Para a Organização Mundial da Saúde, não há justificativa de saúde pública para adiar ou cancelar o evento e não haveria alteração radical na propagação mundial do vírus zika.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) rechaçou neste sábado (28/05) o pedido feito por 150 cientistas da área de saúde para adiar ou mudar de lugar os Jogos Olímpicos de 2016, que tem como sede a cidade do Rio de Janeiro e acontecerão em agosto, por causa dos riscos de propagação do vírus zika.
"Não há uma justificativa de saúde pública para adiar ou cancelar os jogos. A OMS continuará vigiando a situação e atualizando suas recomendações conforme seja necessário", afirmou a organização em comunicado. Segundo a OMS, o cancelamento ou mudança de local dos Jogos Olímpicos de 2016 não alteraria radicalmente a propagação mundial do vírus zika.
A OMS respondeu assim a um apelo público, assinado por 150 cientistas de todo o mundo, que haviam pedido à organização para que se posicionasse a favor do adiamento ou troca de lugar do evento esportivo. Em carta aberta à diretora-geral da OMS, Margaret Chan, os especialistas de dez países, incluindo o Brasil, alertaram que o zika representa "um risco desnecessário", tendo em conta que 500 mil turistas estrangeiros "vão para ver os jogos e podem ser potencialmente infectados, levando o vírus para casa, onde a infecção pode-se tornar endêmica".
A carta enumera evidências científicas recentes que mostraram que o vírus pode causar microcefalia em recém-nascidos e problemas neurológicos em adultos. Os especialistas afirmam ainda que, apesar dos esforços para combater o mosquito Aedes aegypti, os casos da doença continuam aumentando no Rio de Janeiro.
Entre os signatários do documento há especialistas de mais de 20 países em áreas como saúde pública, bioética e pediatria, e de universidades de renome, como Harvard, Yale e Oxford. A pesquisadora Débora Diniz, da UnB, é a única representante do Brasil a assinar a carta.
A OMS afirmou que o Brasil é apenas um dos 60 países e territórios afetados pelo zika e que pessoas continuam viajando entre esses locais pelos mais variados motivos. A organização reiterou seu conselho anterior, de que mulheres grávidas não devem viajar para os países ou regiões afetadas. Aqueles que querem viajar para o Brasil para ver os Jogos Olímpicos devem, antes, seguir as recomendações de saúde pública de seu país e consultar um médico, afirmou a OMS.
AS/lusa/efe
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.