Relatório alerta que obesidade crescente e altas taxas de consumo de tabaco e bebidas alcóolicas ameaçam metas de expectativa de vida da Europa: "Próxima geração pode levar vidas mais curtas."
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (23/09) que, apesar do declínio do fumo e da taxa de consumo alcoólico, os europeus continuam sendo os maiores fumantes e bebedores do mundo. O relatório também apontou uma crescente obesidade na Europa.
O relatório diz que a Europa está num bom caminho para atingir as metas estabelecidas em 2012 para reduzir a mortalidade prematura até 2020. No entanto, a organização afirma que muito mais pode ser feito para reduzir os principais fatores de risco, abordando tabagismo e etilismo.
A OMS estima que, em média, 11 litros de álcool puro são consumidos por pessoa a cada ano, enquanto 30% da população é fumante. Além disso, as taxas de obesidade também foram aumentando, com 59% da população da Europa classificada com sobrepeso ou como obesos – ficando atrás apenas dos EUA, que possuem as taxas mais altas do mundo.
Turquia, Reino Unido, Polônia, República Tcheca e Israel estão entre as nações com as maiores taxas de adultos com sobrepeso e obesidade, segundo a OMS. Em contrapartida, a Holanda é o país "mais magro" da Europa.
"As taxas de tabagismo estão caindo em todos os lugares, com poucas exceções, mas a obesidade está aumentando e um não compensa o outro", diz a diretora da OMS para a Europa, Claudia Stein. "O que não queremos ver é que estamos ganhando a guerra contra álcool e tabaco, mas perdendo a batalha contra a obesidade."
Enquanto europeus estão vivendo mais do que nunca, diferenças "inaceitavelmente altas" na expectativa de vida continuam a existir entre os países citados no relatório da OMS, com uma discrepância de 11 anos entre o primeiro e o último. A expectativa média de vida para homens e mulheres varia dos 71 anos em Belarus, Moldávia e Rússia aos 82 anos em países como França, Itália e Espanha, segundo os últimos dados de 2011.
Os níveis de mortalidade prematura por doenças não transmissíveis – incluindo câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias crônica – foram diminuindo "rapidamente", enquanto os níveis de consumo de álcool, tabagismo e obesidade se mantiveram elevados. Isso, segundo o relatório, "pode significar que o progresso [estabelecido para a redução da mortalidade prematura] não será mantido".
"Europeus vivem vidas longas e saudáveis. Somos a região com a maior longevidade no mundo", diz Stein. "[Mas] se as taxas de tabagismo e consumo de álcool e obesidade não diminuírem, podemos arriscar os ganhos alcançados na expectativa de vida, o que pode significar que a próxima geração possa levar vidas mais curtas do que as nossas."
PV/afp/dpa
Alimento e mito: o que realmente faz bem ou mal?
Saúde é também um pouco como moda. Vinho faz bem, colesterol mata, manteiga ou margarina? Saiba o que é bom ou não para sua saúde – hoje. Pois talvez amanhã o contrário seja verdade...
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Pense bem antes de comer biscoito de canela
Sim, a canela pode ser prejudicial. Um dos seus ingredientes – a cumarina – pode causar danos no fígado e nos rins. Mas isso não é motivo de grande preocupação, porque, por outro lado, há uma longa lista de alimentos que podem ajudar a evitar doenças. Pelo menos, é o que se pensa até hoje - porque a opinião de nutricionistas pode mudar rapidamente.
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Veneno ou antídoto?
"Causa câncer" ou "faz mal para os nervos" são algumas das frases que se costuma ouvir sobre o café. Porém, pesquisadores dizem que o café, na verdade, não é tão ruim assim quanto a reputação que carrega. E pode até diminuir o risco de câncer. Debate à parte, convém consumir com moderação.
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Uma taça de vinho por dia
Álcool faz mal para a saúde, mas o vinho tinto contém moléculas benéficas, como o resveratrol e antocianinas. E agora? Beber ou não? Estudos epidemiológicos realizados durante anos sugerem que uma taça por dia é benéfica para as mulheres, enquanto para os homens, duas. Depois, as estatísticas mostraram que, nos EUA, aqueles que não bebem morrem mais cedo do que quem bebe com moderação.
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Velha rixa: manteiga x margarina
Anos atrás, a recomendação era evitar manteiga e comer apenas margarina. Ela contém menos ácidos graxos saturados do que a manteiga derivada do leite. Mas agora se alerta que a margarina é um produto artificial, inventado pela indústria de alimentos, portanto cheio de aditivos químicos.
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Vilão injustiçado
Quando alguém morria de doenças cardíacas ou de AVC, o culpado era o colesterol. Como ele entope os vasos sanguíneos, os médicos aconselhavam evitá-lo a qualquer custo. Alimentos como ovos, queijo e carne eram considerados especialmente perigosos. A verdade, porém, é que o corpo precisa de um pouco de colesterol, e até o produz. Mesmo assim, é importante não exagerar.
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Vitaminas congeladas
Muitos evitam comer legumes e verduras congelados, acreditando que eles tenham menos vitaminas do que os frescos. No entanto, vegetais congelados contêm mais nutrientes por serem processados diretamente após a colheita, em vez de ficar dias nas prateleiras dos supermercados, esperando para ser comprados.
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Peixe todo-poderoso
Há alguns anos, dizia-se que os ácidos graxos ômega-3 poderiam prevenir doenças como câncer, problemas cardiovasculares – e até mesmo déficit de atenção, hiperatividade e depressão. Os especialistas aconselhavam a ingestão diária de suplementos de ômega-3. De fato: esses ácidos graxos são importantes para algumas funções do corpo. Mas não trazem benefícios na maioria das doenças listadas.
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Excesso do que é bom também faz mal
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Beber sem ter sede?
A natureza é bem inteligente. Quando precisamos de água, temos sede. Mas alguém disse certa vez que se deve beber antes ter sede, pelo menos três litros por dia. A teoria talvez se baseie no fato de os idosos costumarem perder o senso de sede. Mas em condições normais, o corpo humano sabe muito bem avisar que está na hora de ingerir líquidos.
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Bênção ou maldição do leite
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Trigo: o novo vilão
Numerosos sites de nutrição alertam sobre os perigos do trigo, acusando-o de "inflamar o corpo, causar vazamento dos intestinos e desencadear doenças autoimunes". Certos médicos e autores dizem que trigo pode até causar calvície, alucinações e ideias suicidas. Apesar de não haver estudos que comprovem tais afirmativas, muitos têm abdicado do cereal que sustentava seus ancestrais.
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Nem tudo o que é orgânico é ouro
Se a comida normal contém química em excesso, como dizem, então a solução seriam os alimentos orgânicos, produzidos sem adubo químico ou substâncias "do mal". Porém estudos sugerem que os alimentos orgânicos não são mais ricos em nutrientes nem melhores do que os demais. São apenas mais caros.
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Equilíbrio é a chave
Independente do que digam todas as teorias e estudos, o estilo de vida realmente faz diferença. As estatísticas mostram claramente que fumar, beber demais e obesidade não são saudáveis, podendo até matar. Mas não se preocupe demais com os relatórios que louvam só um tipo de alimento ou outro. O que importa é o equilíbrio. Portanto, seja lá o que for, faça com moderação.