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ONU apresenta plano bilionário para ajudar vítimas da guerra civil na Síria

18 de dezembro de 2014

Milhões de sírios estão refugiados em decorrência do conflito, mas ajuda internacional disponível pode ser suficiente para assisti-los somente até janeiro. Representantes da ONU pedem 8,4 bilhões de dólares adicionais.

Syrische Flüchtlinge aus Kobane in einem Flüchtlingslager in der Türkei
Foto: Getty Images/K. Cucel

Para que as dificuldades decorrentes do fluxo de refugiados da guerra civil na Síria sejam superadas, as Nações Unidas e o governo alemão exigem mais ajuda financeira para os próximos anos. Segundo um abrangente plano emergencial apresentado por três órgãos da ONU e diversos parceiros nesta quinta-feira (18/12), em Berlim, 8,4 bilhões de dólares são necessários para prestar assistência aos milhões de refugiados na própria Síria e nos países vizinhos.

"Refugiados e deslocados internos já gastaram todas as suas economias, e os países anfitriões estão diante de uma prova de fogo", afirmou o alto comissário da ONU para refugiados, Antônio Guterres.

O plano prevê 2,9 bilhões de dólares de ajuda imediata para que os 12,2 milhões de sírios necessitados possam sobreviver ao inverno e aos próximos meses. Outros 5,5 bilhões de dólares devem ser destinados ao apoio de longo prazo aos países vizinhos mais afetados, que devem acolher cerca de 4,3 milhões de refugiados. Ainda está em aberto quando e se os doadores irão atender ao pedido de ajuda financeira.

Apoio da Alemanha

"Este é um apelo à solidariedade de todas as nações, e o meu país está disposto a prestar a sua contribuição", afirmou o ministro alemão do Exterior, Frank Walter-Steinmeier, em Berlim.

O ministro alemão da Cooperação Econômica, Gerd Müller, disse ser inaceitável que "nós tenhamos que pedir a cada mês para que a comunidade internacional preste a sua contribuição". O ministro disse que a atual ajuda financeira só é suficiente até janeiro e que a União Europeia também precisa fazer mais.

De acordo com o Ministério alemão do Exterior, a ideia é que se passe de uma ajuda de curto prazo para um apoio de médio e longo prazo. De acordo com o ministério, o objetivo é estabilizar os países anfitriões e oferecer perspectivas aos refugiados.

Ministro Steinmeier afirma que a Alemanha está disposta a dar a sua contribuiçãoFoto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen

Com uma contribuição de 800 milhões de euros (983 milhões de dólares), a Alemanha é um dos principais doadores. Na conferência sobre refugiados realizada em outubro, o país prometeu outros 500 milhões de euros (615 milhões de dólares) para os próximos anos.

Crianças em apuros

Em Berlim, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou que precisa de mais de 700 milhões de euros (860 milhões de dólares) para atender, em 2015, às crianças afetadas pela guerra na Síria.

"A crise na Síria representa a maior ameaça às crianças dos tempos recentes", disse Maria Calivis, diretora regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África. "Até o fim de 2015, as vidas de mais de 8,6 milhões de crianças em toda a região terão sido devastadas pela violência e pelos deslocamentos forçados", acrescentou.

No relatório anual sobre a situação da infância no mundo, divulgado na semana passada, o Unicef estimou em 7,3 milhões o número de crianças que sofrem o impacto da guerra síria e em 1,7 milhão as que estão refugiadas em países vizinhos.

Desde 2011, a Síria vem sendo abalada pela guerra civil, que já matou mais de 200 mil pessoas. Enquanto mais de 3 milhões de pessoas fugiram para países vizinhos – como Líbano, Turquia, Jordânia, Iraque e Egito –, até agora, os países desenvolvidos acolheram somente 250 mil refugiados sírios.

CA/rtr/dpa/lusa

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