na mesa

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou que todas as opções estão na mesa e que as possíveis sanções à Rússia afetariam "os setores financeiro e energético, bem como as exportações de produtos de alta tecnologia", segundo uma nota divulgada pelo seu gabinete.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse temer "pela segurança da Europa nas circunstâncias atuais", conforme uma nota de Downing Street.

Artigos militares chegam a UcrâniaFoto: Reuters

A videoconferência ocorreu após o secretário de Estado americano, Antony Blinken, alertar nesta sexta-feira que a Rússia pode invadir "a qualquer momento a Ucrânia".

O chefe dos serviços secretos noruegueses garantiu nesta sexta-feira que está tudo pronto, do ponto de vista operacional, para um amplo espectro de operações militares russas na Ucrânia, sublinhando que a decisão do que acontecerá pertence agora ao Kremlin.

Rússia fala em "histeria"

A Rússia descreveu nesta sexta-feira como "histeria" as notícias sobre um ataque iminente à Ucrânia.

"A histeria da Casa Branca é mais reveladora do que nunca. Os anglo-saxões querem a guerra a todo custo", disse a porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Maria Zakharova, em suas redes sociais.

Segundo Zakharova, provocações, desinformação e ameaças são "o método preferido dos anglo-saxões para resolver problemas próprios".

"A máquina político-militar americana está pronta para usar vidas humanas novamente. O mundo inteiro está vendo como o militarismo e as ambições imperiais se revelam", acrescentou a porta-voz.

Tentativas diplomáticas

As muitas reuniões virtuais e encontros presenciais dos últimos dias não foram capazes de avançar nas negociações de paz. Os esforços diplomáticos europeus devem seguir nos próximos dias. De acordo com a agência de notícias EFE, os presidentes americano, Joe Biden, e russo, Vladimir Putin, conversarão por telefone neste sábado.

A agência portuguesa Lusa noticiou que Macron também conversará com o presidente russo neste sábado.

Na segunda-feira, Olaf Scholz visitará Kiev para um encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Depois, na terça-feira, econtrará Putin em Moscou.

Em meio as tensões, os Estados Unidos pediram que seus cidadãos deixem a Ucrânia em até 48 horas. Coreia do Sul, Holanda, Dinamarca, Estônia, Letônia e Reino Unido fizeram apelos semelhantes.

Soldados dos EUA fazem fila durante a visita do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na base aérea Mihail Kogalniceanu, na Romênia,Foto: Andreea Alexandru/AP Photo/picture alliance

A União Europeia decidiu permitir que a equipe não essencial de sua representação diplomática em Kiev deixe o país. "Não estamos evacuando. No momento, o pessoal não essencial recebeu a oportunidade de teletrabalho de fora do país", disse à agência EFE o porta-voz comunitário de Exteriores, Peter Stano.

Israel anunciou a retirada das famílias de diplomatas e funcionários da embaixada em Kiev.

Tensão na fronteira com a Ucrânia

Segundo estimativas de países ocidentais, a Rússia mantém mais de 100.000 soldados próximo às fronteiras com a Ucrânia. Além disso, realiza exercícios militares em Belarus com cerca de 30.000 soldados, bem como manobras no Mar Negro. 

Moscou, que já anexou a península da Crimeia em 2014, nega qualquer movimento agressivo em direção à Ucrânia, mas condiciona qualquer desescalada a uma série de requisitos, incluindo a garantia de que Kiev nunca integrará a Otan, algo que o Ocidente considera inaceitável.

A escalada na tensão tem feito países aliados da Otan a enviarem tropas, bem como armas e veículos de guerra a países do Leste Europeu. 

le (Lusa, EFE, ots)

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