Estudo revela que aumento da temperatura do mar contribui não somente para branqueamento como leva à degradação interna de esqueletos de corais, matando a espécie em poucas semanas.
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As ondas de calor dos oceanos estão levando corais à morte em um ritmo muito mais rápido do que o imaginado, revelou um estudo divulgado nesta sexta-feira (09/08) na revista especializada Current Biology. Pesquisadores da Austrália, Estados Unidos e Reino Unido analisaram os impactos do aquecimento global da Grande Barreira de Corais australiana.
Os cientistas já sabiam que o aumento da temperatura da água do mar, atribuído ao aquecimento global, pode danificar os corais por meio de um fenômeno chamado de branqueamento, processo no qual a espécie perde microalgas fotossintetizantes localizadas na sua superfície, sua principal fonte de energia, causando a sua morte.
Com a perda das microalgas coloridas em vários eventos seguidos de branqueamento, como ocorreu com a Grande Barreira de Corais em 2016 e 2017, os corais podem ser destruídos em poucos meses ou anos. Se a temperatura da água diminuir, no entanto, os recifes conseguem se recuperar.
O estudo revelou, porém, que ondas de calor marinho severas podem degradar internamente o esqueleto de corais, potencialmente matando os organismos em poucos dias ou semanas. A degradação de recifes coloca ainda em riscos outras espécies que vivem nestes locais.
"A gravidade das ondas de calor vai além do processo de branqueamento, é, na verdade, um ponto no qual a própria espécie está morrendo", afirmou a coautora do estudo Tracy Ainsworth, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália.
Segundo o pesquisador Scott Heron, da Universidade australiana James Cook, a rápida dissolução dos esqueletos de corais após ondas de calor severas foi uma surpresa. "Cientistas do clima falam de incógnitas desconhecidas, ou seja, impactos que não podemos prever a partir de conhecimento e experiência existentes. Essa descoberta se encaixa nesta categoria", destacou.
Em 2016 e 2017, o branqueamento de corais afetou quase a metade dos 2,3 mil quilômetros do recife australiano, que é o maior sistema de corais do mundo e faz parte da lista de Patrimônio Mundial da Unesco.
A Grande Barreira de Corais cobre uma área maior do que a Itália e é um dos ecossistemas mais diversos do planeta.
O plástico conquistou o mundo: cada vez mais embalagens, brinquedos e objetos do cotidiano são feitos com esse material, com grandes consequências para o meio ambiente e também para a saúde humana.
Foto: picture alliance/JOKER/A. Stein
Pequeno como um grão de areia
Microplásticos são pequenas partículas de plástico. Elas têm menos de cinco milímetros e são adicionadas a diversos produtos. O microplástico também é produzido pela decomposição de resíduos plásticos ou pela abrasão de pneus e de tecidos sintéticos durante a lavagem de roupas.
Foto: picture alliance/JOKER/A. Stein
Pasta de dentes com microplástico
Vários fabricantes não se importam, e muitas pessoas não sabem: os pequenos pontos azuis na pasta de dentes são bolinhas de plástico. Elas auxiliam na escovação e na limpeza. Mais tarde essas bolinhas provavelmente vão parar no mar. Os tratamentos de esgoto não conseguem filtrar o microplástico.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Sauer
Cosméticos com muito plástico
Bolinhas de plástico também estão presentes em esfoliantes ou em sabonetes líquidos. O consumidor não é informado adequadamente pelos fabricantes sobre a presença de plástico em seus cosméticos, e ambientalistas e também autoridades sanitárias reivindicam a proibição do microplástico.
Foto: picture-alliance/empics/Y. Mok
Fibras sintéticas viram microplástico
A maior parte do microplástico espalhado pelo planeta é liberado por fibras sintéticas. Cerca de 60% das roupas contêm fibras sintéticas, e a tendência ao uso desse fio barato está aumentando rapidamente. Durante a lavagem de uma jaqueta de fleece são liberados até 1 milhão de fibras. Na Europa, cerca de 30 mil toneladas de fibras sintéticas vão para o esgoto todos os anos.
Foto: Imago/Mint Images
Plástico na água potável
O microplástico não polui apenas rios e oceanos – milhões de pessoas ingerem fibras de plástico invisíveis com a água da torneira diariamente. Pesquisadores americanos investigaram mais de 150 amostras de água da torneira em países dos cinco continentes e encontraram fibras de plástico microscópicas em 83% delas.
Foto: Colourbox
Microplástico no mar
Microplásticos são lcriados a partir da abrasão de plástico. Uma parte deles vai parar no mar. A principal origem são fibras sintéticas, seguidas de pneus, poluição urbana e marcação rodoviária. A parcela de microplástico proveniente de produtos de higiene pessoal é comparativamente pequena.
Uma bomba-relógio
O lixo plástico também se transforma em microplástico: uma sacola precisa de até 20 anos, uma garrafa plástica de até 450 para se decompor. Cada habitante do planeta "precisa", em média, de 60 quilos de plástico por ano. Nos Estados Unidos e na Europa Ocidental esse número ultrapassa 100 quilos. Cerca de 2% de todo o plástico produzido no mundo acaba no mar.
Foto: Getty Images/M.Clarke
Preso no plástico
A maré de plástico atinge animais e pessoas, mas ainda não se sabe exatamente como. As pesquisas ainda estão no começo. O que está claro, no entanto, é que plástico e microplástico vão parar em todos os estômagos, causando a morte por inanição de animais aquáticos. Os riscos para a saúde humana ainda são desconhecidos.
Foto: Reuters/Francis Perez/Courtesy of World Press Photo Foundation
Menos plástico?
Plástico é barato e prático para o dia a dia. Apesar disso, é crescente a discussão em todo o mundo sobre o que os políticos podem fazer: proibir sacolinhas, copos descartáveis e microplásticos em cosméticos, instituir a obrigação de reciclar ou criar um imposto sobre o plástico? Mas o melhor é cada pessoa adotar suas próprias atitudes para reduzir o consumo de plástico.