OMS elogia trabalho de Pernambuco em relação à microcefalia
24 de fevereiro de 2016
Em visita ao Recife, diretora-geral da entidade enaltece esforços de instituto médico e do governo federal para lidar com a malformação, possivelmente ligada ao zika. Brasil está sendo "muito transparente", afirma.
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A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, anunciou nesta quarta-feira (24/02) que a agência da ONU estuda usar em outros países os protocolos sobre cuidados para bebês com malformações neurológicas implantados em Pernambuco.
"Vamos disseminar esse trabalho para que todo o mundo possa se beneficiar do excelente trabalho vindo deste país", disse Chan em visita ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife. Trata-se de uma das primeiras instituições de saúde de Pernambuco a atender crianças com microcefalia, tendo se tornado referência no estado.
Pernambuco é o estado com mais notificações de microcefalia no Brasil. Atualmente são 1.601 suspeitas registradas, das quais 209 já foram confirmadas como microcefalia e 204 foram descartadas.
A diretora-geral frisou que ainda não está confirmada a relação do vírus zika com o aumento do número de casos de microcefalia no Brasil, sobretudo na capital pernambucana, epicentro das ocorrências:
"É preciso chegar ao fundo dessa questão inusitada. Vejo que estudos estão sendo feitos no Brasil e em outros países e eles são muito importantes."
Chan lembrou que a Polinésia Francesa passou por um surto semelhante de zika em 2013 e 2014 e não identificou a relação entre o zika e problemas neurológicos. No entanto, devido à possível descoberta brasileira, o território "olhou para trás" e percebeu o mesmo padrão, tornando a relação entre microcefalia e zika mais evidente, disse.
Elogios ao Brasil
Vestida com uma camiseta da campanha Zika Zero, do governo federal, a diretora-geral da OMS parabenizou o Imip e o Brasil pelo bom trabalho na luta ao Aedes aegypti e ao zika e afirmou que o mundo vai ajudar o país a encontrar meios para combatê-los.
"A essa altura, o controle do mosquito por vários métodos é a primeira linha de defesa. Infelizmente não temos vacina ou um diagnóstico confiável", disse. "Na década de 1950 e 1960 o Brasil conseguiu erradicar o Aedes aegypti. Será que vocês conseguem fazer isso de novo?"
Chan afirmou que o governo brasileiro tem sido "muito transparente" ao compartilhar dados com a OMS, que, assim, também pode compartilhá-los com o mundo.
Ela visitou o ambulatório do Imip dedicado a crianças com microcefalia, assim como o centro de reabilitação físico e motor do instituto. Ela conversou com pesquisadores e médicos, além de mães de microcéfalos. Chan se compromete a contribuir com recursos, "pois essas crianças necessitarão de apoio no longo prazo".
De Recife, a diretora-geral da OMS seguiu para o Rio de Janeiro, onde visita a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
LPF/abr/ots
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
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Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
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Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
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Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
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Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
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Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.