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Oficinas especiais: essenciais para integração de deficientes

1 de dezembro de 2012

Segundo a legislação alemã, pessoas com necessidades especiais têm direito a exercer uma atividade profissional. Um incêndio com vítimas fatais coloca em evidência a segurança nas oficinas que empregam deficientes.

Foto: picture-alliance/dpa

Um incêndio recente, numa oficina para pessoas com necessidades especiais em Titisee-Neustadt, no sul da Alemanha, fez 14 vítimas fatais. As investigações sobre o caso apontam um forno a gás defeituoso como causador do acidente. Na oficina, que pertence à organização filantrópica Caritas, trabalham em torno de 130 pessoas portadoras de diversas deficiências. A tragédia desencadeou um debate na sociedade alemã, sobre segurança e proteção contra incêndios em instituições do gênero.

Na Alemanha, há aproximadamente 700 oficinas para deficientes. A legislação do país garante a essas pessoas o direito a um posto de trabalho. "Há uma legislação explícita para essas oficinas, que regulamenta diversos aspectos. Ela define, por exemplo, quem tem direito a um emprego e também a dimensão física das oficinas", explica Claudia Fischer, assessora de imprensa do Grupo de Trabalho Oficinas para Deficientes (BAG:WfbM, na sigla alemã).

Quem não pode assumir um emprego regular, em função de uma necessidade especial, tem a possibilidade de trabalhar em uma oficina supervisionada. Pois para muitos trabalhar significa não apenas uma tarefa a executar, mas também um dia-a-dia estruturado, contatos sociais e a sensação de ser útil.

Integração na sociedade

Essas oficinas são voltadas não apenas para pessoas com deficiências mentais ou físicas, mas também àqueles que, devido a distúrbios psíquicos, que não podem assumir empregos no mercado de trabalho regular. "O primeiro passo para ser aceito numa oficina é provar o grau de deficiência. Aí, a pessoa escolhe uma oficina nas proximidades de sua residência", explica à Deutsche Welle Reiner Bleil, das Oficinas Caritas, em Colônia.

Oficinas exploram positivamente possiblidades dos deficientesFoto: picture-alliance/dpa

A formação profissional dura no máximo dois anos. Nesse período, os participantes aprendem o necessário para o exercício da atividade. É também possível fazer estágios em diversas empresas. Além das aulas, são oferecidos aos participantes acompanhamento psicológico, apoio pedagógico especial e atividades esportivas. O leque de profissões que podem ser escolhidas é grande: atividades domésticas, trabalhos manuais, empacotamento, processamento de metais.

Inclusão na vida profissional

Em seguida, os participantes têm a possibilidade de se transferirem para as oficinas especiais. Os contratos são por tempo indeterminado, e os funcionários recebem um salário mensal em torno de 160 euros. Além disso, têm segurança incondicional contra demissões, uma vez que as atividades exercidas não estão condicionadas à produtividade. Há também a possibilidade de integração na vida profissional regular, pois diversas empresas, públicas e particulares, oferecem postos de trabalho para pessoas com deficiências.

Atividades esportivas e de lazer também contribuem para integraçãoFoto: Fotolia/Radu Razvan

Hoje em dia, no entanto, não é mais tão fácil encontrar um trabalho como esses. Muitas das atividades mais simples foram ou eliminadas ou automatizadas. Sendo assim, as oficinas supervisionadas vão se tornando cada vez mais importantes, por serem muitas vezes a única possibilidade de trabalho para aqueles com necessidades especiais.

Autora: Rachel Baig (sv)
Revisão: Augusto Valente

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