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OMS recomenda que países continuem usando vacina de Oxford

17 de março de 2021

Entidade de saúde da ONU minimiza reações adversas registradas em vacinados e diz que as vantagens do uso do imunizante da AstraZeneca "superam os riscos".

Frascos da vacina da AstraZeneca contra covid-19
Foto: Dado Ruvic/REUTERS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quarta-feira (17/03) que os benefícios da vacina da AstraZeneca e Universidade de Oxford superam os riscos e recomendou a manutenção das campanhas de vacinação que utilizam o agente imunizante contra o coronavírus.

A mensagem reforça declaração semelhante emitida pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) na véspera e é divulgada depois que vários países europeus decidiram suspender o uso da vacina da AstraZeneca por causa de relatos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.

A OMS, porém, afirmou que os episódios tromboembólicos detectados em algumas pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca "acontecem com frequência e são a terceira doença cardiovascular mais comum" no mundo.

"Neste momento, a OMS estima que o balanço risco/benefício se inclina a favor da vacina da AstraZeneca e recomenda que as vacinas continuem" a ser administradas, diz um comunicado da agência da ONU.

De acordo com a entidade, as vantagens do uso da vacina "são maiores que os riscos". A OMS diz que é comum o registro de efeitos adversos em pessoas que recebem doses de algum dos tipos do medicamento, "o que, não necessariamente, significa que estejam relacionados com a imunização".

A paralisação da aplicação em alguns países, apontou a OMS, é uma medida de precaução, que nem todas as autoridades nacionais adotaram, embora tivessem as mesmas informações sobre efeitos adversos.

A agência com sede em Genebra, na Suíça, informou que mantém contato com a Agência Europeia de Medicamentos e outros órgãos regulares, para acompanhar a segurança das vacinas contra o novo coronavírus.

Suspensão na Europa

As dúvidas sobre o agente imunizante da companhia afetam em especial a Organização Mundial da Saúde, já que a maioria das doses distribuídas até o momento pelo programa Covax foi produzida pela AstraZeneca.

Desde o fim de fevereiro, a iniciativa e a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) distribuíram cerca de 230 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca em 140 diferentes países.

De acordo com a OMS, as vacinas afetadas por suspensões na Europa foram fabricadas no próprio continente, enquanto as distribuídas pela Covax são provenientes de Índia e da Coreia do Sul, o que não deverá afetar o programa.

Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, Holanda, Islândia, Irlanda e Bulgária suspenderam o uso do imunizante.

A Áustria parou de usar doses de um lote da AstraZeneca na semana passada depois que uma mulher morreu por trombose múltipla após ser vacinada. Estônia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo e Romênia também suspenderam o uso do mesmo lote de 1 milhão de doses, enviadas para 17 países da UE.

Segundo a AstraZeneca, houve 37 relatos de coágulos sanguíneos entre os mais de 17 milhões de pessoas que receberam a chamada vacina de Oxford na União Europeia e no Reino Unido. "Isto é muito menos do que seria esperado ocorrer naturalmente numa população em geral deste tamanho e é similar ao verificado com outras vacinas contra covid-19 licenciadas", afirmou a empresa anglo-sueca.

A vacina da AstraZeneca foi aprovada para uso na União Europeia no final de janeiro, porém vem enfrentando dificuldades. Inicialmente, houve dúvidas sobre sua eficácia em pessoas com 65 anos ou mais, depois sanadas com a divulgação de um novo conjunto de dados de ensaios clínicos. O bloco comprou 400 milhões de doses da vacina, mas a farmacêutica foi forçada a reduzir as entregas previstas devido a problemas de produção.

rpr/ek (Efe, AFP)

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