Entre as vítimas estão 31 menores de idade e 15 mulheres que tentavam fugir da guerra civil síria. Organização pede que União Europeia pressione governo turco para rever sua política de refugiados.
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Só este ano pelo menos 165 civis sírios foram mortos pela guarda fronteiriça turca quando tentavam atravessar da Síria para a Turquia, na esperança de fugir da guerra em seu país, afirmou nesta terça-feira (06/12) o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Segundo a ONG, entre os mortos estão pelo menos 31 menores de idade e 15 mulheres. Ainda de acordo com o OSDH, o balanço inclui sete pessoas que foram mortas nesta segunda-feira por disparos dos guardas turcos em três regiões sírias na fronteira com a Turquia.
Além dos ataques a tiros, o OSDH também denunciou que os sírios que tentam chegar à Turquia pela fronteira são agredidos com pedaços de pau, golpes de rifle e com objetos pontiagudos.
Nesta segunda-feira, os corpos de três jovens sírios foram encontrados perto da cidade de Al-Darbasiya, no norte da província de Al-Hasaka, após terem sido deixados por guardas turcos nesse local, afirmou o OSDH, que citou fontes médicas e moradores da região. De acordo com essas fontes, os corpos apresentavam sinais de tortura e marcas de objetos pontiagudos.
A fronteira turca foi efetivamente fechada para a maioria dos refugiados desde o primeiro trimestre de 2015, apesar de o governo em Ancara afirmar que ela permanece aberta. Mais de 2 milhões de sírios já vivem na Turquia como refugiados.
O OSDH pediu às autoridades turcas a abertura de corredores seguros para os refugiados sírios, assim como os abertos para os rebeldes sírios. A Turquia é um dos principais apoiadores dos grupos de oposição armados da Síria e permite que alguns passem pelo seu território e operem dentro do país.
Durante vários anos, a fronteira era usada por pessoas que pretendiam se unir a grupos armados, incluindo extremistas, na Síria ou em outras regiões do Oriente Médio.
O OSDH, que tem uma rede de ativistas no terreno, pediu às Nações Unidas e à União Europeia que pressionem o governo turco para que mude sua política em relação aos refugiados que tentam fugir da guerra. Os ativistas exigem que Ancara processe os soldados que atiraram em refugiados.
TMS/efe/dpa
Viagem à Europa da perspectiva de refugiados
Exposição em Hamburgo mostra longa jornada do ponto de vista dos migrantes, resultado do projeto #RefugeeCameras. Risco, desamparo e raros momentos de alegria permeiam as imagens.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Partida sem volta?
Em dezembro de 2015, o alemão Kevin McElvaney entregou 15 câmeras descartáveis e envelopes pré-selados a migrantes em Izmir, Lesbos, Atenas e Idomeni. Sete retornaram ao jovem fotógrafo e fazem parte do projeto #RefugeeCameras. Zakaria recebeu sua câmera em Izmir. O sírio fugiu do "Estado Islâmico" e do regime Assad. Em seu diário de fuga, ele escreve que só Deus sabe se ele voltará à Síria.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Travessia de bote
Zakaria documentou sua viagem marítima da Turquia até a ilha grega de Chios. Ele ficou sentado na parte de trás do bote. Na exposição em Hamburgo, as imagens feitas por refugiados são complementadas por uma seleção de fotos tiradas por profissionais, que ajudaram a montar a representação das rotas de fuga. Todos eles doaram suas obras para apoiar o projeto.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Chegada perigosa
Hamza e Abdulmonem, ambos da Síria, fotografaram a perigosa chegada de seu barco a uma ilha grega. Não havia voluntários para recebê-los. Foi justamente isso que McElvaney tinha em mente quando lançou a #RefugeeCameras. Segundo o jovem fotógrafo, até agora a mídia proporcionou somente um "vazio visual" a esse respeito.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sobrevivendo ao mar
Após o desembarque, vê-se um menino com roupas molhadas e colete salva-vidas numa praia. A imagem faz recordar Aylan Kurdi, o pequeno garoto sírio cujo corpo sem vida foi encontrado no litoral turco em setembro de 2015. A criança nesta foto conseguiu chegar viva à Europa. O seu destino é desconhecido.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sete câmeras
Hamza e Abdulmonem também tiraram esta foto instantânea levemente desfocada de um grupo de refugiados fazendo uma pausa. Das 15 câmeras que McElvaney entregou, sete retornaram, uma foi perdida, duas foram confiscadas, e duas permaneceram em Izmir, onde seus donos ainda estão retidos. As três câmeras restantes estão desaparecidas – assim como seus proprietários.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Família em foco
Dyab, um professor de Matemática sírio, tentou registrar alguns dos melhores momentos de sua viagem até a Alemanha. Na foto, veem-se sua esposa e seu filho pequeno, Kerim, que nos mostra um pacote de biscoito que recebeu num campo de refugiados macedônio. A imagem revela a profunda afeição de Dyab por seu filho, diz McElvaney: "Ele quer cuidar dele, mesmo na árdua viagem que foi forçado a seguir."
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Do Irã à Alemanha
A história de Said, do Irã, é diferente. O jovem teve de deixar seu país, depois de ter se convertido ao cristianismo. Ele poderia ter sido preso ou morto. Para ser aceito como refugiado, ele fingiu ser afegão. Após a sua chegada à Alemanha, ele explicou sua situação, para a satisfação das autoridades. Ele vive agora – como iraniano – em Hanau, no estado de Hessen.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Não apenas selfies
Said tirou esta foto de um pai sírio e seu filho num ônibus de Atenas a Idomeni.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Momento de alegria
Em outro registro feito por Said, um voluntário que trabalha num campo de refugiados em algum lugar entre a Croácia e a Eslovênia brinca com um grupo de crianças, que tentam imitar seus truques.