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Oktoberfest bane canção que virou hit da extrema direita

29 de maio de 2024

Versão de DJ italiano de música pop que acabou cooptada por extremistas gerou indignação na Alemanha. "Aqui não há lugar para essas baboseiras", diz diretor do megaevento em Munique.

Jovens na Oktoberfest com os braços erguidos para alcançar copos de cerveja distribuídos no local
"Queremos bani-la e vamos bani-la", afirmou diretor da Oktoberfest sobre versão de música pop cooptada pela extrema direitaFoto: Michael Probst/AP Photo/picture alliance

Os organizadores da Oktoberfest em Munique decidiram proibir a execução de uma música que se tornou símbolo da extrema direita na Alemanha, após uma série de incidentes onde pessoas entoavam slogans ultradireitistas sobre uma canção pop de décadas atrás.

"Queremos bani-la e vamos bani-la", afirmou nesta segunda-feira (27/05) Clemens Baumgärtner, diretor do megaevento em Munique. Ele se referiu à versão da música L'Amour Toujours interpretada pelo DJ italiano Gigi D'Agostino, de 2001. 

"Não há lugar para essas baboseiras de extrema direita na nossa Wiesn", afirmou, mencionando o nome popular da Theresienwiese, o grande terreno onde o evento é realizado todos os anos.

A canção original não contém nenhum tipo de mensagem extremista, mas, nos últimos meses na Alemanha, acabou tomando "conotações muito claras de extrema direita" diz Baumgärtner.

Recentemente, diversos casos envolvendo cantos racistas, inclusive em alguns vídeos que viralizaram nas redes sociais, vem gerando uma onda de indignação na Alemanha. A polícia abriu inquéritos em vários estados do país para investigar suspeitas de incitação ao ódio.

Jovens, ricos e racistas

Há poucos dias, um grupo de jovens gravou um vídeo em uma casa noturna de alto padrão na ilha de Sylt, no Mar do Norte, no qual eles cantam L'Amour Toujours aos gritos de "Alemanha para os alemães, fora, estrangeiros". Ao menos um deles parece fazer a saudação nazista, enquanto coloca dois dedos entre o lábio superior e o nariz, imitando o bigode de Adolf Hitler.

As imagens tiveram enorme repercussão e foram amplamente condenadas em todo o país. Ao menos cinco pessoas envolvidas no episódio em Sylt deverão ser indiciadas.

A letra racista surgiu pela primeira vez no ano passado num vídeo de uma reunião em uma cidade no estado de Mecklenburgo-Pomerânia Ocidental, no qual o filho do prefeito aparece entoando os slogans racistas. A polícia investiga o caso.

Embora o vídeo de Sylt seja mais conhecido, centenas de outros gravados em diferentes partes do país já foram postados no TikTok.

"A Wiesn é apolítica"

O DJ D'Agostino procurou se distanciar da tentativa dos ultradireitistas de "reeditar" a sua versão da música. Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, ele disse que não tinha conhecimento da associação da canção com os extremistas e disse que a obra trata de "sentimentos grandes, intensos e maravilhosos que conectam as pessoas. É o amor".

Baumgärtner assegurou que as condições de funcionamento da Oktoberfest permitem a proibição de determinados slogans e conteúdos do festival, que ele descreveu como "descontraído e lindo", e que recebe um grande número de frequentadores estrangeiros.

Ele garantiu que slogans extremistas já foram evitados no passado e não serão permitidos também no futuro. "A Wiesn é apolítica", afirmou.

rc (DPA, ots)

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