Após fazer uma brilhante carreira como goleiro, ex-jogador foi apresentado como futuro CEO do Bayern. Com sua competência profissional e seu carisma, ele poderá escrever uma nova década de ouro na história do clube.
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O torcedor brasileiro certamente ainda tem boas lembranças de Oliver Kahn. Na véspera da final do Mundial de 2002, o goleirão foi eleito o melhor jogador da Copa e ainda desafiou a seleção brasileira: "Para ser campeão, o Brasil tem que fazer um gol em mim primeiro."
Lançado o desafio, Ronaldo Fenômeno não se fez de rogado e abriu o placar após "batida de roupa" de Kahn, que não conseguiu segurar uma bola cheia de efeito chutada por Rivaldo. Ronaldo aproveitou o rebote e abriu o caminho para o triunfo brasileiro.
Foi uma das poucas falhas cruciais na brilhante carreira desse goleiro, que começou sua trajetória no modesto Karlsruher e surgiu para o mundo do futebol de elite em 1994, quando assinou seu primeiro contrato com o Bayern. Ficou por lá até encerrar sua carreira como jogador, em 2008, após conquistar inúmeros títulos e honrarias, tanto em nível nacional como internacional.
Na semana passada, durante coletiva de imprensa, Oliver Kahn foi apresentado como futuro CEO do Bayern, um clube com faturamento anual de 750 milhões de euros, equivalente ao de grandes empresas multinacionais. Não é pouca coisa.
Depois da aposentadoria do ex-presidente Uli Hoeness em novembro, no ano que vem será a vez de Karl-Heinz Rummenige, atual diretor executivo, passar o bastão. Enquanto isso, o ex-goleiro e ex-comentarista de TV, fará um estágio de quase dois anos na diretoria do Bayern para se habituar às suas novas funções executivas.
O clube segue fiel ao seu modelo administrativo de décadas. Desde 1980 a gestão do Bayern ficou por conta de ex-jogadores, como Uli Hoeness, Franz Beckenbauer, Karl-Heinz Rummenigge e agora Oliver Kahn. É um modelo que deu certo.
Recentemente, os bávaros vivenciaram sua melhor década desde os anos 70 – talvez até de todos os tempos. Foram, ao todo, oito títulos nacionais, cinco Copas da Alemanha e um título da Champions League. E não se pode esquecer que havia sete jogadores do Bayern no elenco da seleção alemã que foi campeã mundial em 2014. Seis eram titulares absolutos, e o sétimo marcou o gol do título contra a Argentina.
Oliver Kahn encara suas novas responsabilidades com surpreendente leveza de ser. "Não vou ficar dando ‘Grätsche' (carrinho) durante as reuniões da diretoria", brincou, acrescentando: "Fortes emoções são importantes e algumas vezes, decisivas em campo, mas numa sala de reuniões deve prevalecer a racionalidade, e não a emoção."
O conselho administrativo do clube disse ter escolhido o ex-goleiro como candidato ideal para o cargo porque "ele personifica como nenhum outro o Bayern, além de trazer na sua bagagem competência esportiva e administrativa". Depois de pendurar as chuteiras, Kahn se formou em Administração de Empresas, além de gerenciar uma escola de formação de goleiros.
Finalmente o conselho administrativo parece ter tomado uma decisão correta, depois de vacilar no preenchimento da vaga de técnico no momento da saída de Jupp Heynckes, em 2018. Os bávaros tiveram que se contentar com Niko Kovac após ouvir recusas de Thomas Tuchel e do próprio Heynckes, que preferiu cuidar de família e de seu pastor alemão, Cando, numa aprazível cidadezinha próxima à fronteira da Holanda.
Não é de hoje que o Bayern está de olho em Oliver Kahn para assumir o posto executivo mais alto do clube. Há alguns anos, o semanário Der Spiegel revelava que, já naqueles tempos, Uli Hoeness tinha como objetivo posicionar Kahn como sucessor de Rummenigge.
De todo modo, a era com a dupla Hoeness-Rummenigge está chegando ao fim. O novo presidente é o discreto Herbert Hainer (ex-CEO da Adidas), e em 2022 Oliver Kahn assumirá como diretor executivo.
É um divisor de águas na história do clube e o começo de uma nova era. As expectativas são enormes. Se depender das suas qualidades pessoais e de suas competências profissionais, Oliver Kahn, com seu carisma, poderá escrever uma nova década de ouro na já gloriosa história do Bayern de Munique.
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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no Twitter, Facebook e no site Bundesliga.com.br
O Campeonato Alemão de Futebol tem a reputação de formar grandes talentos. Confira jogadores com menos de 21 anos que prometem brilhar nos clubes alemães nesta temporada da Bundesliga.
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Kai Havertz, 20, Bayer Leverkusen
Kai Havertz é a maior promessa do futebol alemão. Em 88 partidas, o meio-campista do Leverkusen marcou 24 gols. Ele é tecnicamente soberbo, forte com os dois pés, consegue cavar espaço, além de marcar e dar assistência a gols. Havertz quer ficar no Leverkusen nesta temporada, mas parece ser apenas uma questão de tempo antes de seguir em frente. O Bayern de Munique já está de olho nele.
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Jadon Sancho, 19, Borussia Dortmund
Inglês que joga na Alemanha, Sancho é uma espécie de pioneiro que está sendo seguido por muitos outros jovens britânicos. O ex-jogador do Manchester City tem velocidade e serenidade, com talento para tomar decisões apesar da tenra idade. Ele foi um dos astros da temporada passada da Bundesliga, marcando 12 gols e fazendo 17 assistências.
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Dayot Upamecano, 20, RB Leipzig
O zagueiro francês (camisa branca) é outro predestinado a brilhar. Figura imponente, Upamecano domina os lances no ar e é veloz. Ele joga duro nas disputas de bola, mas quase sempre é justo. Apesar de lapsos de concentração muitas vezes comuns em jovens jogadores, ele se tornou um dos pilares da defesa mais fechada do Campeonato Alemão.
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Ibrahima Konaté, 20, RB Leipzig
Outro zagueiro do Leipzig que domina tanto no ar quanto no solo. No ano passado, Konaté teve uma temporada soberba, com participação em 43 partidas. O francês é cobiçado por alguns clubes europeus, mas seu contrato vai até 2023. Konaté descreve seu colega Upamecano "como um irmão", e espera-se da dupla uma parceria brilhante também nesta temporada da Bundesliga.
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Alphonso Davies, 18, Bayern de Munique
O canadense nascido em um campo de refugiados na África joga pelo clube bávaro desde janeiro e marcou seu primeiro gol na Bundesliga em março de 2019, contra o Mainz. A saída de Franck Ribéry e Arjen Robben do clube pode dar a Davies mais oportunidades neste ano, especialmente após a lesão de Leroy Sané, do Manchester City, cotado para o Bayern.
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Marcus Thuram, 21, Mönchengladbach
O filho de Lilian Thuram, campeão mundial pela França, está no clube alemão desde julho, depois de impressionar nos franceses Sochaux e Guingamp. Ao contrário de seu pai, um dos melhores defensores de sua geração, Marcus é um jogador ofensivo e prefere jogar pela esquerda ou no ataque. Alto e forte, Thuram é um driblador nato e pode substituir Thorgan Hazard, que foi para o Dortmund.
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Weston McKennie, 20, Schalke
"Com seu caráter e como jogador, Weston personifica muito do que precisamos", diz o técnico do Schalke, David Wagner, sobre o americano McKennie. Devido à sua flexibilidade, o jogador de 20 anos é titular da equipe. Apesar de jovem, ele é um jogador completo, que pode dar a estabilidade necessária ao meio-campo do Schalke.
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Evan N'Dicka, 19, Eintracht Frankfurt
Outro francês, o zagueiro N'Dicka roubou as atenções com o ótimo desempenho do Frankfurt na temporada passada. Excelente na segunda metade da temporada, ele ganhou o prêmio Rookie of the Month da Bundesliga (para menores de 23 anos) em fevereiro. Inteligente e decisivo, o jovem de 19 anos deve ter uma grande temporada pela frente.
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Josh Sargent, 19, Werder Bremen
O atacante americano impactou na temporada passada, ao marcar um gol apenas dois minutos após deixar o banco em sua estreia na Bundesliga. Ele terminou a temporada com dois gols marcados em apenas 205 minutos de jogo. Sargent chegou ao Werder em julho de 2018 e tem contrato até 2022. Florian Kohfeldt, técnico do Bremen, é só elogios ao jogador.
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Jann-Fiete Arp, 19, Bayern de Munique
Espera-se muito da atuação do jovem atacante alemão na equipe bávara, principalmente agora quando os campeões querem aliviar a pressão sobre Robert Lewandowski . Arp causou sensação ao marcar nas suas duas primeiras aparições profissionais, mas não conseguiu brilhar com o Hamburgo na Segunda Divisão. Agora no Bayern, dá um grande passo à frente.
Foto: Imago Images/ZUMA Wire/E. Williams
Tyler Adams, 20, RB Leipzig
O americano Tyler Adams chegou ao Leipzig em janeiro, vindo diretamente de Nova York, e logo pareceu sentir-se bem no novo ambiente. Forte no ataque, perspicaz no passe e com uma cabeça inteligente, Adams é um verdadeiro "allrounder" que pode jogar em diferentes posições.
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Ademola Lookman, 21, RB Leipzig
Outro inglês que seguiu os passos de Sancho, Lookman já havia sido emprestado ao Leipzig. Na temporada 2017/18, jogou 11 partidas pela Bundesliga, marcou cinco gols e fez quatro assistências. Agora, o jovem de 21 anos está de volta ao Campeonato Alemão, depois de o Leipzig tê-lo comprado do Everton FC por 18 milhões de euros. A expectativa é grande!
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Achraf Hakimi, 20, Borussia Dortmund
O lateral emprestado pelo Real Madrid ao Borussia Dortmund é rápido como uma flecha e um forte driblador. Em 21 jogos da Bundesliga, o marroquino nascido na Espanha marcou dois gols e deu quatro assistências, antes de fraturar o metatarso em abril. Agora está em forma novamente e quer aproveitar sua chance.
Foto: Reuters/L. Kuegeler
Rabbi Matondo 18, Schalke
O galês trocou o Manchester City pelo Schalke e espera ter um impacto semelhante ao de Sancho, que também deixou seu país pela Alemanha. Considerado o jogador mais rápido das fileiras do City, Matondo disputou apenas algumas partidas pelo Schalke no ano passado. Sob o comando do treinador David Wagner, ele deve agora decolar.