Organização Mundia da Saúde divulga resultados de "segurança satisfatória" em avaliações anteriores de duas vacinas. Fase final, para medir eficiência do medicamento, deve ser iniciada no final de janeiro, na Libéria.
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Testes em seres humanos de duas possíveis vacinas contra o ebola se mostraram seguros, divulgou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira (09/01). Agora novas avaliações para medir sua eficiência serão iniciadas dentro de algumas semanas na África Ocidental.
Dezenas de milhares pessoas participarão dos testes das duas principais vacinas: um adenovírus de chimpanzé, produzindo pela empresa britânica GlaxoSmithKline, e o VSV-EBOV, desenvolvido pela farmacêutica americana Merck, explicou a diretora-geral assistente da OMS Marie-Paule Kieny.
Os testes começarão em janeiro na Libéria – o país mais afetado pela epidemia, já tendo registrado aproximadamente 3.500 mil mortes. Em fevereiro, estão programadas avaliações também na Guiné e em Serra Leoa.
Até então não há tratamento ou vacina licenciada para combater o vírus do ebola. Mas a OMS aprovou medicamentos que demonstraram potencial em testes na tentativa de conter a epidemia. Os testes das duas vacinas foram conduzidos em voluntários de vários países, incluindo de Suíça, Mali, Inglaterra, Alemanha, Canadá e Estados Unidos.
Dosagemprecisa ser determinada
"Ambas mostraram ter um perfil de segurança aceitável", disse Kieny, transmitindo as conclusões de uma reunião entre desenvolvedores de vacinas, reguladores de medicamento e políticos, realizada em Genebra, na Suíça. "Essa realmente é uma boa notícia. O mundo está esperando que consigamos ter estas vacinas prontas para dá-las às pessoas, com esse vírus assolando suas comunidades", comemorou Kieny.
Porém, antes que os testes possam ser iniciados, os fabricantes precisam determinar a melhor dosagem, o que pode levar entre duas e quatro semanas. Mas segundo a funcionária da OMS, milhões de vacina deverão estar disponíveis até o meio do ano, e dezenas de milhões até 2016.
Até agora, mais de 21 mil pessoas foram infectadas com o vírus do ebola, segundo a OMS, das quais mais de 8.300 morreram. O país mais atingido atualmente pela febre hemorrágica é a Libéria (cerca de 3.500 mortos), seguido por Serra Leoa (cerca de 3.000) e pela Guiné (cerca de 1.800).
Ebola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.