Desde que o vírus fatal eclodiu no final de 2013, cerca de 4 mil pessoas morreram vítimas do ebola no país africano. Apesar de fim da epidemia, organização alerta autoridades sobre necessidade de vigilância intensa.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou neste sábado (07/11) que Serra Leoa está livre do vírus do ebola. Esse é mais um marco rumo à eliminação do surto mais fatal do vírus em todos os tempos.
"Hoje, 7 de novembro de 2015, a Organização Mundial da Saúde declara o fim da epidemia de ebola em Serra Leoa", afirmou o representante da OMS no país, Anders Nordstrom, em cerimônia na capital Freetown.
O país da África Ocidental não registrou novos casos de ebola nos últimos 42 dias, o que equivale a dois períodos de incubação de 21 dias. O último paciente infectado foi liberado em 25 de setembro, depois de dois testes negativos consecutivos.
No entanto, as autoridades em Serra Leoa foram advertidas para que se mantenham atentas, enquanto o país entra num período de 90 dias de intensa vigilância.
Medo persistente
Apesar das comemorações na capital de Serra Leoa, o impacto da epidemia ainda deverá ser sentido por muitos anos.
Aproximadamente 4 mil pessoas morreram no país desde a eclosão do surto, no final de 2013. O balanço global de mortes gira em torno de 11 mil. Em todo o mundo, por volta de 28 mil pessoas foram infectadas pelo vírus.
"Até que toda a região da África Ocidental não registre mais nenhum caso e Serra Leoa continue com a vigilância elevada para além de 90 dias, só então a região poderá pensar numa verdadeira recuperação", afirmou Alfred Palo Conteh, diretor-executivo do Centro Nacional de Resposta ao Ebola de Serra Leoa.
CA/afp/ap/rtr
Ebola em Serra Leoa
Mais de 1.500 pessoas já foram infectadas no país. Apesar disso, os habitantes tentam não desistir e desafiam juntos o vírus.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
A vida continua
Todos os dias, Sward Dembi (d) vende pimentões na grande feira da capital de Serra Leoa, Freetown. Claro que ela tem medo de se infectar com o ebola no meio da multidão do mercado apertado, afirma a jovem de 19 anos. Mas ela não tem escolha: a família dela depende dessa renda.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Arquitetura contra o ebola
Em todo o país faltam centros de isolamento para tratar os infectados. Mas também faltam equipes e instalações. O arquiteto Kamara deixou seus outros projetos de lado e ajuda na construção de um centro de isolamento para pacientes de ebola em Freetown, que deve começar a funcionar em poucas semanas.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Proteção policial
Ela não quer revelar seu nome, mas os outros a chamam de "Mama G". Para muitos, a policial é quase uma mãe, que dedica seu tempo para as preocupações das pessoas de seu bairro. Há três semanas, ela foi desligada de suas funções para poder acompanhar o funeral de vítimas do ebola. Um trabalho que a ocupa em tempo integral, admite a policial.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Deixar o país não é uma opção
O alemão Ole Hengelbrock, de 28 anos, foi para Freetown há mais de um ano para cuidar de um projeto da organização humanitária Cap Anamur sobre crianças de rua. Hoje, Serra Leoa já virou um segundo lar para ele. Por um tempo, ele até jogou na Primeira Liga de futebol do país. Hengelbrock descarta a possibilidade de voltar para a Alemanha por causa da crise do ebola.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Voluntário
É a primeira vez que Momudo Lambo, de 28 anos, veste uma roupa de proteção. Ele participa de um treinamento para voluntários dispostos a trabalharem nas estações de tratamento de ebola. Um trabalho perigoso, mas, "em tempos difíceis como agora, algo obrigatório".
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Informação
A única coisa capaz de ajudar contra o ebola é o conhecimento sobre o vírus, afirma Usman Rahim Bah. Com seu próprio dinheiro, ele preparou material informativo, que agora distribui de casa em casa.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Sempre em serviço
Stella trabalha como enfermeira há quase 30 anos – e, nesse meio tempo, já viu muita coisa. A atual crise, porém, supera tudo. Quando o primeiro caso de ebola foi anunciado em sua clínica e vários colegas pediram as contas, ela decidiu ficar – e hoje se diz confiante que seu país vencerá a epidemia.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Perigo constante
Desmond Reez lidera uma equipe da Cruz Vermelha. Ele é responsável por seus colegas, que diariamente recolhem corpos de vítimas da doença altamente infecciosa para enterrá-los. "Eu sei que nós somos bem treinados e estamos protegidos", disse o sanitarista. Todos os dias, ele espera que a epidemia finalmente acabe.