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OEA cria grupo para mediar conflito na Nicarágua

10 de agosto de 2018

Brasil integra iniciativa para buscar soluções para a crise social e política no país centro-americano, que já deixou mais de 300 mortos. Manágua fala em intromissão em assuntos internos.

Manifestação contra o governo em Manágua, na Nicarágua
País tem sido palco de intensos protestos contra o governo OrtegaFoto: Reuters/J. Cabrera

Doze países, incluindo o Brasil, passam a integrar a partir desta sexta-feira (10/08) um grupo de trabalho designado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para buscar soluções para a crise na Nicarágua. Há quase quatro meses, o país da América Central convive com protestos diários, violência e repressão por parte do governo.

Além dos brasileiros, integrarão o grupo de trabalho representantes de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guiana, México, Panamá e Peru. O anúncio foi feito durante um reunião do Conselho Permanente da OEA, em Washington, pela embaixadora da Costa Rica na organização, Rita María Hernández.

Uma das principais tarefas do grupo será criar uma missão internacional para visitar o país centro-americano, para o que necessita da aprovação do governo nicaraguense.

A Nicarágua criticou a medida. Após a sessão que marcou o início das atividades do grupo, o ministro nicaraguense das Relações Exteriores, Denis Moncada, reiterou sua oposição. "A Nicarágua rejeita e condena essa ação desrespeitosa de um grupo de países deste conselho, ao tentar constituir-se em autoridade estrangeira, interferindo nos assuntos internos que competem exclusivamente aos nicaraguenses", ressaltou Moncada.

O grupo de trabalho deverá respaldar o diálogo nacional na Nicarágua, que começou em maio com a mediação da Igreja Católica e que está parado por causa da recusa do governo de antecipar para 2019 as eleições marcadas para 2021, principal exigência da oposição. O arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes, disse que a Igreja busca a retomada do diálogo.

Os protestos contra o presidente Daniel Ortega começaram em 18 de abril, após o anúncio de planos de uma reforma da previdência. Os planos acabaram sendo abandonados pelo governo devido aos protestos, que acabaram se tornando uma campanha pela renúncia de Ortega. Ele comanda o país há 11 anos e acumula acusações de abuso de poder e corrupção.

Os conflitos que vêm ocorrendo no país já deixaram 317 mortos, de acordo com os últimos números da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Outras organizações humanitárias contabilizam 448 vítimas. Já o governo da Nicarágua só reconhece 197.

No final de julho, uma estudante brasileira de 30 anos morreu no sul do país após ser atingida por disparos.

JPS/efe/abra

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