OMS pede exame de casos de pneumonia para rastrear covid-19
5 de maio de 2020
Testes na França sugerem que novo coronavírus chegou à Europa em dezembro, ao menos um mês antes do que se pensava. OMS recomenda análise de casos semelhantes para que se tenha "perspectiva clara" sobre a doença.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira (05/05) que países investiguem casos de pneumonia que podem ser considerados suspeitos de covid-19 ocorridos antes dos primeiros confirmados, após relatos de que a doença teria surgido na França em dezembro, bem antes do que se pensava.
Autoridades chinesas reportaram a doença causada pelo novo coronavírus – mais tarde batizados de covid-19 e Sars-Cov-2, respectivamente – no dia 31 de dezembro. Até agora, acreditava-se que o coronavírus não tinha chegado à Europa antes de janeiro.
"Isso proporciona uma nova visão sobre tudo", disse o porta-voz da OMS Christian Lindmeier em Genebra. "A descoberta nos ajuda a compreender melhor a potencial circulação da covid-19", afirmou. Ele acredita que outros possíveis casos precoces como o da França poderão surgir após novos testes.
Um hospital francês realizou testes em amostras datadas de 27 de dezembro retiradas de pacientes com pneumonia e concluiu que um deles já estava contaminado pelo coronavírus quase um mês antes de o governo confirmar os primeiros casos no país, no dia 24 de janeiro. Isso pode significar que a doença chegou mais cedo à Europa do que se imaginava.
O paciente Amirouche Hammar foi hospitalizado no final de dezembro. No último domingo, o médico Yves Cohen, que o atendeu, realizou um novo teste em uma amostra de sangue e confirmou a presença do coronavírus Sars-Cov.2. Ele disse que fez o teste duas vezes, para ter certeza.
Hammar contou em entrevista a uma rede de televisão que vinha sofrendo de dores no peito e dificuldades para respirar. Com a piora do quadro, ele se dirigiu a um hospital em Bobigny, próximo a Paris. "Disseram-me que talvez tivesse uma infecção no pulmão, e que era muito grave", recordou.
Lindmeier, da OMS, exortou outros países a verificar os registros de casos de pneumonia de origem não especificada feitos no final de 2019 e ressaltou que isso poderá fornecer uma "nova e clara perspectiva" sobre a pandemia.
Vírus por toda parte! Talvez no tomate, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o Sars-Cov-2.
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Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Como todas as infecções por gotículas, o Sars-Cov-2 se propaga por mãos e superfícies tocadas com frequência. Embora seja ainda relativamente desconhecido, os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus.
Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho – se ainda estiver funcionando. Em princípio, coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-Cov-2 por esse meio de transmissão".
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Medo de importados?
Ainda segundo o BfR, os pais não precisam temer um contágio através de brinquedos importados. Até o momento não pôde ser comprovado nenhum caso desses. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta umidade atmosférica.
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Vírus pelo correio?
Em geral, coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e umidade, o BfR considera "antes improvável" um contágio por pacotes de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-Cov-2.
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Pingue-pongue entre cão e dono?
Meu cachorro pode me contagiar e eu a ele? Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excreções.
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Verduras assassinas?
Igualmente improvável é a transmissão do Sars-Cov-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR, não sendo conhecidos casos comprovados. Lavar cuidadosamente as mãos antes do preparar da refeição continua sendo mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
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Longa vida no gelo
Embora os coronavírus Sars e Mers conhecidos até o presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-Cov-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
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Animais silvestres são tabu
Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens. Há fortes indícios de o novo coronavírus ter sido transmitido aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria, certamente contra a própria vontade. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"...