Onda de calor mata 360 pessoas na Espanha em seis dias
16 de julho de 2022
Somente nesta sexta-feira, foram 123 mortes devido às altas temperaturas, que chegam até 46 °C. Reino Unido, Portugal e França também emitem alertas devido ao calor extremo.
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A Espanha registrou ao menos 360 mortes nos seis primeiros dias de uma onda de calor que atinge partes da Europa. As informações são do Instituto de Saúde Carlos III, vinculado ao Ministério da Saúde espanhol, e abrangem o período de 10 a 15 de julho. Temperaturas recordes de até 46 °C têm assolado o país.
Somente nesta sexta-feira, foram 123 óbitos. No primeiro dia da segunda onda de calor do ano, no domingo passado, foram 15 mortes atribuíveis às altas temperaturas. Desde então, houve uma escalada contínua, com o pico nesta sexta.
O Instituto de Saúde Carlos III também informou que, durante todo o mês de junho - o qual também registrou uma intensa e precoce onda de calor -, a Espanha teve 829 mortes devido ao calor excessivo.
Desidratação, descompensação ou doenças crônicas são alguns dos fatores que podem agravar subitamente o estado de saúde das pessoas até levar ao óbito. Por isso, as autoridades de saúde apelam para que as pessoas bebam bastante água e permaneçam o maior tempo possível em locais frescos e sombreados.
O temor é que a situação se agrave e mais óbitos ocorram, já que a onda de calor não deve dar trégua pelo menos até segunda-feira, conforme informou a Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (AEMET).
O país também enfrenta grandes incêndios florestais. Mais de 3 mil pessoas foram retiradas preventivamente de dois municípios devido ao fogo que se espalha na região da Serra de Mijas, em Málaga, no sul de Espanha.
Reunião de emergência no Reino Unido
Não é só a Espanha que sofre com a onda de calor. No Reino Unido, o calor extremo fez o governo convocar uma reunião de emergência neste sábado para debater a situação, tendo em vista o possível aumento ainda maior das temperaturas no começo da próxima semana.
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Um alerta vermelho de calor extremo foi emitido e abrange grande parte da Inglaterra na segunda-feira e terça-feira, quando as temperaturas poderão chegar a 40º C pela primeira vez no país - o recorde de temperatura britânico é de 38,7 °C e foi atingido em 2019.
As pessoas estão sendo orientadas a não usar os transportes públicos na região metropolitana de Londres na segunda-feira e terça-feira, a menos que seja absolutamente necessário.
Crianças e idosos são considerados particularmente vulneráveis às altas temperaturas, razão pela qual escolas e casas de repouso foram aconselhadas a tomarem medidas extras para proteger os estudantes e residentes.
Incêndios na França
Na França, pelo menos 12 mil pessoas foram retiradas de casa e cerca de 9 mil hectares de floresta foram queimados em dois incêndios que começaram na terça-feira no departamento de Gironde, no sudoeste do país. Em outro incêndio, em La Teste de Buch, 3.150 hectares de floresta foram consumidos desde a terça-feira. Várias casas e edifícios foram consumidos pelas chamas.
Cerca de mil bombeiros tentam extinguir os dois incêndios, com o auxílio na sexta-feira de três hidroaviões do tipo Canadair e um avião bombardeiro de água do tipo Dash.
O sul de França vive uma onda de calor desde a semana passada, que deverá estender-se para o norte do país nos próximos dias. Neste sábado, o serviço meteorológico francês colocou 16 dos cem departamentos, todos no sul do país, em alerta laranja devido às altas temperaturas. Em muitos locais, o acesso às florestas foi proibido para tentar evitar incêndios.
Espera-se que os 35 °C sejam ultrapassados em grande parte do interior do sul de França já no domingo, com picos que podem chegar aos 40 °C.
Em Portugal, um piloto de avião de combate a incêndios morreu na sexta-feira perto da cidade de Vila Nova de Foz Coa, após um acidente com a aeronave.
O país também enfrenta uma intensa onda de calor há uma semana, com temperaturas próximas dos 47 °C na zona do acidente, e os serviços de emergência registraram uma dezena de incêndios ativos na sexta-feira.
le (EFE, Lusa, AFP, ots)
O poder de destruição da natureza
Água, vento, fogo ou gelo: grandes desastres naturais causam mortes por todo mundo, afetando a vida de milhões de pessoas. Confira algumas das catástrofes naturais registradas no último século.
Foto: Getty Images/AFP/J. Barret
Enchente na China em 1931 pode ter matado até 4 milhões de pessoas
Em 1931, a cheia dos rios Amarelo, Pérolas, Yangtzé e Huai devastou parte da China. A enchente, que durou de julho a novembro, inundou mais de 88 mil km² e deixou outros 21 mil km² parcialmente inundados. Não há registro exato do número de mortos, mas estima-se que de 1 milhão a 4 milhões de pessoas morreram em decorrência da tragédia e de seus efeitos secundários, como a fome.
Foto: picture-alliance/AP Images
Por falta de aviso à população, ciclone mata pelo menos 300 mil em Bangladesh
Em novembro de 1970, o Paquistão Oriental (atual Bangladesh) esteve no caminho do ciclone Bhola. Meteorologistas disseram ter previsto a tempestade, mas que não havia meios de comunicar o risco à população. Como resultado, ao menos 300 mil pessoas morreram – algumas estimativas chegam a meio milhão de mortes. Em 1991, Bangladesh foi atingido por outro ciclone, que deixou cerca de 138 mil mortos.
Foto: Getty Images
Terremoto acaba com cidade na China
A cidade industrial de Tangshan, na China, foi arrasada por um terremoto de magnitude 7,6 em 28 de julho de 1976. Em minutos, a cidade praticamente deixou de existir, com o colapso da maioria dos prédios. O abalo sísmico matou 242 mil pessoas, segundo o governo chinês – o recorde entre os terremotos ocorridos no século 20.
Foto: Imago/Xinhua
Erupção riscou cidade colombiana do mapa
O vulcão Nevado del Ruiz, na Cordilheira dos Andes, riscou do mapa a cidade de Armero, em 13 de novembro de 1985, na Colômbia. Uma erupção provocou um degelo, formando uma avalanche de lama e cinza vulcânica que atingiu um raio de 100 km, matando mais de 23 mil pessoas, entre elas, Omayra Sánchez, de 12 anos, que agonizou por 60 horas em frente às lentes do mundo todo sem possibilidade de resgate.
Foto: AP
Diretor de cinema e equipe soterrados por avalanche
Uma avalanche acima do povoado de Nizhny Karmadon, na Rússia, deixou 127 mortos em 20 de setembro de 2002 – entre eles o ator e diretor russo Serguei Bodrov Jr. e a equipe de 24 pessoas que filmavam no local no momento do desastre. Acredita-se que a tragédia tenha sido causada por um pedaço de uma geleira que se soltou das montanhas do Cáucaso e rolou em direção ao vilarejo.
Foto: AP
Mais de 230 mil mortes um dia depois do Natal
Em 26 de dezembro de 2004, um maremoto no Oceano Índico com intensidade 9.1 na escala Richter causou ondas de até 30 metros de altura, que devastaram regiões de 13 países, deixando quase dois milhões de desabrigados e ao menos 230 mil mortos. Somente na província indonésia de Acé morreram 170 mil pessoas.
Foto: Pornchai Kittiwongsakul/AFP/Getty Images
Furacão rompe barragens e deixa cidade debaixo da água nos EUA
Um dos furacões mais conhecidos da história dos Estados Unidos teve efeitos devastadores em Nova Orleans, na Luisiana. Ocorrido em 2005, o Katrina matou cerca de 1.800 pessoas, fez com que 250 mil perdessem suas casas e provocou danos estimados em cerca de 108 bilhões de dólares. Barragens se romperam, deixando 80% da cidade debaixo da água e arrancando até mesmo caixões das sepulturas.
Foto: AP
Ciclone devasta Myanmar e deixa pelo menos 140 mil mortos
O ciclone Nargis afetou, entre outros países, Índia, Sri Lanka, Laos, Bangladesh e, principalmente, Myanmar com sua fúria de categoria 4, em 2 de maio de 2008. Estatísticas apontam que 140 mil pessoas morreram, mas o número real pode ser próximo de um milhão de vítimas.
Foto: IFRC/dpa/picture alliance
Um terço da população afetada por terremoto no Haiti
Não bastasse ser o país mais pobre da América, em 12 de janeiro de 2010 um terremoto de magnitude 7 na escala Richter destruiu a capital do Haiti, Porto Príncipe, deixando cerca de 220 mil mortos e 1 milhão de desabrigados. Entre as vítimas estava a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Estima-se que 3 milhões de pessoas, quase um terço da população, tenham sido afetadas.
Foto: C. Somodevilla/Getty Images
Enxurrada e deslizamentos matam mais de 900 no Rio de Janeiro
O Brasil não costuma ser assolado por desastres naturais como terremotos e tsunamis. Porém, entre 11 e 12 de janeiro de 2011, uma sequência de chuvas fortes atingiu a região serrana do Rio de Janeiro, causando uma grande enxurrada e vários deslizamentos de terra, com soterramento de casas. O desastre provocou mais de 900 mortes em sete cidades e afetou mais de 300 mil pessoas.
Foto: AP
Tsunami provoca derretimento de reatores e acidente nuclear no Japão
Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9 seguido de um tsunami causou danos devastadores no Japão. A catástrofe matou pelo menos 16 mil pessoas. Na usina nuclear de Fukushima, os núcleos de três dos seis reatores derreteram, causando o pior acidente atômico desde Chernobyl, em 1986. O tsunami fez com que quase 300 espécies marinhas viajassem através do Pacífico até o litoral dos EUA.
Foto: AP
Dezenas de mortos cercados pelo fogo em estrada de Portugal
Uma onda de calor causou vários incêndios em Portugal em junho de 2017. Ao menos 61 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um deles, que atingiu a vila de Pedrógão Grande. Corpos de 30 pessoas foram encontrados dentro de veículos, em uma estrada que foi cercada pelo fogo. Mais de 800 bombeiros trabalharam para extinguir as chamas, com a ajuda de cinco aviões.
Foto: Reuters/R. Marchante
Onda de calor deixa 70 mil mortos na Europa
Embora os brasileiros estejam acostumas e preparados para temperaturas que frequentemente chegam a 40°C, a Europa não costumava, até alguns anos, enfrentar esse tipo de problema. Mas uma onda de calor atingiu o continente no verão de 2003, provocando a morte de cerca de 70 mil pessoas – na Alemanha foram 7 mil mortes. Na foto acima, o rio Reno em Düsseldorf.