OMS diz que transmissão sexual de zika é relativamente comum
9 de março de 2016
Casos desse tipo de transmissão são relatados em vários países. Pela primeira vez, organização aconselha grávidas a não viajar para regiões afetadas pelo surto, devido a evidências de ligação entre zika e microcefalia.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira (08/03) que a transmissão sexual do vírus zika é mais comum do que o imaginado e aconselhou mulheres grávidas a não viajar para áreas com surtos da doença devido aos possíveis riscos de defeitos congênitos.
Depois de uma reunião de emergência, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que relatórios e investigações em diversos países sugerem que a transmissão sexual do zika é relativamente comum. Os Estados Unidos analisam mais de uma dúzia de casos de pessoas que podem ter sido infectadas através de relações sexuais.
O diretor de emergências da OMS, Bruce Aylward, contou que os casos de transmissão sexual reportados até agora foram de homens para mulheres. "O mosquito continua sem dúvida sendo o principal transmissor da doença", ressaltou.
A organização alertou ainda que aumentaram as evidências de que o zika pode causar microcefalia. "Claramente a infecção durante a gravidez irá produzir resultados bem ruins. É importante recomendarmos medidas de saúde pública fortes e não esperar até que tenhamos provas definitivas", disse Chan.
Microcefalia
O zika está sendo relacionado ao aumento do número de casos de malformação no Brasil e se espalhou rapidamente pela América Latina, o que levou a Organização Mundial da Saúde a decretar emergência de saúde pública global. A OMS, no entanto, ressaltou que é importante continuar os estudos para provar cientificamente essa ligação, mas aconselhou grávidas a não viajar para áreas com surtos do vírus e usar camisinha.
"Grávidas cujos parceiros sexuais moram ou viajam para áreas com surtos de zika devem garantir práticas sexuais seguras ou se abster de sexo durante a gravidez", informou a OMS em comunicado. Anteriormente a agência de saúde da ONU aconselhou grávidas a considerarem o adiamento de viagens que não sejam essenciais para áreas com transmissão do vírus, que está se espalhando pelo Brasil e América Latina.
Vários estudos já apontaram indícios de relação entre o zika e a microcefalia, mas ainda faltam pesquisas para essa ligação seja confirmada realmente. Desde o início do surto, em outubro de 2015, o Brasil já confirmou mais de 640 casos da malformação e considera que a maioria deles está relacionada à infecção pelo vírus durante a gravidez. Mais de 4,2 mil casos de microcefalia estão sendo investigados no país.
Chan também informou que nove países reportaram o aumento no número de casos da síndrome de Guillain-Barré, uma reação autoimune do corpo que ataca parte do sistema nervoso, causando fraqueza muscular e paralisia. A diretora-geral disse que essa doença pode estar relacionada ao zika.
A OMS disse ainda que o surto está se espalhando pela América Latina e Caribe e anunciou que 31 países já reportaram casos de transmissão interna da doença.
CN/lusa/rtr/ap
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
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Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
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Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
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Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
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Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.