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Ofensiva iraquiana avança no leste de Mossul

2 de novembro de 2016

Forças iraquianas buscam jihadistas de casa em casa no bairro oriental de Gogjali. Milícias xiitas pró-governo dizem ter libertado 46 vilarejos das mãos do EI a oeste e sudoeste de Mossul, onde o progresso é mais lento.

Ofensiva militar iraquiana em Mossul
Foto: picture-alliance/abaca/A. Izgi

A ofensiva das tropas iraquianas contra o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) segue à tona na zona leste da cidade de Mossul, onde pelo menos oito jihadistas foram mortos nesta sexta-feira (02/11), segundo informou a agência de notícias Associated Press, citando fontes militares.

Seis dos combatentes morreram dentro de um túnel no bairro de Gogjali, recém-capturado pelas forças iraquianas, e outros dois foram fuzilados ao avançarem contra as tropas do governo, afirmou Muhanad al-Timimi, tenente-coronel das Forças Armadas do Iraque, à agência de notícias. Segundo ele, um dos jihadistas mortos nesta quarta-feira vestia um colete carregado de explosivos.

Ao longo do dia, forças especiais fizeram uma busca intensa por jihadistas em Gogjali, indo de casa em casa, enquanto outros soldados procuravam por explosivos e armadilhas nas ruas e estradas.

No bairro vizinho de al-Samah, centenas de civis foram libertados nesta quarta-feira. Alguns deixaram o local erguendo bandeiras brancas. Todas as mulheres vestiam o niqab, véu que cobre o rosto e o pescoço, com apenas uma abertura diante dos olhos, enquanto todos os homens tinham barbas longas – o EI impõe um código de vestimenta rigoroso nos territórios que ocupa.

A grande ofensiva para reconquistar Mossul começou no último dia 17 de outubro e, desde então, as forças iraquianas, com apoio dos combatentes curdos peshmerga e da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, foram avançando sem pausa, pelas frentes leste, norte e sul. Nesta terça-feira, as tropas entraram pela primeira vez na cidade, a segunda mais importante do Iraque e último bastião jihadista no país.

Mais ao sul de Mossul, onde o progresso tem sido mais lento, forças iraquianas dizem ter retomado quatro pequenas vilas na região de Hammam al-Alil, a cerca de 30 quilômetros da cidade.

Já as milícias xiitas pró-governo Mobilização Popular, que mobilizaram cerca de 15 mil homens, dizem ter libertado 46 vilarejos a oeste e sudoeste de Mossul somente nesta quarta-feira. Além disso, de acordo com o porta-voz oficial do grupo, Ahmmed al-Asady, 20 carros-bomba foram destruídos e dezenas de combatentes do "Estado Islâmico" foram mortos, enquanto outros conseguiram fugir.

Milhares de civis em perigo

Nesta quarta-feira, a ONG Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) alertou que mais de um milhão de civis em Mossul correm grave perigo após a entrada das forças iraquianas na cidade, no dia anterior, e afirmou que os grupos de ajuda humanitária já "se preparam para o pior".

"As pessoas em Mossul e nos seus arredores têm vivido, há quase dois anos e meio, um pesadelo terrível e incessante. Agora nós somos todos responsáveis por acabar com isso", afirmou, em nota, o diretor do NRC no Iraque, Wolfgang Gressmann.

Mais de 20 mil pessoas já foram transferidas para áreas controladas pelo governo desde que a ofensiva foi lançada, em 17 de outubro, segundo a Organização Internacional para as Migrações.

Mas ainda há cerca de 1,2 milhão de civis dentro dos limites de Mossul – sendo 600 mil crianças, de acordo com o grupo Save the Children –, e milhares deles estão sendo mantidos presos pelo EI para serem usados como escudos humanos durante a ofensiva iraquiana, acusou as Nações Unidas.

Mossul se tornou o principal bastião do "Estado Islâmico" no Iraque depois de o grupo jihadista ter conquistado a cidade em junho de 2014, quando também proclamou um califado nos territórios sob seu controle, tanto neste país como na vizinha Síria.

EK/ap/afp/efe/dpa

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