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ONU alerta para nova catástrofe humanitária

18 de outubro de 2016

Nações Unidas avaliam que grande número de moradores tentará fugir da cidade iraquiana por causa dos combates. Cruz Vermelha teme que jihadistas façam uso de armas químicas.

Crianças refugiadas que fugiram do Estado Islâmico aguardam num acampamento perto de MossulFoto: Reuters/A. Jalal

Combatentes curdos localizam túnel do EI perto de Mossul

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As agências humanitárias da ONU alertaram nesta terça-feira (18/10) que a batalha para libertar a cidade iraquiana de Mossul das mãos do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) poderá resultar na "mais longa e complexa crise humanitária" do próximo ano.

Thomas Lothar Weiss, diretor-geral da missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM) no Iraque, afirmou que milhares de pessoas deverão deixar a cidade durante a batalha, o que poderá provocar uma "enorme crise humanitária em 2017".

"EI" divulga imagens de cotidiano "normal" em Mossul

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A ofensiva das Forças Armadas do Iraque, com apoio de milícias curdas e da coalizão aérea americana, foi iniciada nesta segunda-feira. Estima-se que de 1,2 milhão a 1,5 milhão de pessoas vivam na segunda maior cidade do país, há dois anos sob domínio do EI. Diversos observadores afirmam que a batalha deverá se longa e sangrenta.

No primeiro dia dos combates, poucas pessoas conseguiram fugir, mas, segundo Weiss, "esse número subirá dramaticamente à medida em que as forças iraquianas se aproximarem dos arredores da cidade".

O diretor-geral da OIM disse que a ONU teme que, ao tentar fugir da cidade, os moradores não apenas irão se colocar em meio ao fogo cruzado, mas também acabarão sendo usados como "escudos humanos" – prática adotada pelos combatentes do EI.

William Spindler, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), disse que a batalha poderá provocar "uma catástrofe humanitária", mas não especificou quando isso ocorreria. Ele calcula que até 1 milhão de pessoas abandonem a cidade, tornado-se deslocados internos ou refugiados nos países vizinhos.

"Os civis se encontram numa situação de risco extremo", alertou Spindler. O Acnur, segundo ele, teme ainda o uso de armas químicas pelo EI. Apesar de a ONU não ter recebido relatos da utilização desses armamentos, os temores se baseiam em informações da imprensa local de que os jihadistas teriam-nos utilizado próximo a posições das forças curdas peshmerga.

Weiss disse que, se isso ocorrer, não haverá máscaras de gás suficientes para proteger os civis. Essa preocupação também é compartilhada pelo diretor do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Iraque, Robert Mardini. "Ninguém sabe o que vai acontecer. Estamos preparados, elaboramos planos de contingência, temos material e profissionais posicionados, mas o problema é que a situação é imprevisível", afirmou. Ele assegurou, porém, que, em caso de um ataque químico, a Cruz Vermelha tem remédios e material para as vítimas.

Mardini disse que a Cruz Vermelha deseja manter o diálogo com os dois lados do conflito para obter acesso às áreas de detenção de prisioneiros e assegurar que recebam tratamento adequado. Ele afirmou que a organização não conseguiu estabelecer contato com o EI, mas que é essencial que isso seja feito. "Faremos todo o possível para dialogar com o grupo", disse.

RC/efe/afp

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