ONGs perdem ação contra exploração de petróleo no Ártico
4 de janeiro de 2018
Organizações ambientalistas são contra concessão de licenças pela Noruega para atividade petrolífera no mar de Barents. Governo do país nórdico é acusado de violar Acordo de Paris e direito a um meio ambiente saudável.
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Um tribunal em Oslo aprovou nesta quinta-feira (04/01) a concessão de licenças para exploração de petróleo no Ártico pela Noruega, rejeitando uma ação movida por organizações ambientais. As ONGs acusaram o governo norueguês de violar o direito a um meio ambiente saudável ao permitir essa atividade.
As organizações, entre elas o Greenpeace e a norueguesa Natur og Ungdom (Natureza e Juventude, em tradução livre), argumentaram que as licenças concedidas em 2016 para a exploração petrolífera no mar de Barents violam o Acordo de Paris e a constituição norueguesa, que garante o direito a um meio ambiente limpo. Entre as empresas que se beneficiaram com essas autorizações estão a norueguesa Statoil, a americana Chevron e a russa Lukoil.
O tribunal, porém, deu ganho de causa ao governo e entendeu que os planos de exploração respeitam as leis locais. Segundo a decisão, a Noruega não pode ser responsabilizada pelas emissões geradas por petróleo e gás que exporta para outros países. "O Estado, representado pelo Ministério do Petróleo e Energia, está absolvido”, finalizou a sentença.
O tribunal ordenou também que os ambientalistas paguem os custos do processo, avaliados em mais de 71 mil dólares. Ainda cabe recurso. As ONGs ainda não se decidiram se vão apelar da decisão.
"Estamos decepcionados com a decisão, que criou um vácuo legal ao afirmar que as emissões de petróleo norueguês no exterior não são cobertas por esse artigo da Constituição", avaliou o diretor do Greenpeace na Noruega, Truls Gulowsen.
A sentença foi aclamada, porém, pela indústria petrolífera do país. "Já havíamos dito que essa é uma questão política, e política deve ser feita no parlamento e não no tribunal", afirmou Tommy Hansen, porta-voz da Associação para o Petróleo e Gás da Noruega.
A Noruega é o maior produtor de petróleo e gás natural da Europa Ocidental e pretende continuar explorando esse combustível fóssil nas próximas décadas, apesar de apoiar o Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global em 2 graus Celsius.
A produção de petróleo norueguesa no Ártico é relativamente pequena, mas acredita-se que a região possua um grande potencial para futuras explorações.
CN/lusa/afp/rtr
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Fenômenos climáticos na arte
Não há como ignorar o clima. Faça sol ou faça chuva, ele está sempre à nossa volta. Uma exposição em Bonn mostra como a cultura incorporou o clima e como a arte o retrata desde a Antiguidade.
Foto: bpk/RMN - Grand Palais/Gabriel Loppé
Classificação de nuvens
Desde 1802, as nuvens são enumeradas e classificadas de forma sistemática em um catálogo criado pelo naturalista inglês Luke Howard. Impressionado com o tema, o poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe escreveu uma poesia sobre a formação das nuvens. O pintor inglês John Constable, que se considerava um especialista em nuvens, pintou suas observações sobre a vista de Salisbury (na foto).
Foto: Victoria and Albert Museum London
A cruz com o Sol
Como será o tempo amanhã e nos próximos dias? Há séculos, a humanidade se faz essa pergunta. Este relógio solar em forma de cruz é do século 17. Os relógios solares eram usados já na Antiguidade.
Foto: KHM-Museumsverband
Contraste entre céu e água
A mostra no museu Bundeskunsthalle de Bonn questiona até que ponto catástrofes e fenômenos climáticos influenciam não só o meio ambiente como também a cultura. O pintor inglês de paisagens William Turner tinha grande interesse pelos fenômenos atmosféricos, tanto que o contraste entre céu e as águas do rio Tâmisa em Londres foram um tema constante em suas pinturas, como neste quadro de 1795.
Foto: Tate London
Neblina escocesa
O francês Jean-Bruno Gassies pintou essa paisagem montanhosa da Escócia em 1826. A névoa era um tema muito recorrente entre os pintores românticos para imprimir um certo clima de mistério em seus trabalhos. A veneração da natureza indicava também um forte anseio pela espiritualidade e pela religiosidade.
Foto: bpk/RMN - Grand Palais/Jean Schormans
Impressionistas e o clima
O francês Louis Eugène Boudin foi um precursor do Impressionismo. Nos anos de 1890, pintou a praia de Trouville na costa atlântica francesa. Um dos primeiros paisagistas a pintar ao ar livre, era também considerado o "rei do céu", porque transpunha magistralmente as belezas do céu para as telas. Nesta pintura, o mar encontra-se tranquilo, apesar da ameaçadora tormenta que se anuncia.
Foto: The National Gallery London
Aviso de névoa
Esse instrumento de sinalização sonora ("foghorn", corneta de neblina) é importante na navegação marítima. A mistura entre clarinete e trompete serve para alertar outras embarcações sobre neblina. Essa sirene de Lefèbre (foto) foi utilizada pela primeira vez em 1877 na costa norte da Holanda.
Foto: Rijksmuseum Amsterdam
Paisagem ameaçadora
Além de provocar medo, uma tempestade também pode ter seu lado belo. Com o surgimento da fotografia, as observações meteorológicas tornaram-se mais precisas. As tomadas fotográficas de paisagens foram igualmente incorporadas por pintores em favor da arte. O americano Albert Bierstadt, por exemplo, concentrou-se no efeito dramático da luz em seu quadro intitulado "Chegada da tempestade", de 1891.
Foto: Museumsverbund Nordfriesland/Sönke Ehlert
Um símbolo é atingido
Em 1889, graças a sua altura, a Torre Eiffel era estratégica para a transmissão de dados meteorológicos. Cerca de 350 estações em todo o mundo, inclusive na África, recebiam as informações transmitidas de Paris. Esta foto de 1902 mostra o momento exato em que a torre é atingida por um raio, mas ele não provocou dano algum ao símbolo absoluto da capital francesa.