OMS prevê até 10 mil casos de ebola por semana a partir de dezembro
14 de outubro de 2014
Vírus já causou quase 4,5 mil mortes. Segundo Organização Mundial da Saúde, número de infectados deve ultrapassar os 9 mil nos próximos dias. Taxa de mortalidade na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa é de 70%.
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A epidemia de ebola ainda está se alastrando na África Ocidental, divulgou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (14/10). Desde a eclosão do surto, em março, o vírus já matou quase 4,5 mil pessoas e o número de casos da doença deve ultrapassar 9 mil nesta semana.
Até o início de dezembro, a contagem pode alcançar 5 mil a 10 mil casos por semana, afirma Bruce Aylward, diretor-geral adjunto da OMS. Embora haja sinais de que a taxa de infecção está diminuindo em algumas das áreas mais afetadas, a doença chegou a mais localidades do que atingia há um mês e o número de casos continua a subir, afirma Aylward.
A organização também constatou que o índice de mortalidade do ebola chegou a 70% na Guiné, Libéria e Serra Leoa. A última contagem da epidemia registrou 4.447 óbitos num total de 8.914 casos, o que sugere um índice de mortalidade de cerca de 50%, mas, segundo Aylward, os números mascaram a realidade, pois "não basta dividir um pelo outro para saber quanto a doença mata".
Para chegar a uma taxa real, "precisa-se acompanhar um grupo de pessoas durante o desenvolvimento da doença e entender quantas sobrevivem", explica. "Nesse grupo que sabemos que está doente e do qual sabemos o destino, verificamos uma mortalidade de 70%, que é quase a mesmo nos três países."
A OMS tem enfatizado que o número real de casos de ebola nos três países mais atingidos pela epidemia deve ser maior do que o que se tem registro. Sua estimativa é de que os números da Guiné seriam 1,5 vez maiores, os de Serra Leoa, 2 vezes, e os da Libéria, 2,5 vezes.
LPF/rtr/afp
Maior surto de ebola da história
A África enfrenta a pior epidemia de ebola. Não existem medicamentos ou vacina para conter a doença. Perante surto, a Organização Mundial da Saúde liberou o uso de substâncias experimentais em pacientes infectados.
Foto: Reuters
Conhecido desde 1976
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores da Bélgica. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Desde então, já houve 15 epidemias nos países africanos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foto: Reuters
Chances mínimas
Há diversas variações do vírus, e apenas algumas causam a febre hemorrágica. Ainda não há vacina ou medicamentos aprovados para combater o ebola. A doença é fatal na maioria dos casos: a taxa de mortalidade é de 90%. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais.
Foto: AFP/Getty Images
Sintomas
Os sintomas, que aparecem entre 2 e 21 dias após a infecção, são fraqueza, dores de cabeça e musculares, calafrios, falta de apetite, dor de estômago e de garganta, diarreia, vômitos e febre hemorrágica. As principais regiões do corpo afetadas são o aparelho digestivo, o baço e o pulmão.
Foto: picture alliance/AP Photo
Contágio
A transmissão do ebola ocorre apenas através de fluídos corporais, ou seja, deve haver contato direto entre as pessoas ou animais infectados, e também por meio do contato com ambientes contaminados. Ele se propaga, por exemplo, em hospitais, entre enfermeiros e médicos que tratam de pessoas infectadas. Além disso, pode ser transmitido ao se tocar no corpo de pessoas que morreram dessa doença.
Foto: Reuters/Unicef
De animais para humanos
Animais infectados também transmitem a doença. O ebola foi introduzido na população humana através de contato com sangue, secreções, órgãos e fluídos corporais de animais que carregavam o vírus. Morcegos, por exemplo, são hospedeiros do vírus, mas eles não adoecem e podem carregar o ebola consigo até o fim da vida.
Foto: picture-alliance/dpa
Informação é o melhor remédio
Campanhas de esclarecimentos sobre o ebola são fundamentais para conter o avanço da epidemia. A única maneira de evitar uma infecção são medidas preventivas, como melhores condições de higiene nos hospitais, uso de luvas e a quarentena.
Foto: Sia Kambou/AFP/Getty Images
Atual epidemia
Os primeiros casos do atual surto de ebola foram confirmados em março deste ano na Guiné. Desde então, a pior epidemia dessa doença da história já se alastrou por seis países africanos. Casos já foram registrados na Libéria, em Serra Leoa, na Guiné, na Nigéria, na República Democrática do Congo e no Senegal.
Foto: picture-alliance/dpa
Fronteiras fechadas
Os governos de Serra Leoa, Libéria e Nigéria decretaram estado de emergência devido à epidemia. O surto levou alguns países africanos a colocar em quarentena regiões fortemente atingidas pela doença. Além disso, para tentar evitar a propagação da epidemia, países como Guiné, Libéria e Costa do Marfim fecharam suas fronteiras.
Foto: Reuters
Mais de mil mortes
A OMS considerou o atual surto de ebola com o maior e pior da história. Desde março, mais de 3 mil casos da doença já foram confirmados e mais de 1.500 pessoas morrem de ebola. Entretanto, a agência teme que mais de 20 mil pessoas possam ser infectadas até que a epidemia seja controlada.
Foto: DPA
Vida em risco
No atual surto há uma elevada taxa de infecção entre profissionais de saúde que cuidam de pacientes com ebola. Mais de 240 médicos e enfermeiros já foram infectados e mais de 120 morreram. A falta de roupas de proteção e o cansaço após jornadas exaustivas de trabalho são as razões para essas infecções. Alguns deles estão recebendo o tratamento em países europeus e nos Estados Unidos.
Foto: Getty Images/Afp/Seyllou
Medicamentos experimentais
O médico americano Kent Brantly foi tratado nos Estados Unidos com o soro experimental ZMapp. Após três semanas de isolamento ele foi curado. Mas a eficácia desse medicamento é controversa. Um padre espanhol tratado com esse soro não sobreviveu. Perante a gravidade da crise, a OMS aprovou em meados de agosto a utilização de substâncias experimentais contra o ebola.