Oito pessoas detêm mesma riqueza dos 50% mais pobres
16 de janeiro de 2017
Entre os mais ricos, todos são empresários e homens, afirma relatório da Oxfam. Para a organização internacional, o nível de desigualdade "ameaça fraturar nossa sociedade".
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Desigualdade socioeconômica nunca foi tão acentuada no mundo
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O abismo social entre os super-ricos e as camadas mais pobres da população mundial é maior do que se pensava, com apenas oito pessoas detentoras de uma riqueza equivalente ao acúmulo total da metade menos favorecida do mundo, ou seja, 3,6 bilhões de indivíduos. O alerta foi feito nesta segunda-feira (16/01) pela ONG Oxfam (Comitê de Oxford de Combate à Fome), por ocasião da realização nesta semana do Fórum Econômico Mundial de Davos. A ONG chamou a atenção para um nível de desigualdade que "ameaça fraturar nossa sociedade".
Segundo o documento, intitulado "Uma economia para 99%", seis dos indivíduos mais ricos do mundo são dos Estados Unidos, um é da Espanha e um é do México. Todos são empresários e homens. São eles: Bill Gates, da Microsoft; Amancio Ortega, da Inditex; Warren Buffett, maior acionista da Berkshire Hathaway; Carlos Slim, proprietário do Grupo Carso; Jeff Bezos, da Amazon; Mark Zuckerberg, do Facebook; Larry Ellison, da Oracle; e Michael Bloomberg, da agência de informação de economia e finanças Bloomberg.
Para a entidade, o relatório evidencia que os novos dados disponíveis, sobretudo da China e da Índia, permitem afirmar que "a lacuna entre ricos e pobres é muito maior do que se temia".
Em comunicado, a diretora-executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima, afirmou que, "quando uma em cada dez pessoas no mundo sobrevive com menos de US$ 2 por dia, a imensa riqueza que acumulam apenas alguns poucos é obscena".
"A desigualdade está prendendo centenas de milhões de pessoas na pobreza; está fraturando nossas sociedades e minando a democracia", afirmou.
Byanyima acrescentou ainda que ao tempo que muitos salários se encontram estagnados, as remunerações dos presidentes e altos diretores de grandes empresas têm disparado. "Os investimentos em saúde e educação são cortados, enquanto as corporações e os super-ricos reduzem ao mínimo sua contribuição fiscal".
De acordo com a organização, o ritmo no qual os mais ricos acumulam cada vez mais riqueza poderia dar lugar ao primeiro "trilionário" do mundo em apenas 25 anos. "Com essa concentração de riqueza, esta pessoa necessitaria esbanjar um milhão de dólares por dia durante 2.738 anos para gastar toda sua fortuna", segundo a Oxfam.
Desigualdade crescente
Entre 1988 e 2011, a renda dos 10% mais pobres da população mundial aumentou em média US$ 3 por ano, enquanto a do 1% mais rico cresceu 182 vezes mais, a um ritmo de US$ 11.800 por ano.
As mulheres sofrem maiores níveis de discriminação no trabalho e assumem a maior parte das funções não remuneradas. Segundo a Oxfam, no ritmo atual, levará 170 anos para se conseguir a igualdade salarial entre homens e mulheres.
A organização propõe que os governos aumentem os impostos tanto das grandes fortunas como das rendas mais altas; que cooperem para garantir que os trabalhadores recebam salários dignos e que freiem a evasão e as artimanhas fiscais para reduzir ao mínimo o imposto de sociedades.
Além disso, recomenda que os governos apoiem as empresas que operam em benefício de seus trabalhadores e da sociedade e não só no interesse dos acionistas; e que assegurem que as economias sirvam de maneira equitativa a mulheres e homens.
IP/efe/afp/ap/oxfam
As dez maiores fortunas da Alemanha
Qual a fortuna dos bilionários alemães e quem é o mais rico de todos? A revista "Manager" divulgou uma lista das 500 famílias mais abastadas em 2016. Veja aqui as dez mais.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Rumpenhorst
10º: Ferragens e obras-primas
Com os parafusos que vende para todo o mundo, as empresas do octogenário Reinhold Würth são avaliadas em 9 bilhões de euros. Porém, o magnata das ferramentas e ferragens também é um famoso colecionador de arte, possuindo mais de 16 mil quadros raros, inclusive dos mestres modernos Emil Nolde e Max Ernst.
Foto: picture-alliance/ dpa
9°: Logística e futebol
Além do grupo de logística Kühne + Nagel e de participação na companhia de navegação Hapag Lloyd, o bilionário Klaus-Michael Kühne é um dos proprietários do time de futebol Hamburgo. Com uma fortuna de 9,4 bilhões de euros, Kühne injeta, há anos, dinheiro na equipe, que nos últimos tempos não tem tido muito sucesso na Bundesliga.
Foto: picture-alliance/dpa
8°: Sucesso sem freios
Uma fortuna de 9,5 bilhões de euros faz do proprietário da fábrica de freios Knorr-Bremse, Heinz-Hermann Thiele, o oitavo homem mais rico da Alemanha. Thiele é notório por suas estratégias de expansão agressivas nos negócios. Desde que assumiu a falida fábrica de freios, em 1985, o faturamento da empresa passou de 254 milhões para atuais 5,8 bilhões de euros.
Foto: imago/HRSchulz
7°: Bons velhos tempos
A legendária cadeia alemã de vendas pelo correio Otto Versand dominava o setor décadas antes de a Amazon sequer existir. Hoje, metade de sua receita provém de vendas online. O volume de ações da empresa é avaliado em 12 bilhões de euros. Seu fundador, Werner Otto, é venerado como pioneiro de empreendedorismo na Alemanha do pós-guerra. Na foto, vê-se o seu sucessor, Michael Otto.
Foto: picture-alliance/dpa
6°: Administração x inovação
O supermercado popular Aldi é dividido em dois ramos: norte e sul. A Aldi Norte (logomarca à dir.), gerida pela família Theo Albrecht, foi avaliado em 17,2 bilhões de euro neste ano. Especialistas criticam o estilo de gestão da família, por se concentrar mais em administração do que em inovação – um problema nos competitivos tempos atuais.
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5°: Luxos baratos
As ações do empresário Dieter Schwarz somaram 19 bilhões de euros até setembro de 2016. Entre suas empresas, estão os supermercados Kaufland e Lidl. Antes limitados ao segmento econômico, Lidl tenta conquistar uma nova clientela, concorrendo fortemente com Aldi. Depois da Alemanha e da França, em 2018, os americanos também poderão apreciar champanha e comidas exóticas a preço de banana.
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4º: Economizar dá lucro
O supermercado de baixo custo Aldi Süd é mantido pelas famílias Albrecht e Heister. Com uma fortuna avaliada em 20 bilhões de euros, elas se separaram da Aldi Nord décadas atrás. Sua estratégia é fornecer produtos baratos e de qualidade razoável. E, agora, cada vez mais produtos de marca aparecem nas prateleiras. Seu sucesso comercial também se repete nos EUA, Reino Unido e Austrália.
Foto: picture-alliance/dpa
3º: Ao fundo do poço e de volta
Georg Schaeffler e sua mãe, Maria-Elisabeth, ficaram quase arruinados quando a companhia de rolamentos INA Schaeffler adquiriu a fabricante de pneus Continental, antes da crise financeira de 2008. Ainda assim, a segunda família mais abastada da Alemanha conseguir fazer um retorno memorável: hoje sua fortuna chega a 21,5 bilhões de euros.
Foto: picture-alliance/Sven Simon/M. Ossowski
2º: Crescimento com unhas e dentes
Com participação na Coty e JAB Holdings, a fortuna da família Reimann é avaliada em 29,4 bilhões de euros. Um de seus principais produtos é a linha para a "terceira dentição" Kukident. Fundada no início do século 20, a Reimann vem se expandindo em ritmo agressivo, adquirindo, por exemplo, marcas antes pertencentes à gigante Procter & Gamble e criando, em poucos anos, um império no setor de café.
Foto: Imago/Westend61
1°: Riqueza consecutiva
Os primeiros da lista são Stefan Quandt e sua irmã, Susanne Klatten (na foto, com a mãe, Johanna Quandt, já falecida), principais acionistas da montadora BMW. A queda das cotações após o escândalo da concorrente Volkswagen não parece ter afetado a família, que pelo terceiro ano seguido se destaca como a mais rica da Alemanha. A fortuna dos dois irmãos está avaliada em 30 bilhões de euros.