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OMS descarta emergência global devido à varíola dos macacos

26 de junho de 2022

Após reunião, Organização Mundial de Saúde decide não elevar nível de alerta, mas ressalta que situação é preocupante. Desde maio, mais de 3,2 mil casos da doença foram registrados em 48 países, inclusive Brasil.

Ampolas com testes de varíola dos macacos
Brasil já registra 17 casos de varíola dos macacosFoto: DADO RUVIC/REUTERS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu neste sábado (25/06) não declarar ainda o atual surto de varíola dos macacos emergência de saúde global. Apesar da decisão tomada após uma reunião de especialistas, a agência da ONU ressaltou que a situação é preocupante.

"Estou profundamente preocupado com o surto de varíola dos macacos, que é claramente uma ameaça de saúde crescente que eu e meus colegas do secretariado da OMS estamos acompanhando de perto", afirmou diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.

A OMS afirmou que, embora houvesse pontos de vista diferentes entre os especialistas do comitê de emergência da organização, eles chegaram ao consenso que na atual fase o surto de varíola dos macacos ainda não é uma emergência de saúde global.

A declaração é o mais alto nível de alerta que a OMS pode impor. A medida não tem consequências práticas diretas e é expedida no caso de um problema de saúde "grave, repentino, incomum e inesperado" que pode se espalhar para outros países.

A declaração de emergência global da OMS significaria, por enquanto, que médicos do mundo todo devem aumentar a atenção e informar seus pacientes sobre a doença. Esse nível de alerta é aplicado atualmente apenas devido à covid-19 e à poliomielite – também conhecida como paralisia infantil.

Aumento no número de casos

A OMS sublinhou, contudo, que a convocação de uma reunião do comitê só por si "assinala uma escalada do alerta" e representa "um apelo para a intensificação das ações de saúde pública em resposta a este acontecimento".

Segundo a organização, desde de maio, foram registrados mais de 3,2 mil casos de varíola dos macacos em 48 países onde a doença não é endêmica. O Brasil já confirmou 17 infecções, inclusive com cinco casos de transmissão local, ou seja, os pacientes não tinham histórico de viagens para regiões atingidas pelo surto.

A Europa concentra a grande maioria dos casos. Já na África, onde a doença é endêmica, foram registrados neste ano 1,5 mil infecções e 70 mortes.

Transmissão entre humanos

A grande maioria dos casos do atual surto não tem relação com viagens feitas à África indicando que o vírus está sendo transmitido entre humanos. O mecanismo exato de transmissão permanece desconhecido, mas acredita-se que o vírus entre no organismo através de ferimentos, do trato respiratório, olhos, nariz e boca.

O vírus da varíola dos macacos só é transmitido por meio de contato próximo com infectados ou com objetos, como roupa e forro de cama, utilizado por doentes. Em 2022, um conjunto de casos foi detectado entre homens que mantiveram relações homossexuais, criando um estigma de que a doença infectaria apenas esse grupo. A OMS ressalta que qualquer um que tiver um contato próximo com um doente pode ser infectado. Atualmente ainda não se sabe se a varíola dos macacos é uma doença sexualmente transmissível.

A varíola dos macacos causa causa erupções cutâneas na pele com pústulas e bolhas que se abrem depois de um tempo e formam uma casca, acompanhadas de febre, dor de cabeça e nas articulações, ou sensação de desconforto.

cn (Reuters, Lusa, dw)

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