Agência da ONU afirma que casos registrados no Brasil possivelmente estão relacionados ao surto de zika, doença transmitida pelo "Aedes aegypti". Decisão deve acelerar resposta internacional e favorecer pesquisa.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência sanitária mundial nesta segunda-feira (01/02) por causa do elevado número de casos de microcefalia e outras complicações neurológicas no Brasil, possivelmente relacionados ao vírus zika.
A decisão foi recomendada por um comitê de especialistas independentes da agência das Nações Unidas e deve acelerar uma resposta internacional rápida e também favorecer a pesquisa científica
Segundo a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, uma resposta internacional coordenada é necessária, mas sem o risco de restrições a viagens e ao comércio.
Na semana passada, a OMS havia afirmado que o vírus zika está se espalhando de forma "explosiva" e pode infectar até 4 milhões de pessoas em todo o continente americano. O vírus é transmitido por mosquitos, principalmente o Aedes aegypti.
A agência da ONU realizou uma reunião de emergência em Genebra, nesta segunda, para que especialistas independentes analisassem o surto de zika, depois de constatar uma provável ligação entre a expansão da doença no Brasil e o número de casos de bebês com microcefalia.
"Depois de analisar as evidências, o comitê deliberou que os casos de microcefalia e outras complicações neurológicas constituem um evento extraordinário e uma ameaça à saúde pública em outras partes do mundo", afirmou Chan.
Segundo o diretor de emergências da OMS, Bruce Aylward, o zika por si só não é uma emergência internacional. O mesmo afirmou o presidente do comitê de emergências, David Heymann. "O que é uma ameaça e por isso uma emergência internacional são os dois grupos de casos de microcefalia no Brasil atualmente e os que ocorreram na Polinésia Francesa em 2013 e 2014", explicou.
A declaração anterior de emergência global pela OMS foi dada em 2014, durante a epidemia de ebola na África Ocidental. Na época, a OMS foi muito criticada por sua resposta lenta à crise no continente africano.
AS/dpa/afp/rtr/ap/efe
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.