OMS monitora casos de pneumonia misteriosa na Argentina
3 de setembro de 2022
Dez casos foram registrados em uma clínica da cidade de San Miguel de Tucumán – três pessoas morreram. Testes iniciais para vírus respiratórios conhecidos e outros agentes virais, bacterianos e fúngicos deram negativo.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) está monitorando dez casos de uma pneumonia bilateral de origem desconhecida em um hospital da província de Tucumán, na Argentina. O surto já provocou três mortes – a última vítima foi uma mulher de 70 anos que havia sido internada para uma cirurgia.
Os casos estão ligados à clínica privada Luz Médica, na cidade de San Miguel de Tucumán, no noroeste do país, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da OMS.
Os primeiros pacientes apresentaram sintomas entre 18 e 22 de agosto. Na terça-feira, um relatório inicial incluiu entre os contaminados cinco profissionais de saúde e um paciente da clínica. Na quinta-feira, as autoridades de saúde locais relataram mais três casos, elevando o total para nove. Na sexta-feira (03/09), a Argentina relatou o décimo caso.
Os sintomas incluem febre, dores musculares e abdominais, diarreia e falta de ar. Vários dos pacientes tiveram pneumonia em ambos os pulmões.
Testes iniciais para vírus respiratórios conhecidos e outros agentes virais, bacterianos e fúngicos deram negativo, informou a Opas. Amostras biológicas foram enviadas à Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde da Argentina para testes adicionais, que incluirão análise da presença de toxinas.
Segundo jornais locais da cidade de San Miguel de Tucumán, os primeiros resultados das análises enviadas ao Instituto Nacional de Microbiologia Dr. Malbrán deram positivo para a bactéria legionella. Os testes iniciais haviam dado negativo para este patógeno.
Paralelamente, especialistas analisam a água e os aparelhos de ar condicionado para identificar uma possível contaminação ou envenenamento. A Opas e a Oms estão monitorando o surto e auxiliando as autoridades locais de saúde na investigação.
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O que dizem especialistas
Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, nos EUA, disse que, como os pulmões são fortemente atacados, a causa provavelmente é algo que os pacientes inalaram.
Segundo ele, "doenças misteriosas", na maioria das vezes, podem ser explicadas por algum surto local que não tem implicações pandêmicas.
Hector Sale, presidente da faculdade de medicina da província de Tucumán, afirmou: "Não estamos lidando com uma doença que causa transmissão pessoa a pessoa", pois não foram identificados casos entre contatos próximos de nenhum dos pacientes.
le/lf (Reuters, EFE, DPA, ots)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.