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Oito fatos sobre o eclipse solar de Mercúrio

Fabian Schmidt (rc)9 de maio de 2016

O menor planeta do sistema solar transita em frente ao Sol, podendo ser visto apenas como um pequeno ponto escuro. Para vê-lo, porém, serão necessários equipamentos especiais.

Planet Merkur Passage vor Sonne
O planeta Mecúrio transita em frente ao SolFoto: picture-alliance/dpa/INAF

Nesta segunda-feira (09/05), Mercúrio passa em frente ao Sol, provocando um pequeno eclipse. Entre aproximadamente 08h12 e 15h24 (horário de Brasília) o planeta poderá ser visto como um pequeno ponto escuro sobre a superfície solar.

A última vez em que o chamado "trânsito de maio" ocorreu foi há treze anos. Outros trânsitos desse tipo costumam ocorrer no mês de novembro. Selecionamos aqui alguns fatos sobre Mercúrio, o menor planeta de nosso sistema solar.

1) Use proteção adequada

Vale avisar que durante os eclipses solares, jamais se deve olhar diretamente para o Sol sem proteção, pois há sérios riscos de danificar a visão.

As duas faces de MercúrioFoto: Reuters/NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington

No caso do trânsito de Mercúrio em frente ao Sol, óculos especiais para a observação de eclipses não bastam. Ao contrário do eclipse solar realizado pela órbita da Lua, o trânsito de Mercúrio permite que o Sol continue a brilhar em toda a sua intensidade. Isso significa que, para enxergar o pequeno planeta, é necessário também uma ajuda adicional.

2) Telescópio especial

Mercúrio é visivel em trânsito apenas com a utilização de um telescópio especial – o telescópio comum não é seguro: observar o sol através de um é ainda mais perigoso para a retina do que a olho nu. Por isso, é necessário conhecimento e equipamentos especiais.

Para quem quiser observar o fenônemo, sugerimos entrar em contato com a associação de astrônomos amadores mais próxima para obter orientação e ajuda. Essas organizações existem em todo o mundo.

Como alternativa, pode-se observar o eclipse através da internet, nos portais das agências espaciais ou de observatórios astronômicos.

Mercúrio, fotografado em 1975 pela nave Mariner da nasaFoto: picture-alliance/dpa/Nasa

3) Pequeno planeta

Com apenas 4.880 quilômetros de diâmetro, Mercúrio é o menor dos planetas em nosso sistema solar. O diâmetro da Terra – 12,7 mil quilômetros – é quase três vezes maior. Júpiter, o maior planeta do nosso sistema, é quase trinta vezes maior do que Mercúrio, com 143 mil quilômetros de diâmetro.

4) Mais próximo do Sol

Mercúrio é o planeta posicionado mais próximo ao Sol, a uma distância de 60 milhões de quilômetros. A distância entre o globo solar e a Terra é de 149 milhões de quilômetros. No caso de Netuno, localizado na posição mais longínqua do nosso sistema, a distância para o Sol é de 4,48 bilhões de quilômetros.

Em razão de sua próximidade do Sol, as órbitas de Mercúrio são relativamente rápidas, sendo necessários apenas 88 dias para completar a volta em torno do astro rei. Um ano na Terra equivale a 4 anos em Mercúrio. Mas sua órbita não ocorre em alta velocidade. O pequeno planeta se move a 4,3 quilômetros por segundo, enquanto a Terra se move a 11 quilômetros por segundo.

5) Quente e frio

As temperaturas em Mercúrio podem chegar a 427ºC devido à sua proximidade com a superfície solar. Entretanto, na face que não é iluminada pelo sol, o frio pode chegar a -173ºC.

A nave Messenger esteve na órbita de Mercúrio entre 2011 e 2015Foto: picture-alliance/dpa

O motivo para a enorme diferença de temperatura é sua atmosfera extremamente fina, menor que um vácuo reproduzido em laboratório sob condições perfeitas. Se não há atmosfera, não há proteção da superfície dos raios solares e não há nenhuma camada que possa aprisionar o calor, transportando-o para o lado escuro do planeta.

6) Vulcões e rochas

A superfície de Mercúrio é formada por rochas porosas. Ela é coberta por crateras e foi modificada durante milhões de anos – formatada pelo impacto de meteoritos. Não há sinal de atividades tectônicas, apesar de haver indícios de erupções vulcânicas.

Missão da sonda Messenger chega ao fim

01:46

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7) Uma vida nas sombras

É justamente a proximidade com o Sol que dificultou a observação do planeta durante toda a história da astronomia. O brilho solar simplesmente ofusca a visão. Um voo em frente ao sol é um evento raro, ocorre, em média, a cada 13 ou 14 anos. Diz a lenda que o astrônomo Nicolaus Copérnico lamentou em seu leito de morte, em 1543, o fato de nunca poder ter visto Mercúrio. Para os astrônomos, a próxima oportunidade deverá ocorrer apenas em 2019.

8) Apenas duas visitas

Em razão de o planeta estar tão próximo do Sol, as agências espaciais hesitam em enviar naves não tripuladas a Mercúrio. O risco de que tempestades solares danifiquem as sensíveis tecnologias é grande demais.

Até hoje, apenas duas naves conseguiram chegar até lá. A última das dez sondas da NASA do programa Mariner se aproximou de Mercúrio em 1975. Em 2011, a sonda Messenger chegou ao pequeno planeta e o orbitou até 2015.

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