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Onde e quando o risco de pegar covid-19 é mais alto?

18 de novembro de 2021

Uma infecção pelo coronavírus é mais provável em espaços fechados, o que não significa que a cautela pode ser deixada de lado ao ar livre. E há diferentes fatores que influenciam o nível de risco em áreas internas.

Imagem mostra pessoas dentro de um ônibus usando máscara
Usar máscaras não é útil apenas em áreas internas, mas também em ambientes externosFoto: Mykola Tys/Zumapress/picture alliance

Há algumas regras para combater a covid-19 que a maioria já deve ter aprendido a esta altura. As fáceis são lavar as mãos e manter distância de outras pessoas sempre que possível. Depois há a dicotomia "espaço interno: mau, espaço aberto: bom" quando se trata do risco de pegar o coronavírus dos que nos rodeiam. Mas, na realidade, não é tão simples.

Risco de infecção depende de vários fatores

Uma via de transmissão importante é a propagação de partículas de coronavírus por meio de aerossóis e gotículas, pequenas partículas transportadas pelo ar que uma pessoa infectada emite ao respirar, conversar ou tossir.

Primeiro, o mais relevante. O risco de transmissão do vírus é de fato maior em ambientes fechados. Um estudo japonês feito em 2020 que examinou 110 casos de covid-19 e suas vias de transmissão constatou que "a probabilidade de um caso primário transmitir covid-19 em um ambiente fechado era 18,7 vezes maior em comparação com um ambiente ao ar livre".

Mas há diferentes fatores que podem afetar como o vírus se espalha em ambientes fechados. O Instituto Max Planck de Química tem uma calculadora que permite definir vários parâmetros para determinar o nível de risco de contrair covid-19 se uma pessoa estiver infectada. Entre os fatores que influenciam isso, estão o volume da voz da pessoa infectada que está falando, o quanto ela participa da conversa e o quão bem a sala está arejada. Os cálculos são baseados em um estudo sobre transmissão por meio de aerossol e risco de infecção publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health (Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública).

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Cantar é arriscado

Um dos cenários com a maior taxa de infecção é o de um coral ensaiando. Isso porque quanto mais alto uma pessoa infectada vocaliza, maior é a concentração de gotículas que ela produz, de acordo com o estudo no qual o Instituto Max Planck baseia sua calculadora.

Cantar alto também expulsa gotículas a uma distância maior do que apenas respirar ou falar com um volume menor. Como dizem os autores do estudo, "cantar é uma fonte de aerossol particularmente intensa".

Salas de aula

Evitar esse risco não deve ser muito difícil. Mas e no caso de uma sala de aula? Muitos países querem evitar um novo ciclo de fechamento de escolas, mas para tornar isso possível e ainda manter o risco de infecção baixo, há vários fatores a serem considerados.

Com um indivíduo infectado num ambiente fechado, é mais provável que as pessoas adoeçam em uma sala de aula cheia de crianças do que em um escritório cheio de adultos. O motivo: o número de pessoas totalmente vacinadas é menor entre as crianças.

Outros fatores de risco incluem ventilação deficiente – no Hemisfério Norte, abrir as janelas a cada hora por tempo suficiente para garantir a circulação de ar fresco pode não ser uma opção com as temperaturas externas caindo a níveis desconfortáveis. E muitas escolas não possuem sistemas de filtragem de ar.

Máscaras eficazes

Seja em sala de aula, escritório ou qualquer outro ambiente interno, há uma medida que reduz significativamente o risco de pegar o coronavírus: usar máscaras. Uma máscara PFF2 (equivalente a outros padrões internacionais conhecidos como N95, KN95 e máscaras P2) pode reduzir o risco de infecção em 20 vezes, e as máscaras PFF3 mais avançadas podem reduzir o risco em 100 vezes para quem as usa, disse à DW Ulrich Pöschl, diretor do Departamento de Química Multifásica do Instituto Max Planck de Química na cidade alemã de Mainz.

"Em ambientes internos, eu recomendaria máscaras sempre que as pessoas se misturam com [outras] que não são da sua casa", disse Pöschl. "Acho que as máscaras devem ser usadas por todos."

Isso não torna as outras medidas desnecessárias, é claro. Manter distância, tentar assegurar um alto nível de ventilação e não cantar continuam importantes para manter o risco de infecção baixo, mesmo quando todos estão usando máscaras.

Ambientes externos não são livres de risco

Afinal, quão alto é o risco de infecção em ambientes externos? Mais baixo do que quando se está em um ambiente fechado, é claro. Mas isso não significa que você deva deixar toda a cautela de lado.

"Também em ambientes externos é útil usar máscaras quando se está perto de outras pessoas", afirmou Pöschl. "De 1 a 2 metros [de distância], você também tem risco de se infectar por gotículas. Essas gotículas maiores que todos nós exalamos podem atingir outras pessoas também em ambientes externos. E apenas uma dessas gotículas, de aproximadamente um milímetro de tamanho, pode provocar uma infecção com uma probabilidade muito alta se vier de uma pessoa infectada."

O uso de máscaras, portanto, não diminui apenas o risco de pegar o coronavírus em ambientes fechados. Como disse Pöschl: "É apenas mais importante ainda usar uma máscara em ambientes fechados."

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