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ONU: 90% da população mundial tem preconceito contra mulher

5 de março de 2020

Estudo do Pnud mostra que sexismo persiste entre homens e mulheres. Em todo o mundo, 28% dos entrevistados consideram justificado bater na esposa, e metade acha que líderes políticos masculinos são melhores.

Mulher com tinta vermelha no rosto durante protesto em Beirute, no Líbano
Protesto em Beirute, no Líbano, contra a violência e discriminação da mulher Foto: AFP/Abaad/P. Baz

Cerca de 90% da população mundial tem algum tipo de preconceito contra mulheres, afirma um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado nesta quinta-feira (05/03).

A análise mostra que o preconceito contra as mulheres persiste em todo o mundo, tanto entre os homens como entre as mulheres.

Entre os consultados em 75 países e territórios, 90,6% dos homens e 86,1% das mulheres mostraram ter ao menos um preconceito claro na questão da igualdade de gênero em áreas como política, economia, educação, violência doméstica e direitos reprodutivos das mulheres. O percentual sem distinção de sexo é de 88,35%.

Segundo o estudo, cerca de metade da população considera que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres, e mais de 40% acham que os homens são melhores diretores de empresas.

Além disso, 28% dos consultados consideram justificado que um homem bata na sua esposa.

Os 75 países e territórios considerados respondem por 81% da população mundial, e as discrepâncias entre eles são grandes.

Se na maioria dos países africanos, latino-americanos e do Oriente Médio quase todos os consultados têm algum tipo de preconceito contra as mulheres, na Europa, na Austrália, no Canadá e nos Estados Unidos os percentuais são bem menores.

No Brasil, 89,5% dos entrevistados revelaram ter ao menos um preconceito contra mulheres; e 52,39%, ao menos dois, considerando as áreas apresentadas.

Os brasileiros se revelaram mais preconceituosos na questão da integridade física da mulher, na qual o percentual chega a 77,95%. Isso inclui a violência doméstica e os direitos reprodutivos.

No outro extremo, os brasileiros se mostraram menos preconceituosos em relação à educação. Os consultados deveriam dizer se concordam com a afirmação "a universidade é mais importante para um homem do que para uma mulher". Aqui, o percentual de pessoas com preconceito, ou seja, que concordam com a afirmação, é de 9,32%.

Na América Latina, países como Colômbia e Equador têm percentuais de pessoas com ao menos um preconceito semelhantes ao do Brasil, ou seja, perto de 90%. Já na Argentina, Chile ou Uruguai, o percentual cai para 75%.

AS/efe/dpa/ots

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