Após pressão internacional, comitê de emergência analisará impacto do surto de zika nos Jogos Olímpicos. OMS afirma, porém, que decisão sobre permanência do Rio de Janeiro como sede do evento caberá ao COI.
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Diante o surto de zika, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (03/06) que avaliará nas próximas semanas os riscos de se realizar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em agosto.
"Devido ao nível de preocupação internacional, decidi pedir aos integrantes do comitê de emergência de zika para avaliar os riscos da realização dos Jogos Olímpicos com o previsto", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
Após a avaliação, a decisão sobre manter o evento no Rio de Janeiro ficará com o Comitê Olímpico Internacional (COI), ressaltou a porta-voz da organização Nyka Alexander.
O surto de zika tem preocupados atletas convocados para os Jogos Olímpicos e especialistas em saúde. O astro espanhol da NBA Pau Gasol afirmou no início da semana que cogita não participar do evento devido aos riscos associados ao vírus.
Um apelo público, assinado por 150 cientistas de todo o mundo, pediu no final de maio à OMS para que se posicionasse a favor do adiamento ou troca de lugar do evento esportivo. Em carta aberta a Margaret Chan, os especialistas de dez países, incluindo o Brasil, alertaram que o zika representa "um risco desnecessário", tendo em conta que 500 mil turistas estrangeiros "vão para ver os jogos e podem ser potencialmente infectados, levando o vírus para casa, onde a infecção pode-se tornar endêmica".
Um dia após a divulgação da carta, a organização rechaçou o pedido e afirmou não haver justificativas para adiar ou cancelar os jogos. Porém, agora anunciou que fará uma avaliação sobre riscos.
Em fevereiro, a OMS declarou o surto de zika emergência global. Recentemente, a agência da ONU pediu que grávidas evitassem viajar ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos. O Brasil é o país mais afetado pelo vírus e já registrou quase 1,5 mil casos de microcefalia.
A organização alertou ainda os visitantes do Rio de Janeiro para evitar ir a regiões mais carentes, usar repelente e optar por ficar em acomodações com ar-condicionado devido ao vírus.
CN/rtr/ap
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.