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Ofensiva diplomática do Irã na ONU dá fôlego a discussões com AIEA

27 de setembro de 2013

Agência Internacional de Energia Atômica iniciou discussões com o Irã após declarações do país reforçando a intenção de "interação construtiva" com a comunidade internacional. Mas acordo pode levar tempo, diz Teerã.

O presidente do Irã, Hassan Rohani, fez discurso moderado na ONU esta semana
O presidente do Irã, Hassan Rohani, fez discurso moderado na ONU esta semanaFoto: Isna

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) iniciou nesta sexta-feira (27/09) discussões com o Irã em Viena sobre o programa nuclear daquele país, depois da ofensiva diplomática de Teerã nas Nações Unidas em Nova York e de uma reaproximação entre os Estados Unidos e a República islâmica esta semana, durante a Assembleia Geral da ONU.

Na quinta, houve encontros separados, mas relacionados, sobre o assunto na sede da ONU, onde o Irã e os EUA mantiveram discussões de alto nível – os primeiros em anos.

Para o Ocidente, as negociações de Teerã com a AIEA são um teste para saber se o país vai mudar de posição sobre o seu programa nuclear – uma postura vista como intransigente sob a presidência iraniana anterior, liderada por Mahmoud Ahmadinejad.

As discussões em Viena são as primeiras desde que Hassan Rohani assumiu a presidência do país, no início de agosto. As dez reuniões anteriores foram marcadas pelo fracasso. A reunião com a AIEA permitirá aos novos negociadores iranianos confirmar a "forte vontade" de cooperar com a agência, seguindo as declarações feitas em meados de setembro por Reza Najafi, o novo embaixador do Irã junto à AIEA.

Porém, apesar de reiterar a nova política de "interação construtiva" do Irã, Najafi disse não esperar um novo acordo sobre o programa nuclear nesta sexta-feira. "Essa é a primeira reunião, então acho que ninguém deveria esperar que poderemos resolver os nossos problemas num dia só", disse Najafi, que foi apontado embaixador no mês passado. "Esperamos falar novamente sobre problemas existentes e trocar ideias sobre como podemos cooperar para resolver todos as questões pendentes", afirmou.

Ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, em encontros paralelos na Assembleia Geral da ONUFoto: Irna

Há vários anos, a AIEA investiga suspeitas de que o Irã tenha feito esforços para processar urânio, testar explosivos e reformar um míssil balístico para transformá-lo numa ogiva nuclear.

O Irã diz que as alegações não têm fundamento. Porém, desde que Rohani assumiu a presidência, em agosto, o país vem pedindo para expandir a cooperação com a agência da ONU. Diplomatas do Ocidente acusaram o Irã de obstruir a investigação da AIEA. O país afirma que o programa nuclear é pacífico, mas a recusa do país a abrir completamente os detalhes do programa levou a sanções pelo Ocidente, que prejudicaram as exportações de petróleo do país.

O presidente iraniano Hassan Rohani disse esta semana que o Irã nunca desenvolveria armas atômicas, apelando a um acordo nuclear que seria fechado num prazo de três a seis meses.

O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro iraniano do Exterior, Mohammad Javad Zarif, expressaram cautela otimista, tanto após um encontro a portas fechadas em Nova York na quinta-feira, quanto em reuniões com outras potências mundiais.

As negociações diplomáticas com o grupo dos seis – EUA, Rússia, China, Reino Unido e França, com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha – se concentram no programa nuclear atual do Irã, enquanto as negociações com a AIEA focam o passado.

RK/rtr/afp/dpa

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