Há 124 milhões de crianças e adolescentes obesos no mundo, afirma Organização Mundial da Saúde. Excesso de açúcar na alimentação e falta de exercício são maiores culpados.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quarta-feira (11/10) para o aumento da obesidade infantil em todo o mundo.
O número de crianças e adolescentes obesos passou de cerca de 11 milhões, em 1975, para 124 milhões em 2016, segundo a OMS e o Imperial College de Londres. Além disso, há mais 123 milhões de pessoas entre os 5 e os 19 anos de idade com excesso de peso.
O coordenador do estudo, Majid Ezzati, explicou que o aumento da população é responsável por apenas 10% desse crescimento. Os demais 90% se explicam pelo fato de haver mais crianças gordas hoje do que antigamente. Há 40 anos havia uma criança obesa para cada cem, e hoje há seis para cada cem no caso das meninas, e oito para cada cem no dos meninos.
Segundo os especialistas, a tendência é que essa proporção aumente ainda mais. Nos países ricos, os números não estão mais aumentando, porém se mantêm num nível elevado. Já nos países pobres e de renda média, a situação é alarmante, afirmaram os cientistas.
Eles culparam a falta de exercícios e a má alimentação. Esta é estimulada por comerciais de produtos com muito açúcar e pelos elevados preços de alimentos saudáveis, afirmaram.
A OMS deu algumas recomendações para reverter a tendência. Autoridades de saúde devem informar melhor as famílias sobre a alimentação saudável, incentivar as mães a exclusivamente amamentar os recém-nascidos nos primeiros seis meses, oferecer alimentos saudáveis nas escolas e facilitar a prática de esportes pelas crianças.
"Deve ser seguro caminhar ou andar de bicicleta até a escola", disse Fiona Bull, da OMS. Segundo ela, o combate ao cigarro mostrou que o aumento de impostos também pode ajudar as pessoas a evitar os alimentos não saudáveis. A obesidade eleva os riscos de diabetes, câncer e ataques cardíacos, lembraram os especialistas.
Para a classificação foi utilizado o chamado índice de massa corporal, que é calculado fazendo a divisão do peso de um corpo pela sua altura ao quadrado. Se o resultado estiver entre 25 e 30, há excesso de peso, e mais de 30 significa obesidade.
O estudo considerou as medidas corporais de 130 milhões de pessoas no mundo, incluindo 31,5 milhões com idades entre os 5 e os 19 anos.
AS/dpa
Dez verdades amargas sobre o açúcar
Aumento do consumo de açúcar afeta seriamente a saúde da população do planeta, e a Organização Mundial da Saúde alerta para uma "epidemia global". Confira dez riscos associados ao produto.
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Engorda
No corpo, o açúcar é convertido em gordura por volta de duas a cinco vezes mais rapidamente que os amidos. Ou seja, quando comemos açúcar, alimentamos nossas células de gordura. A frutose no produto também é metabolizada pelo fígado, o que pode contribuir para a esteatose hepática ou "fígado gorduroso". Isso pode promover a resistência à insulina e levar a diabetes do tipo 2.
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Afeta o humor
Em pequenas quantidades, o açúcar promove a liberação da serotonina, um hormônio que estimula o humor. No entanto, o consumo elevado do produto pode fomentar a depressão e a ansiedade. Mudanças repentinas nos níveis de açúcar no sangue também podem levar à irritabilidade, ansiedade e alterações de humor.
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Contribui para o envelhecimento
Já é sabido que o açúcar afeta a saúde, mas também atinge a pele. Isso acontece em parte devido à glicação, processo pelo qual moléculas de açúcar se ligam às fibras de colágeno. Como resultado, estas perdem sua elasticidade natural. O excesso de açúcar também prejudica a microcirculação, o que retarda a renovação celular. Isso pode estimular o desenvolvimento de rugas e o envelhecimento precoce.
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Prejudica o intestino
A flora intestinal promove a digestão e protege o sistema digestivo de bactérias nocivas. O consumo elevado de açúcar deixa a microbiota intestinal fora de sintonia. Fungos e parasitas adoram açúcar. O excesso do fungo "Candida albicans" pode levar a uma série de sintomas irritantes. E o açúcar também contribui para o resfriado, a diarreia e gases.
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Pode viciar
Em pessoas adiposas, o cérebro responde ao açúcar, liberando dopamina, da mesma forma que responde ao álcool e a outras substâncias que causam dependência. Faça o teste: evite todos os alimentos e bebidas adocicadas por dez dias. Se você começar a ter dor de cabeça e picos de irritabilidade após um ou dois dias, e passar a ter desejo por açúcar, então pode estar sofrendo de abstinência de açúcar.
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Provoca agressividade
Pessoas que consomem açúcar em excesso são mais propensas a assumir um comportamento agressivo. Crianças que sofrem de deficit de atenção e hiperatividade também são afetadas pelo açúcar. O consumo elevado do produto afeta a concentração e fomente a hiperatividade. É por isso que é uma boa ideia que as crianças evitem comer açúcar durante o horário escolar.
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Enfraquece o sistema imunológico
Depois do consumo de açúcar, a capacidade do sistema imunológico de matar germes é reduzida para até 40%. O açúcar também enfraquece o estoque de vitamina C, da qual os leucócitos necessitam para combater vírus e bactérias. O doce produto também fomenta o processo inflamatório e mesmo a menor inflamação pode desencadear graves doenças.
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Contribui para o Alzheimer
Estudos mostraram que o excesso de consumo de açúcar aumenta o risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer. Uma pesquisa de 2013 mostrou que a resistência à insulina e altos valores de açúcar no sangue – ambos são comuns no diabetes – estão associados a um maior risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
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Eleva o risco de câncer
As células cancerígenas precisam do açúcar para se multiplicar. Uma equipe internacional de pesquisa, chefiada por Lewis Cantley, da Escola Médica de Harvard, está pesquisando como o açúcar pode contribuir para o crescimento de células malignas. Cantley acredita que o açúcar refinado faz com que células cancerígenas se transformem em tumores e recomenda o menor consumo possível do produto.
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Provoca perda de memória
O consumo elevado de açúcar pode ter efeito negativo sobre a memória. Segundo estudo realizado pelo Hospital Universitário Charité de Berlim, pessoas com níveis elevados de açúcar no sangue têm um hipocampo menor, parte do cérebro fundamental para memória de longo prazo. Na pesquisa, o desempenho de pessoas com quantidade elevada de açúcar no sangue foi pior do que aquelas com níveis menores.