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Onda de calor mata mais de 800 pessoas na Índia

Murali Krishnan, de Nova Déli (pv)26 de maio de 2015

Estados do sul, como Andhra Pradesh e Telangana, são os mais atingidos, com temperaturas superiores a 47 graus Celsius. Situação deve se manter nos próximos dias.

Foto: Getty Images/AFP/N. Seelam

Mais de 800 pessoas morreram em consequência da onda de calor que há mais de uma semana atinge a Índia, sobretudo os estados do sul do país, disseram as autoridades nesta terça-feira (26/05). Meteorologistas alertam que não haverá trégua do calor extenuante, indicando que as temperaturas podem chegar aos 50 graus Celsius nos próximos dias.

Os estados mais atingidos são Andhra Pradesh e Telangana, no sul do país, onde foram registradas temperaturas acima de 47 graus Celsius. Mas a onda de calor também atingiu os estados de Rajastão, Haryana, Chandigarh, Bihar, Orissa e Chhattisgarh, onde as temperaturas devem aumentar e ficar em torno dos 45 graus Celsius por ao menos uma semana.

Em Andhra Pradesh e Telangana, mais de 780 pessoas morreram nos últimos dias por causa de insolação e desidratação – 551 em Andhra Pradesh e 231 em Telangana. No estado de Bengala Ocidental, no nordeste do país, foram registradas 13 mortes. Em Orissa, também no nordeste, outras 11 pessoas morreram em decorrência do calor excedente. Números de outros distritos ainda estão sendo computados, mas autoridades já preveem que o total de mortos deve ser muito maior.

"O calor tem aumentado mais rapidamente do que nos anos anteriores nesta região do sul, e não há trégua. Temperaturas chegam a quase 39 graus Celsius mesmo à noite", disse o diretor-geral do Departamento Meteorológico da Índia (IMD), Laxman Singh Rathore, em entrevista à DW.

Homem cobre o rosto para se proteger do calor em Hyderabad, capital do estado de TelanganaFoto: Getty Images/AFP/N. Seelam

Ventos quentes e secos de noroeste continuam a soprar em todo o país e provavelmente resultarão em temperaturas ainda mais quentes. "Como não há chuva à vista, nenhuma trégua é esperada num futuro próximo. As monções do sudoeste ainda estão a alguns dias de distância", disse um meteorologista do IMD.

O incomum número de mortes relacionadas ao calor forçou o governo do estado de Andhra Pradesh a abrir locais de atendimento emergencial, onde são distribuídos água potável e leite de manteiga como medida de proteção contra o calor. O responsável por gestão de calamidades de Andhra Pradesh, Tulsi Rani, disse que mais abrigos estão sendo providenciados em áreas vulneráveis. Ele também pediu às empresas de construção que aliviem o trabalho de seus funcionários.

Pobres são os mais castigados

Assim como na maioria das calamidades, esta onda de calor sem precedentes já custou a vida de muitas pessoas das camadas mais pobres, muitos deles diaristas que trabalham no setor da construção civil sob o sol escaldante. Muitos moradores de rua também morreram, alguns de desidratação.

E como se o calor insuportável já não fosse o suficiente, apagões que duram horas e o abastecimento irregular de água elevam as dificuldades dos cidadãos em cidades e vilas da região norte. Em Bhubaneswar, capital do estado de Orissa, os termômetros registraram temperaturas de 45 graus Celsius – oito graus acima do normal e o maior pico dos últimos dez anos.

Moradores de rua também estão sofrendo com a forte onda de calor. Alguns morreram de desidrataçãoFoto: Getty Images/AFP/N. Seelam

Depois da morte de um motorista de táxi em Calcutá, capital de Bengala Ocidental, na semana passada, sindicatos pediram que os motoristas não fossem às ruas durante a parte mais quente do dia.

A situação na capital, Nova Déli, não é diferente. Ruas e mercados estão parcialmente desertos, já que a maioria das pessoas prefere ficar em casa. O governo de Nova Déli providenciou refrigeradores de água em abrigos temporários para os mais de cem mil pobres e desabrigados da cidade.

Por enquanto, todas as atenções estão voltadas para as monções do sudoeste da Índia. Espera-se que elas forneçam algum alívio. Infelizmente, a previsão é de que as chuvas não chegarão logo. Depois de atingir a costa sudeste da Índia, elas provavelmente levarão mais algumas semanas para chegar até as partes mais secas no norte do país.

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