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OMS alerta para aumento da transmissão de covid por jovens

18 de agosto de 2020

Propagação do coronavírus está sendo impulsionada por assintomáticos com idades entre 20 e 40 anos, afirma Organização Mundial da Saúde. Na Alemanha, autoridades pedem regulamentação de festas para evitar novos surtos.

Jovens fazem festa na Bulgária em meio à pandemia
Em vários países, festas que atraem centenas de jovens estão ocorrendo apesar da pandemiaFoto: Ioana Moldovan/EST&OST/imago images

A transmissão do novo coronavírus vem sendo cada vez mais impulsionada por pessoas na faixa etária entre os 20 e os 40 anos que, muitas vezes, não apresentam sintomas e desconhecem que estão infectadas, alertou nesta terça-feira (18/08) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Isso aumenta o risco de transmissão para os mais vulneráveis: os idosos, os doentes que precisam de cuidados em longo prazo, os que vivem em regiões densamente povoadas e áreas rurais sem serviços suficientes", afirmou o diretor da OMS para o Pacífico Ocidental, Takeshi Kasai.

Por serem muitas vezes assintomáticos, ou apresentarem sintomas leves de covid-19, os jovens acabam transmitindo a doença, explicou Kasai. "Devemos redobrar nossos esforços para impedir que o vírus passe para as comunidades vulneráveis."

Segundo a OMS, a região do Pacífico Ocidental, que abrange 27 países na Ásia e no Pacífico, já soma mais de 9,3 mil mortes e 400 mil casos confirmados de covid-19, o que representa 2,3% das infecções em todo o mundo.

A entidade avalia que os países da Ásia-Pacífico entraram em "uma nova fase da pandemia", onde os governos passaram a adotar novas medidas e estratégias para minimizar as perturbações em larga escala na vida das pessoas e na economia.

"Muitos [países] estão agora detectando os surtos mais cedo e reagindo de modo mais rápido, com mais intervenções localizadas e metodologias ágeis que renovam as condições de saúde nas sociedades e, ao mesmo tempo, as economias", observou Kasai.

Risco de infecções entre jovens na Alemanha

Na Alemanha, a associação médica Margburger Bund também alertou para o maior risco de transmissão da doença entre os jovens e pediu a padronização das regras para a realização de festas e eventos em todo o país.

A presidente da entidade, Susanne Johna, alertou que para reduzir o risco de novas infecções nos próximos meses, "os estados devem chegar logo um consenso sobre regras uniformes para comemorações públicas e privadas".

Para a associação, os limites do número máximo de participantes e os planos referentes à ventilação são de extrema importância. Quanto maior o número de pessoas participando de festas em locais fechados, maior o risco de contaminação.

Com as infecções aumentando rapidamente no país, uma comemoração familiar com 150 convidados é numerosa demais, alerta Johna. Para ela, principalmente, os jovens devem ser alertados para evitarem maiores riscos.

Johna ressalta ainda que a doença não deve ser subestimada, uma vez que uma parcela significativa de recuperados sofrem de problemas decorrentes da infecção.

O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, também alertou que as festas estão entre os principais focos de riscos na Alemanha, juntamente com o retorno de viajantes que estavam em áreas com grande propagação da doença. Por esse motivo, ele também deseja negociar com os estados as regras para impor limites aos eventos e festas.

Atualmente, as regulamentações variam em cada estado. Na Baviera, por exemplo, são permitidos casamentos com até 100 convidados, enquanto no estado de Brandemburgo estão liberados os eventos públicos com até mil pessoas. Nas últimas semanas, as autoridades de saúde vêm atribuindo às festas o surgimento de novos surtos locais de covid-19.

Segundo o Instituto Robert Koch, que atua no controle e prevenção de doenças infeccionas, a Alemanha registrou 1.390 novos casos nesta terça-feira, elevando o total para 225.404. O país soma 9.232 mortes e 202.100 pessoas recuperadas da doença. 

RC/dpa/rtr/ots

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