OMS investigará surto de covid-19 originado em visons
5 de novembro de 2020
Dinamarca registra ao menos 12 infectados com mutação do coronavírus que ocorreu nos animais usados na indústria de peles. Governo do país ordenou abate de visons e impôs medidas de restrição na região afetada.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou nesta quinta-feira (05/11) que entrou em contato com as autoridades da Dinamarca para averiguar detalhes sobre o surto de covid-19 que teve origem numa mutação do coronavírus que ocorreu em visons. Após ter sido detectada a infecção de 12 pessoas, o governo dinamarquês ordenou o abate de todos os animais da espécie em criadouros do país.
"Estamos cientes de relatos na Dinamarca de várias pessoas infectadas com coronavírus oriundo de visons, com algumas alterações genéticas no vírus. Estamos em contato com as autoridades dinamarquesas para saber mais sobre este evento", publicou no Twitter a OMS.
A Dinamarca é o maior produtor global de visons, cuja pele é usada para fazer casacos. Na quarta-feira, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anunciou que até 17 milhões de visons serão sacrificados no país como precaução. Segundo ela, a mutação no coronavírus tem potencial para ameaçar a eficácia de uma futura vacina contra a covid-19. O país nórdico já havia abatido animais de fazendas anteriormente por causa de infecções pelo vírus, mas os surtos persistiram.
Em um relatório publicado nesta quarta-feira, o Statens Serum Institut (SSI), órgão responsável por lidar com doenças infecciosas no país, disse que testes laboratoriais mostraram que a nova cepa identificada nos visons tinha mutações na chamada proteína spike, uma parte do vírus que invade e infecta células saudáveis.
De acordo com o SSI, isso representaria um risco para as futuras vacinas contra a covid-19, que são baseadas na desativação da proteína spike.
Novas restrições
Para conter a disseminação da nova cepa, pelo menos sete municípios do norte da Dinamarca, onde há muitas fazendas de visons, terão medidas de restrição reforçadas. Restaurantes e os limites entre os municípios serão fechados a partir desta sexta-feira. Além disso, a população está sendo encorajada a realizar testes para detectar o coronavírus e a trabalhar de casa pelas próximas quatro semanas.
O movimento para sacrificar os milhões de animais pode custar ao Estado mais de 800 milhões de dólares. A medida é questionada por alguns parlamentares e por criadores de visons.
"Estamos pedindo o envio [de evidências], para que possamos avaliar a base técnica", disse um porta-voz do Partido Liberal à emissora TV2 na quarta-feira.
A associação da indústria de criadores de visons disse se tratar de "dia negro para a Dinamarca" e afirmou que a decisão do governo significa uma sentença de morte para a indústria de peles do país. "É um desastre para a indústria e para a Dinamarca", disse o presidente da entidade, Tage Pedersen.
Hans Henrik Jeppesen é um dos vários produtores afetados pela decisão. "Esta é uma situação muito, muito triste para mim e minha família", lamentou. Os 36 mil visons da propriedade de Jeppesen, à oeste de Copenhague, não foram infectados, mas serão sacrificados nos próximos 10 dias.
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Outros países
A Dinamarca não é o primeiro país a tomar essa medida drástica. A Holanda e a Espanha também já abateram milhares de visons por preocupações semelhantes. Em agosto, a Holanda, depois de abater dezenas de milhares de animais, resolveu banir por completo a criação para a indústria de peles, após o registo de vários focos de infecção em criadouros.
Em maio, as autoridades holandesas já tinham decidido proibir o transporte de peles de visons em todo o país, depois que dois trabalhadores de um criadouro teriam contraído o novo coronavírus por meio desses pequenos animais.
Em julho, quase 100 mil visons foram sacrificados em uma fazenda no nordeste da Espanha depois que muitos deles testaram positivo para coronavírus.
Vison ou marta é a designação comum a várias espécies de mamíferos mustelídeos, que se assemelham às doninhas da América do Norte.
LE/efe/rtr
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
Foto: Dan Race/Fotolia
Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
Foto: Imago Images
Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.