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ONU acusa violações aos direitos humanos e lista criminosos na Síria

17 de setembro de 2012

Grupo liderado pelo diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro anuncia nova lista confidencial de pessoas e instituições suspeitas de crimes de guerra. Nomes não serão divulgados.

Brazilian Paulo Sergio Pinheiro, who is mandated by the U.N. Human Rights Council to lead an international investigation of allegations of human rights abuses in Syria, gestures during a press conference at the United Nations headquarters in Geneva, Monday, Nov 28, 2011. Syrian troops have killed hundreds of children and committed other "crimes against humanity" since the government crackdown began in March, the U.N. probe said Monday. (AP Photo/Anja Niedringhaus)
Foto: AP

Investigadores de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciaram nesta segunda-feira (17/09) uma nova lista secreta de pessoas e unidades militares suspeitas de cometer crimes de guerra. Os nomes reunidos estão sujeitos a responder processo criminal.

O grupo independente coordenado pelo diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro disse ter reunido um conjunto "formidável" de evidências. Segundo o diplomata, graves violações dos direitos humanos aumentaram em número, ritmo e escala na Síria.

"Uma segunda lista confidencial de indivíduos e unidades consideradas responsáveis por violações será fornecida ao Alto Comissariado para os Direitos Humanos", declarou Pinheiro durante sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Pinheiro apresentou o último relatório da equipe de investigadores, emitido há um mês, dizendo que as forças do regime sírio e milícias aliadas cometeram crimes de guerra, incluindo assassinato e tortura de civis no que parece ser uma prática ordenada pelo Estado.

Além disso, o diplomata alertou para o aumento da presença de estrangeiros e militantes islamitas – entre eles jihadistas – na Síria, alguns se unindo aos rebeldes e outros operando independentemente. A presença desses indivíduos tende a radicalizar os rebeldes, que também cometeram crimes, afirmou Pinheiro.

O brasileiro não informou se algum rebelde ou oficial sírio foi nomeado na lista – uma atualização da relação confidencial anterior apresentada à alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, em fevereiro. Pinheiro ressaltou que os nomes listados não serão tornados públicos, já que a comissão de investigadores tem um baixo padrão de provas se comparada a um tribunal de justiça.

Os investigadores pediram que o Conselho de Segurança encaminhasse a situação da Síria ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Tal recomendação seria um primeiro passo para eventualmente levar os responsáveis pelas atrocidades à Justiça. Mas antes de qualquer julgamento poder ser realizado, seria necessário que o Conselho de Segurança – para o qual um consenso sobre o assunto parece quase impossível – entrasse em acordo.

Após um ano e meio de crise na Síria – com cerca de 20 mil mortos, segundo a ONU –, a comunidade internacional segue paralisada. O Ocidente, os países árabes e a Turquia pedem a remoção do presidente Bashar al-Assad, enquanto Rússia e China permanecem do lado do aliado em Damasco.

Na sequência da apresentação de Pinheiro, Faysal Khabbaz Hamoui, embaixador da Síria na ONU em Genebra, acusou o Ocidente e as potências árabes de enviar fundos e armas para apoiar os rebeldes numa guerra contra o regime em Damasco. Para Hamoui, o relatório dos investigadores da ONU deveria ter nomeado países que "apoiam os assassinos", entre os quais ele incluiu os Estados Unidos, o Catar, a Arábia Saudita, a Turquia e a Líbia.

LPF/rtr/afp/dpa
Revisão: Alexandre Schossler

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