OMS lança plano de US$ 56 milhões para combater zika
17 de fevereiro de 2016
Objetivo da Organização Mundial da Saúde é acelerar produção de vacinas, diagnósticos e pesquisas sobre como a doença se dissemina. "Vírus foi de ameaça menor a uma de proporções muito sérias", alerta diretora-geral.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quarta-feira (17/02) um plano de ação para combater o vírus zika até junho, quando começa o inverno no Hemisfério Sul. Orçado em 56 milhões de dólares, o projeto prevê, entre outros pontos, acelerar a produção de vacinas, diagnósticos e pesquisas sobre como a doença se dissemina.
A verba inclui 25 milhões de dólares para a OMS e seu escritório regional. Os outros 31 milhões serão para financiar parceiros-chave da organização em alguns dos 39 países afetados pelo vírus, sobretudo nas Américas.
"A possível relação com complicações neurológicas e má-formações de nascença aumentaram rapidamente o perfil de risco do zika, que foi de uma ameaça menor a uma de proporções muito sérias", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em referência aos casos de microcefalia no Brasil.
Na semana que vem, Margaret estará no Brasil para analisar as medidas relacionadas ao zika apoiadas pela OMS e tem na agenda uma reunião com o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
O lançamento do plano foi feito um dia depois de a OMS defender que países atingidos pelo vírus deveriam considerar novas maneiras de lutar contra o Aedes aegypti, incluindo o uso de mosquitos geneticamente modificados e de uma bactéria que infecta o inseto
"Dada a magnitude da crise do zika, a OMS encoraja regiões afetadas e seus parceiros a impulsionar o uso de formas tanto antigas quanto novas para controlar o mosquito como a linha de defesa mais imediata", disse a organização em comunicado. O Aedes aegypti, principal vetor do zika, foi descrito como "oportunista e persistente".
O surto se espalhou rapidamente pela América Latina e levou a OMS a decretar emergência sanitária mundial por causa do elevado número de casos de microcefalia e de outras complicações neurológicas no Brasil, possivelmente relacionados ao zika.
O Ministério da Saúde informou hoje que investiga 3.935 casos suspeitos de microcefalia. Até o dia 13 de fevereiro, 837 casos foram descartados de um total de 5.280 notificações de estados e municípios ao governo federal.
Os números foram divulgados pelo secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Carlos Nardi, durante a Reunião Internacional para Implementação de Novas Alternativas para o Controle do Aedes aegypti. O boletim epidemiológico completo deve sair na tarde de hoje.
O boletim anterior indicava um total de 462 casos confirmados de bebês que nasceram com microcefalia, sendo 41 deles relacionados à infecção pelo vírus zika.
RPR/rtr/ots
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
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Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
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Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
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Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.