Objetivo é evitar estigma contra primatas, que não são os principais transmissores da doença. Transição da nomenclatura levará um ano.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira (28/11) que decidiu renomear a doença varíola dos macacos (monkeypox, em inglês) como mpox.
O termo varíola dos macacos passou a ser usado após a detecção do vírus em primatas em um laboratório da Dinamarca em 1958. No entanto, o patógeno também é encontrado em outros animais, sobretudo roedores.
Em agosto, a OMS já havia externado o desejo de renomear a doença para um termo menos estigmatizante. O vírus pode ser transmitido de animais para humanos, mas a explosão recente de casos mundo afora se deve à transmissão entre pessoas, segundo a OMS.
"Após uma série de consultas com especialistas globais, a OMS começará a usar o novo termo 'mpox' como sinônimo de monkeypox. Ambos os nomes serão usados simultaneamente por um ano, enquanto o termo 'monkeypox' é eliminado gradualmente", disse a agência de saúde da ONU em um comunicado.
"A OMS adotará o termo mpox em suas comunicações e encoraja outros a seguirem essas recomendações, para minimizar qualquer impacto negativo contínuo do nome atual e da adoção do novo nome."
Ataques a macacos
Em agosto, a OMS condenou relatos de ataques contra primatas no Brasil devido ao medo de contágio pela mpox. Segundo o portal G1 noticiou na época, o aumento de casos da doença provocou uma onda de ataques a macacos no país.
A doença foi identificada pela primeira vez em seres humanos em 1970, na República Democrática do Congo, e permanece endêmica em partes da África Ocidental e Central.
No entanto, em maio deste ano, casos da doença começaram a ser identificados em todo o mundo. Cerca de 81.107 pessoas foram infectadas em 110 países, e 55 mortes foram relatadas à OMS.
le/bl (AFP, Reuters)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.